Semana do Meio Ambiente: MP-AP incentiva diálogo sobre a importância das UCs do Amapá e apresenta relatos sobre a atuação na área ambiental


A Promotoria de Meio Ambiente, Conflitos Agrários e Urbanismo de Macapá e as Universidades Federal do Amapá (UNIFAP) e Estadual do Amapá (UEAP) realizaram na sexta-feira (3), uma roda de conversa com os universitários sobre o tema “Unidades de Conservação do Amapá: Sociobiodiversidade e o Papel do Ministério Público”. O evento marca o início da Semana do Meio Ambiente no Ministério Público do Amapá (MP-AP), celebrada em todos os países e que começa neste domingo (5), com uma mensagem da procuradora-geral de Justiça, Ivana Cei.


O promotor do Meio Ambiente, Marcelo Moreira, palestrou sobre a importância da proteção das Unidades de Conservação (UC) e foi assinada pelos presentes a Carta de Declaração “Unidades de Conservação: Cuidar da Natureza é Cuidar das Pessoas”.

O debate teve como base o Atlas Unidades de Conservação do Amapá, publicado pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP), em 2008, resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o MP-AP, Ministério Público Federal (MPF/AP) e uma empresa mineradora. A publicação é resultado de uma parceria técnica com o Governo do Estado do Amapá, (GEA), por meio do Instituto de Pesquisa Científica e Tecnológica do Amapá (IEPA), Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA/AP), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/AP), e UNIFAP.


Com informações a respeito das 19 UCs do Amapá, o Atlas foi o tema da palestra do promotor Marcelo Moreira, que conversou com os universitários sobre a relevância das áreas de preservação do Amapá e para o planeta. Para Alcione Cavalcante, engenheiro florestal e assessor da Promotoria de Meio Ambiente, os universitários compreenderam sobre a importância, puderam assimilar conhecimentos como contribuição para o poder de argumentação, e esclareceram dúvidas. Os estudantes visitaram ainda a Exposição Unidades de Conservação, que fica na recepção da Promotoria, no Complexo Cidadão Zona Norte.

Na roda de conversa, trataram ainda dos 50 anos da Conferência de Estocolmo Sobre o Meio Ambiente, evento realizado pela Organização das Nações Unidas, considerada ponto inicial das políticas ambientais e que marcou, no calendário de todo o planeta, a Semana do Meio Ambiente. O livro Primavera Silenciosa, considerado um marco para os ambientalistas, também foi tema de discussão.

Semana do Meio Ambiente  2022

A partir deste domingo (5), o MP-AP irá apresentar diariamente um vídeo com um promotor da área ambiental, abordando desde a criação da Promotoria, em 2006, até este ano, quando completa 16 anos, fazendo uma prestação de contas da atuação do órgão após a pandemia.  São os protagonistas dessa história, além da procuradora-geral de justiça, Ivana Cei, os promotores de Justiça da Promotoria de Meio Ambiente de Macapá, Afonso Pereira (1ª Promotoria) e Marcelo Moreira (2ª Promotoria), e a promotora de Meio Ambiente de Santana e coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (CAO-Ambiental), Fábia Regina Martins,  que irão falar com o público, através do audiovisual, sobre o passado, presente e perspectiva para o futuro da área ambiental do MP-AP.

Os vídeos com os promotores ficarão à disposição no Canal do MP-AP no Youtube e redes sociais oficiais. Nesses endereços também serão disponibilizados os dez vídeos do projeto Colorindo o Futuro – Baixada Pará, produzidos por moradores da comunidade que participaram das atividades de conscientização ambiental do projeto, além do documentário sobre os 15 anos da Promotoria Ambiental, lançado em 2021.

O Atlas Unidades de Conservação do Estado do Amapá está disponível em formato digital no link: https://www.mpap.mp.br/images/Atlas_das_Unidades_de_Conserva%C3%A7%C3%A3o.pdf

Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá

Bioparque de Macapá promove gincana infantil, exposição e blitz ecológica na Semana do Meio Ambiente

 

O Bioparque da Amazônia prepara uma programação especial para celebrar a Semana Nacional do Meio Ambiente. As atividades acontecem nos dias 3, 4 e 5 de junho e objetivam conscientizar e engajar a comunidade em prol da preservação dos diferentes tipos de ecossistemas.

Programação de conscientização e lazer será realizada nos dias 3, 4 e 5 de junho.

Educação ambiental, ecoturismo e sustentabilidade serão os pontos chaves abordados na programação ecológica, como destaca o diretor-presidente do Bioparque, Ezequias Ferreira.

‘’A Semana do Meio Ambiente movimenta as políticas em prol da sustentabilidade em todo país. O parque, por ser um espaço natural que trabalha diariamente o conceito ecológico, que também incentiva a educação ambiental e produção científica, não poderia deixar de celebrar com uma programação que agrada todos os tipos de público’’, explica o gestor.

No parque, a programação da Semana do Meio Ambiente inicia na sexta-feira (3), data em que se celebra o Dia Nacional da Educação Ambiental. Das 9h às 17h, no espaço multiuso, ocorre uma exposição de insetos e outros animais empalhados. A atividade acontece em parceria com Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA).

A criançada poderá aproveitar o parque no sábado (4), durante a gincana infantil. Cabo de guerra, bandeirinha, corridas de saco e com ovo, pintura facial e animador infantil estarão disponíveis das 9h às 11h, no espaço multiuso.

No domingo (5), Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia, as atrações serão voltadas para o incentivo à proteção e também alerta à comunidade sobre a importância de cuidar do mundo em que vivemos. Em alusão a data, na fachada do Bioparque será promovida uma blitz educativa, com a distribuição de 300 mudas de plantas e sacolinhas ecológicas.

Confira a programação da Semana do Meio Ambiente:

Sexta-feira, dia 3
Exposição de insetos e outros animais em parceria com Iepa, no espaço multiuso
Horário: 9h às 17h

Sábado, dia 4
Gincana infantil com cabo de guerra, bandeirinha, corrida de saco, pintura facial e animador infantil, no espaço multiuso e área de convivência
Horário: 9h às 11h

Domingo, dia 5
Blitz educativa do Dia do Meio Ambiente e doação de 300 mudas de plantas, na entrada do parque
Horário: 9h às 11h

Serviço
O Bioparque da Amazônia é uma fundação pública municipal, vinculada à Prefeitura de Macapá. O espaço natural possui uma área de 107 hectares de floresta, no meio do centro urbano da capital. Localizado na rodovia Josmar Chaves Pinto, antiga JK, o parque funciona de quarta a domingo, das 9h às 17h. A bilheteria encerra às 16h20.

Junho Verde 2022 terá trilha ecológica, campanha de combate à poluição e tour de negócios com foco na sustentabilidade

 

Trilha ecológica na Àrea de Proteção Ambiental (APA) da Fazendinha, capanha de combate à poluição e tour de negócios com foco na sustentabilidade. Estas são algumas das ações preparadas pelo Governo do Amapá para a programação do Junho Verde 2022, que inicia nesta quarta-feira, 1º, com o tema “O Meio Ambiente e as Políticas Ambientais gerando negócios no Estado do Amapá”.

Com uma programação que segue até 30 de junho, o objetivo é apresentar à população as ideias, experiências e pesquisas já adotadas por comunidades, empreendedores individuais e empresas públicas e privadas, buscando o desenvolvimento social e econômico do Estado, alinhados ao conceito de “Boas Práticas Ambientais”.

O Junho Verde 2022 tem como foco o extrativismo, o beneficiamento, a produção, a comercialização e divulgação de produtos e serviços ambientalmente sustentáveis, promovendo a reflexão sobre o desenvolvimento econômico e o uso das tecnologias aliadas à sustentabilidade socioambiental.

Outras atividades serão o drive thru ambiental; distribuição de mais de mil mudas frutíferas e ornamentais e medicinais; mutirão de limpeza; roda de conversa; e feira de negócios.

A abertura do evento acontece durante o 23º Fórum Amapaense de Mudanças Climáticas (Famcsa), onde será apresentado o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento, Queimadas e Incêndios Florestais do Estado do Amapá (PPCDAP 2022-2025), a partir das 9h, em ambiente virtual, no endereço: https://meet.google.com/ksm-rvrq-jmu.
A programação completa, inscrição e credenciamento para participar das atividades está disponível no sítio eletrônico: https://doity.com.br/junho-verde-2022.

Amazônia ao Extremo participará do 1º Congresso Brasileiro de Trilhas em Goías

 

A Amazônia ao Extremo, empresa especializada no turismo de aventura no Amapá participará do 1º Congresso Brasileiro de Trilhas que acontecerá em Goiás. Ela apresentará as novidades do segmento de aventura, esportes e experiências ao ar livre, com opções diversas em todas as regiões do estado. O evento acontecerá entre os dias 25 e 29 de maio, e terá transmissão online para permitir a participação remota.

A programação trará mesas-redondas, palestras, oficinas técnicas e minicursos, simultâneos à Feira de Negócios com entidades do setor público e privado, para divulgar as trilhas de longo curso e a Rede Brasileira de Trilhas e promover a capacitação e troca de experiência entre os envolvidos na implementação das trilhas de longo curso Brasil afora. “Gostaríamos de agradecer o apoio de todos que estão com a gente nessa jornada que é tão importante para o nosso estado, em destaque o SEBRAE que nos disponibilizou suporte para a viagem como um grande parceiro do turismo no estado”, frisou o Diretor Estratégico da Amazônia ao Extremo, Franco Montoril.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através deste link, na página oficial da Rede. Mais detalhes da programação serão divulgados futuramente pela organização do evento.

 

 

A Amazônia ao Extremo é uma empresa especializada no turismo de aventura no Amapá, e faz parte do órgão nacional Associação Brasileira de Esportes e Turismo de Aventura (ABETA). O empreendimento tem especialistas em esportes radicais e consultoria técnica e age de forma estruturada na educação ambiental, na condução dos esportes em si e no atendimento corporativo, através de ações que atendam o máximo de públicos possível, trazendo lazer, qualidade de vida, e entretenimento para a população do estado e seus visitantes com foco no turismo de base comunitária. A Amazônia ao extremo se destaca nas áreas de resgate em ambientes hostis (mata e altura), rapel (cursos e descidas), Arborismo, Arvorismo, atendimento pré-hospitalar, sobrevivência (adaptação à vida na mata) e navegação terrestre (bússolas, GPS e coordenadas).

Laranjal do Jari tem Situação de emergência decretada

O nível do rio Jari vem aumentando gradativamente, devido às fortes chuvas que caem na região. Na manhã desta terça feira (29), chegou à marca de 2,50m, afetando 1872 famílias, ou aproximadamente 11.344 pessoas, direta e indiretamente.

São 10 bairros afetados, sendo eles: Samaúma, Malvinas, Centro, Três irmãos, Santarém, Sagrado Coração, Nova Esperança, Mirilândia, Agreste e Prosperidade, além de duas comunidades e cinco escolas.

 

Na noite de segunda (28), foi decretada a Situação de Emergência (SE) no Município, e tanto o Estado quanto o Município estão em uma grande força-tarefa para atender a população afetada.

 

Nos próximos dias, serão enviadas aproximadamente 1900 cestas básicas para as famílias atingidas. Essas cestas estão sendo enviadas pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Mobilização Social e serão entregues às famílias atingidas, com apoio da Defesa Civil Estadual.

Defesa Civil monitora Laranjal do Jari, após rio do município chegar em nível considerado de emergência

 

As águas do rio Jari continuam subindo no Sul do Amapá nas últimas 24 horas e, na manhã desta terça-feira (22), chegaram a 2,29 metros. Com isso, o rio já está no nível considerado de emergência (a partir de 2,11 metros). Em Laranjal do Jari a chuva está fraca, mas a chuva forte está ocorrendo na cabeceira do rio Jari, o que levou a cheia em alguns bairros do município.

O Governo do Amapá enviou uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBM/AP) para o município de Laranjal do Jari. A equipe é responsável por levar a ajuda humanitária para as famílias atingidas pela elevação do nível do rio Jari. Foram enviadas 100 cestas básicas com alimentos e 900 litros de água mineral. São um total de 148 famílias Afetadas até este momento, são oitos os bairros atingidos: Sumaúma, Malvinas, Centro, 3 Irmãos, Santarém, Sagrado Coração,Nova Esperança e Mirilândia.

Equinócio das Águas 2022 terá aventura, apresentação cultural e vacinação

 

No domingo, 20, o Governo do Estado realiza a programação do Equinócio das Águas, o fenômeno marca a mudança de estações nos hemisférios Norte e Sul, este ano está previsto para ocorrer às 12h33, no Monumento Marco Zero do Equador, em Macapá.O evento é organizado pela Secretaria de Estado do Turismo (Setur), inicia às 9h e o número de visitantes será controlado para seguir os protocolos de segurança sanitária contra a covid-19, todos devem utilizar máscara e manter uso de álcool em gel.

Quem visitar o ponto turístico receberá informações sobre a formação do fenômeno que acontece duas vezes ao ano no Amapá, em março e em setembro, e atrai centenas de turistas para o estado. Também terá vacinação contra a covid-19 e Sarampo; prática de rapel no obelisco; pista de corda; exposição de livro –intitulado Cicloturismo e Desenvolvimento Regional; confecção de tranças tradicionais com trancistas do Curiaú; apresentação do grupo de capoeira Verga do Norte; marabaixo com o grupo “É tradição”.

 

Além disso, como parte da programação terá a entrega do ônibus da Setur, que tem por finalidade fortalecer as ações turísticas do órgão em parceria com o trade turístico. De acordo com a diretora de desenvolvimento da Setur, Adriana Rodrigues, a expectativa do evento é buscar valorizar ainda mais o turismo local e o incentivo à participação da população.

 

“Nós buscamos consolidar o turismo amapaense como ferramenta de inclusão social e instrumento de desenvolvimento econômico, e valorizar o fenômeno natural que acontece aqui, é fundamental para fortalecer nosso setor turístico”, pontuou.

 

Equinócio
O Equinócio ocorre duas vezes ao ano, a primeira em março, conhecida como Equinócio das Águas e outra em setembro, chamada de Equinócio da Primavera. O fenômeno marca a troca das estações e o dia fica com a mesma duração da noite.

O Equinócio pode ser visto no Monumento Março Zero, que ocorre quando o sol se posiciona no obelisco e projeta a sombra no hemisfério norte e sul ao mesmo tempo.

 

Acompanhe a programação:

 

Dia- 20/03/22 (Domingo)

 

-Manhã, a partir das 9h.

Monumento aberto à visitação com explicação do fenômeno do equinócio o dia todo.

-Posto de Vacinação – 09:00h as 17:00h

Posto de vacinação COVID (para adulto acima de 12 anos) e sarampo. (SVS- Superintendência de Vigilância em Saúde)

-Circuito Aventura – 09:00h as 17:00h

Prática de Rapel no obelisco – aberto ao público. Pista de corda – aberto ao público infantil. (empresa Amazônia ao Extremo)

-Cicloturismo – 09:00h as 17:00h

Exposição de Livro: Cicloturismo e Desenvolvimento Regional Escritora: Jacqueline Pharlan

Equipe de divulgação da LAC (Liga Amapaense de Ciclismo) com uma banca para inscrição da competição “ 1º Bikeata da Lac” que acontecerá no dia 24 de abril de 2022.

-Trancistas do Curiaú – 09:00h as 17:00h

Confecção de tranças tradicionais com as meninas do Curiaú. (aberto ao público)

 

-12H33MIN – Horário que acontecerá o fenômeno.

 

-Início das apresentações

Recepção as autoridades convidadas. Apresentação cultural (Secult).

11:40h – Apresentação do grupo de Capoeira Verga do Norte

12:00h – Inicio do cerimonial com a palavra das autoridades

12:30h – Explanação sobre o Equinócio

Ápice do fenômeno com contagem regressiva e show de fumaça.

12:40h – Apresentação do grupo de Marabaixo “É tradição” – ACHETRA (Associação Cultural Herdeiros da Tradição)

16:00h – Apresentação Sandra Lima – Voz e violão

16:50h – Inauguração do ônibus da Secretaria de Turismo

-Encerrando as apresentações show de Adriana Raquel e banda

 

Governadores lançam programa Amazônia+10 durante a 12ª Reunião da Força-Tarefa para o Clima e Florestas

O governador do Amapá, Waldez Góes, reforçou que a ação vai promover os investimentos em ciência, tecnologia e inovação.

Com o objetivo de apoiar a pesquisa científica e o desenvolvimento sustentável e tecnológico da Amazônia, o governador do Amapá, Waldez Góes, e os demais chefes do Executivo dos estados da Amazônia Legal lançaram o programa Amazônia+10, durante a 12ª Reunião da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force), nesta quinta-feira, 17, em Manaus.

O evento reúne mais de 300 autoridades e lideranças de diversos países que lutam para defender as florestas e combater as mudanças climáticas.

LEIA MAIS: Reunião anual do GCF: Waldez debate soluções para desmatamento e mudanças climáticas

O Amazônia +10 é uma parceria para promover a ciência, a tecnologia e a inovação na Amazônia Legal, região composta pelos estados do Amapá, Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.

“Devemos lutar para mais investimentos para desenvolver mais ciência, pesquisa e tecnologias apropriadas à Amazônia. O nosso foco é encontrar soluções para o desenvolvimento sustentável de regiões de florestas, atuando também em questões como a desigualdade social”, declarou Góes.

Projeto Amazônia +10

O Amazônia +10 foi desenvolvido pelos secretários de Estado da Ciência e Tecnologia, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), cujo financiamento inicial é de R$ 100 milhões. O projeto prevê, ainda, alcançar o valor R$500 milhões por meio de parcerias público-privadas.

Os investimentos serão destinados a projetos de pesquisas sobre os desafios da Amazônia Legal, que são: a Conservação da Biodiversidade e Mudanças Climáticas; Proteção de Populações e Comunidades Tradicionais; Desafios Urbanos; e Bioeconomia como uma Política de Desenvolvimento Econômico.

Dessa forma, a expectativa é aumentar o conhecimento científico por meio de estudos sobre a região e avaliar alternativas de políticas públicas e investimentos privados para melhorar as condições de vida da população amazônica.

O secretário de Estado da Ciência e Tecnologia do Amapá, Rafael Pontes, explica que o programa é uma oportunidade de integrar financiamentos das fundações e todos os 9 estados da Amazônia Legal, formando uma composição de recursos para financiar projetos estruturantes com foco na região.

“Com o Amazônia +10, o Amapá tem a oportunidade de submeter projetos que possam financiar cadeias produtivas e vocações para integrar ciência, tecnologia, e desenvolvimento socioeconômico para desenvolvimento de emprego e renda para a população do Amapá”, explicou.

Força-tarefa

Criada em 2008, a força-tarefa é a maior aliança subnacional para o clima e florestas e reúne 38 estados e províncias, que, juntos, detêm 1/3 das florestas tropicais do mundo. Foi estabelecida com base em um memorando de entendimentos, fornecendo a base para a cooperação em assuntos relacionados ao clima, financiamento e tecnologia.

https://www.portal.ap.gov.br/noticia/1703/governadores-lancam-programa-amazonia-10-durante-a-12-ordf-reuniao-da-forca-tarefa-para-o-clima-e-florestas

Seminário aborda aumento da renda e garantia de direitos às mulheres que trabalham com a sociobiodiversidade

 

A inclusão socioprodutiva de mulheres que manejam a sociobiodiversidade na região do Beira Amazonas e em Bailique será o tema do seminário nos dias 22 e 23 de fevereiro, em Macapá.

O evento será realizado no centro de Macapá, marcando o encerramento do Programa de Formação em Gestão de Empreendimentos Agroextrativistas no Amapá

Realizado pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) em parceria com a Universidade do Estado do Amapá (UEAP), o evento marcará o encerramento oficial do Programa de Formação em Gestão de Empreendimentos Agroextrativistas no Amapá. A iniciativa foi realizada por ambas as organizações, em diálogo com outros projetos e ações desenvolvidos por uma rede que inclui a Embrapa Amapá, as Associações das Comunidades Tradicionais do Bailique (ACTB), de Moradores e Agricultores Familiares da Comunidade Rio Bacaba (Agrobacaba), da Escola Família Agroecológica do Macacoari (AEFAM) e a cooperativa Amazonbai, entre outras.

A fim de assegurar o protocolo de prevenção à COVID-19, o seminário será restrito a um público de 45 participantes, entre os quais se destacam mulheres extrativistas, lideranças comunitárias e dirigentes de organizações produtivas de base comunitária. Lideranças de organizações mistas, dos movimentos sociais e representantes de organizações públicas do Amapá também foram convidados para o evento.

 

Agenda – Na terça-feira (22), primeiro dia de programação, será realizada uma mesa sobre o contexto e as formas de acesso a políticas públicas de apoio à inclusão socioprodutiva de mulheres.  A agenda incluirá ainda o debate sobre a organização social e a garantia de direitos a mulheres e meninas que vivem nos territórios agroextrativistas.

O dia seguinte (23) será dedicado a rodas de conversa e trabalhos em grupo sobre as formas de melhorar a organização coletiva de três coletivos que atuam a partir do manejo da sociobiodiversidade: a Cozinha Coletiva Beira Amazonas, o Grupo de Mulheres do Limão do Curuá e a Amazonbai.

 

Formações – O Programa de Formação em Gestão de Empreendimentos Agroextrativistas no Amapá envolveu oito ciclos formativos, realizados de outubro de 2021 a fevereiro deste ano.

“Nos encontros formativos, procuramos criar espaços de diálogos sobre temas como gênero, trabalho, auto-organização, sustentabilidade, autonomia econômica e agroecologia, a partir da realidade vivenciadas pelo grupo de mulheres e melhorar o acesso delas às informações”, revela Waldiléia Rendeiro, analista socioambiental do IEB e coordenadora do Programa de Formação.

Junto com os módulos, o programa incentivou o diálogo entre mulheres que atuam em diferentes territórios na Amazônia.“A interação com outras experiências protagonizadas por mulheres do Amapá e de outros estados permitem trocar  conhecimento sobre processos de gestão, governança e mercados e, sobretudo, tem promovido reflexões sobre a desconstrução dos papeis socialmente atribuídos às mulheres e a importância do trabalho coletivo”, aponta Waldiléia.

“Os cursos de formação trouxeram muito aprendizado. As mulheres ribeirinhas se tornaram mulheres empoderadas. Aprendemos a fazer várias iguarias e também aprendemos como funciona uma organização, como devemos vender os nossos produtos no mercado por um preço justo”, avalia Deurizete Cardoso, da Coordenação da Cozinha Coletiva do Beira Amazonas, localizada no município de Itaubal.  A Cozinha conta com o envolvimento de mulheres de seis comunidades e foi construída com a colaboração do IEB, a fim de beneficiar a produção  agroextrativista com base na culinária local.

Os conteúdos ministrados pelo Programa de Formação também envolveram temas como  organização social; mercados; associativismo, cooperativismo e economia solidária; identidade visual; missão de négocios coletivos; produção de conteúdo digital e educação financeira no contexto do trabalho em cadeias de produtos da sociobiodiversidade.

“Aprendemos (nesses cursos) a fazer tabelas, como dividir o preço de cada produto, quanto a gente gasta com cada um para não perder lá na frente. Então eu acho que esse curso de formação está abrindo um leque na mente de várias pessoas. Uma organização envolve organizar e saber administrá-la, saber como tudo realmente funciona”, frisa Deurizete.

 

Histórico – As atividades do IEB no Amapá foram iniciadas em 2014, a partir da implantação de uma agenda socioambiental com as associações das Escolas Famílias do Amapá. Essas ações foram ampliadas com projetos de fortalecimento de cadeias de valor, com o objetivo de conectar economias comunitárias ao tema da educação. Alguns anos depois, a agenda de trabalho foi orientada ao trabalho com mulheres e jovens, buscando aumentar a visibilidade em relação ao protagonismo exercido por esses grupos nas economias locais.

Um exemplo dessas parcerias é a interação com o Grupo de Mulheres do Limão do Curuá, iniciada em 2020, após diálogos com pesquisadoras da Embrapa Amapá, que apoiam a comunidade na adoção de boas práticas de extração e produção do óleo do pracaxi.

Ana Cláudia Lira Guedes, pesquisadora da Embrapa Amapá, conta que a aproximação com esse Grupo de Mulheres iniciou quase no final de 2018.

“O processo de extração do óleo do pracaxi pelas mulheres do Curuá tem algumas peculiaridades: as sementes não são cozidas, mas trituradas e o escorrimento do óleo se dá por meio de prensagem, a partir de uma prensa construída pela própria comunidade”, relata a pesquisadora. “Mas aí verificamos que, embora o processo delas demandasse menos tempo e por isso apresentasse maior capacidade de produção, havia algumas etapas que ainda necessitavam de cuidados.”

Essas melhorias envolviam a aquisição de material e equipamentos adequados ao manuseio, extração e envasamento do óleo nas diferentes etapas de produção. Outra necessidade era a formação em processos de gestão de negócios e de organização social.

“Uma coisa que a gente constatou a partir das nossas atividades é que essas mulheres são muito inovadoras. Se elas veem que há uma coisa que dá para inovar e facilitar a vida delas, elas vão lá e fazem”, afirma Ana Cláudia.

A partir de diferentes projetos elaborados pelo próprio grupo de mulheres, essas questões passaram a ser resolvidas, com o apoio de organizações como o IEB e a Embrapa, entre outras.

Duas soluções encontradas em conjunto foram a aquisição de recipientes em aço inoxidável e a criação de uma prensa mais adequada à extração do óleo do pracaxi. Embalagens para a melhor apresentação e conservação do produto também foram adquiridas pela comunidade a partir dessa articulação.

“Os cursos que nos ofereceram foram muito bons. São novos conhecimentos que já estão nos ajudando e fortalecendo o nosso trabalho. O IEB também nos apoiou na aquisição de materiais, que vão nos ajudar a melhorar ainda mais a qualidade do nosso óleo nessa safra de 2022 e nas safras futuras”, enfatiza Maria Natali Correa, uma das representantes do Grupo de Mulheres do Limão do Curuá.

Fotos: Ana Lira Guedes-Embrapa Amapá

Assessoria de Comunicação do IEB

Flor da Samaúma e um novo circuito de ecoturismo e vitrine para a bioeconomia no Amapá

 

O empreendimento “Flor da Samaúma” é mais nova opção de passeio que mostra o potencial de ecoturismo e bioeconomia do Amapá, em um dos estados mais preservados do Brasil. O empreendimento fica localizado na Área de Preservação Ambiental (APA) do Quilombo do Curiaú, na Zona Norte de Macapá e fica há 30 minutos do centro da cidade.

 

Para se chegar ao local, é preciso percorrer o itinerário do ramal do Torrão do Curiaú, que leva cerca de 10 a 15 minutos até chegar ao Porto do Mocambo, onde se começa a imersão pelo lugar lindo cercado de rios, trilhas, muito verde e grande biodiversidade amazônica.

Após percorrer a ponte com
acessibildade que leva até o porto do Rio Curiaú Mirim, os visitantes embarcam no Catamarã “Flor da Samaúma” que faz o percurso até sua foz, que deságua no rio Amazonas. Desta vez, o guia do passeio foi o ex-governador João Alberto Capiberibe, que também comanda o empreendimento.

Capi, explica que essa área é ícone da história e da cultura amapaense. O Sítio pertence a sua família há mais de 30 anos, e agora se transformou nesse empreendimento.

“O projeto de ecoturismo tem dois passeios diários de catamarã. Uma paisagem lindíssima com passeio pelo rio Curiaú e que deságua no rio Amazonas, onde a frente da cidade pode ser vista. Três horas de imersão profunda com a nossa riquíssima biodiversidade”, explicou Capi.

Na volta do passeio de barco, o visitante pode degustar do café de caroço de açaí e se deliciar com o biscoito de castanha, produtos da floresta amazônica que já ganharam o mundo e geram muitos empregos no Amapá.

Nesse espaço, o público curte as atividades da bioeconomia amazônica, como a Vitaminosa de açaí  e se delícia com o saboroso vinho e a aprende mais sobre as colméias da meliponicultura, ou criação de abelhas sem ferrão.

Após a aula sobre bioeconomia, é hora de percorrer seiscentos metros de caminhada pela trilha com nome de espécies de árvores até chegar a principal atração que é a Samaúma, a rainha da floresta. Todo trajeto é acompanhado de perto pelas guias de turismo, Natália e Keila,  da própria comunidade e responsáveis em apresentar o belo cenário da floresta.

O passeio custa R$ 120,00 mas se você levar o RG e for amapaense só paga a metade do preço. Crianças até seis anos não paga, e até doze anos paga somente R$ 30, 00. Uma curiosidade: o Porto do Mocambo abrigou os primeiros escravos fugitivos durante a construção da Fortaleza de São José de Macapá. Se você quiser almoçar por lá , tem que ligar antes e fazer a reserva. Perto do empreendimento tem um restaurante que serve galinha caipira, pato no tucupi, peixe e camarão regional, tudo preparado na hora.

A jornalista Ana Girlene acompanhou o passeio no último sábado 12, e ficou encantada. “Que maravilha, estamos há uns minutos apenas do centro da cidade, acompanhando o passeio e se deslumbrando no majestoso no rio Amazonas, experimentando a nossa realidade amazônica, estamos tendo uma aula”, contou.

A equipe do Portal Alcilene Cavalcante, acompanhada de profissionais da imprensa e de turismo, estiveram no local para conhecer de perto o empreendimento. Eles  aprovaram a Flor da Samaúma, que com certeza é  deuma riqueza imensurável para os amapaenses.

 

Texto e fotos: Lilian Monteiro
Serviço

Flor da Samaúma Ecoturismo e Bioeconomia

Funcionamento e horário dos passeios: terça-feira a domingo
Hora: 8h30 às 11h30 e 15h30 às 18h30
Local: Porto Mocambo (Área de Proteção Ambiental do Curiaú, Macapá)
Mais informações: (96) 99108-4814 / (96) 99901-5532

Perfil nas redes

https://instagram.com/empreendimentoflordasamauma?utm_medium=copy_link

Horto Municipal será transformado em praça urbana pela Prefeitura de Macapá

 

 

A Prefeitura de Macapá planeja transformar o Horto Municipal, localizado no bairro Jardim Felicidade I, em uma praça pública, com algumas atrações semelhantes às que existem no Bioparque da Amazônia, como trilhas, espaço sensorial e orquidário. O processo está em fase de levantamento topográfico.

Objetivo do projeto é revitalizar e valorizar o jardim, que produz, aproximadamente, mil mudas por dia. Horto é responsável pela produção de mudas ornamentais, arbóreas e medicinais.

A reforma será executada pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura Urbana (Semob). A meta é revitalizar o espaço, dando um novo uso a ele. O planejamento foi feito pelo subsecretário municipal de obras públicas, Ivy Vasconcelos, e o projeto está orçado em pouco mais de R$ 5 milhões.

“Queremos transformar o local em um ambiente parecido com o Bioparque. A intenção é que o espaço passe a ter visitação, para que os munícipes tenham acesso a um parque urbano na zona norte, ou seja, aberto, conservado e valorizado. Também contamos com o público que frequentará esse jardim para cuidar dele”, explica Vasconcelos.

Horto Municipal
É administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Postura Urbana (Semam). O órgão é responsável pela produção de mudas ornamentais, arbóreas e medicinais, segundo a diretora do local, Lana Couto.

“A maioria dessas mudas e plantas são utilizadas no paisagismo e arborização da capital. Temos quatro divisões: a do Horto, de Arborização, de Paisagismo e de Educação Ambiental. Respectivamente, essas divisões têm como função multiplicar as plantas e mudas, enfeitar os canteiros, rotatórias e outros locais públicos e conscientizar a população sobre cuidados com as plantas e poluição e conservação do meio ambiente”, destaca.

Além de ser um espaço de integração com a natureza, o Horto Municipal faz doação de mudas e recebe visitas de estudantes. Os interessados em mudas devem solicitar à Semam a finalidade e a quantidade.

Quanto às visitas escolares, os alunos podem interagir com os vegetais e aprender todo o processo de cultivo até o repasse às praças da capital. O horto funciona das 8 às 14h e fica na Avenida Sebastião Queiroz Alcântara, no bairro Jardim Felicidade, zona norte de Macapá.

Colonialismo ecológico, um carrapato em nossas costas

 

João Capiberibe- Ex-governador e ex-senador, Psb-Ap. Ativista pelo desenvolvimento humano e sustentável da Amazônia.

– “Na minha casa eu frito peixe com ele,” disse-me uma senhora da comunidade. Pois é… eu tive que viver muitos anos, setenta e quatro, para ouvir isso pela primeira vez! Não! Não é possível! Reagi incrédulo. O que sei é que ele amarga e fede! Sobre a mesa havia uma dezena de garrafas, pedi uma colher e pela primeira vez provei o azeite de pracaxi.

Fiquei positivamente chocado com o sabor! Naquele dia, 29 de julho de 2021, aprendi que o pracaxi, além de sua utilização na medicina e na cosmética, era saboroso, bom de comer! De lá pra cá, eu troquei, o azeite de oliva, que vem de Portugal, as vezes da Grécia, pelo azeite de pracaxi, produzido pelas mulheres do Limão do Curuá, comunidade ribeirinha da Ilha Grande do Curuá, arquipélago do Bailique, onde eu me encontrava naquele dia de julho.

Pergunto-me porquê não aprendi isso antes, aliás, porquê não nasci sabendo que o azeite de pracaxi é tão bom na salada quanto o azeite de oliva. Pois bem, um dia desses convidei as pessoas mais qualificadas de minha cidade, professores doutores e pesquisadores, para provar uma saladinha que eu fiz em casa. Uma eu temperei com azeite de oliva, a outra com azeite de pracaxi, os mestres acharam as duas deliciosas, quando perguntei quem era quem, eles não souberam responder, não conseguiram distinguir um azeite do outro na salada. Eles, homens e mulheres de ciência, assim como eu até aquele 29 de julho no Limão do Curuá, não sabíamos que o azeite de pracaxi era comestível, tão bom quanto o azeite de oliva.

Essa degustação, que causou surpresa geral, foi um momento de intenso aprendizado, um dia para ficar na história, aconteceu em 20 de dezembro de 2021, quando homens e mulheres de ciência e tecnologia do Amapá, descobriram o azeite de pracaxi. E mais, nesse mesmo dia experimentaram e aprovaram o vinho tinto seco feito de açaí, no entanto este assunto deixo reservado para uma outra ocasião. Nesse dia, senti como nunca o peso do colonialismo ecológico em nossas vidas. É verdade! Somos detentores da maior biodiversidade do planeta. Também é verdade que pouca ou quase nada sabemos dela. Nossas universidades no Amapá e no Brasil, e mesmo a Embrapa, que estava presente na degustação, não têm politicas de pesquisa básica ou aplicada sobre a biodiversidade amazônica, quando muito vamos encontrar um ou outro abnegado, sem apoio institucional, desenvolvendo pequenos projetos nessa área.

Precisamos entender que nosso atraso é político! O carrapato que chegou por aqui há 500 anos continua agarrado em nossas costas, sugando nosso sangue, ensinando-nos a fazer tudo que é bom pra ele e nos mantendo na mais profunda ignorância sobre o que é bom pra nós. Continuamos consumindo azeite de oliva, plantando pinho e eucalipto, criando carpa e tilápia e exportando soja, como nos velhos tempos do Brasil colônia.

Mas nem sempre foi assim! Pelo menos num pedacinho do território nacional! Na década de noventa, vivemos ali uma experiência ousada, revolucionária, O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá – PDSA, que tirou das prateleiras da utopia o conceito de desenvolvimento sustentável e o transformou em prática de governo, colocando os indicadores sociais, econômicos e culturais do Amapá entre os mais altos do país, os registros históricos estão disponíveis, vamos revisitá-los e trazê-los de volta ao futuro. Não foi à toa que os corruptos reagiram ao PDSA, ele mexia nas estruturas da sociedade e redistribuía riquezas.

Portanto nem tudo está perdido! Naquelas jornadas de julho e dezembro, ao tomarmos conhecimento, pelas mulheres do Limão do Curuá, que o azeite do pracaxi extraído a frio era bom pra comer, caiu a nossa ficha! Ainda há tempo de nos reinventar e sair do atraso.

 

Cabo Orange: Clécio Luis estava em imersão nos ecossistemas e belezas cênicas da Unidade de Conservação

E seguindo seu projeto “Pelo Amapá Inteiro”, o ex-prefeito de Macapá, Clécio Luís, que segundo os analistas políticos é um forte candidato ao governo do estado,  fez essas dias uma imersão no Parque Nacional do Cabo Orange, que fica na foz do rio Oiapoque.
Por lá, Clécio aproveitou para mais conhecimentos sobre biodiversidade riquíssima da região, que concentra ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênicas.
O parque Nacional do Cabo Orange foi a primeira unidade de conservação federal criada no Amapá.

O encontro do rio Cassiporé com o oceano Atlântico, no cabo Orange, é o ponto de partida da expedição “Parque das Pororocas”

*Expedição Parque das Pororocas chega ao Rio Cassiporé em busca de novas ondas*

O encontro do Rio Cassiporé com o Oceano Atlântico, no Cabo Orange, extremo norte do Estado é o ponto de partida da Expedição Parque das Pororocas, organizada pela Associação de Velejadores do Amapá – Avap e Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais de Turismo, seccional Amapá – ABBTUR-AP. A equipe de exploradores chegou a região nesta segunda-feira, 17, para iniciar o mapeamento de uma área de 600 quilômetros de extensão da costa do Amapá, em missão de reconhecimento das potenciais pororocas que irão compor o projeto.

Nesta etapa será realizada análise técnica da onda localizada no município de Oiapoque, entre a Vila Velha e a foz, num trajeto de 50 km de rio. O estudo vai avaliar as condições para a prática de surf na pororoca, canoagem, stand up paddle e kitsurf, visando como produto final ações de fomento ao turismo de aventura que integre o circuito do Parque. Esse, de acordo com os idealizadores é o principal objetivo da expedição que reúne mais dez pontos onde ocorrem o fenômeno na costa amapaense. O radar inclui uma pororoca nas terras indígenas de Uaça, também no Cabo norte, mais duas no Rio Flexal, no município de Amapá e mais uma no arquipélago do Bailique.

“A expedição no Caissiporé é o marco inicial do projeto. Hoje temos conhecimento de pelo menos dez pontos na costa do Estado do Amapá, onde a pororoca acontece, e nossa intenção é organizar essas informações para criarmos, em parceria com a iniciativa privada e poder público, o Parque das Pororocas. Assim, poderemos usufruir da pororoca o ano inteiro.”, Jim Daves, presidente da Avap.

Os profissionais de turismo que integram o grupo farão aproveitamento dos dados do mapeamento para elaborar proposta de roteirização de viagens para turistas nacionais e internacionais, com vivências na comunidade da Vila Velha e visitações em locais estratégicos ao longo do leito rio.

O explorador e guia de turismo da secretaria de Estado do Turismo – Setur, Sandro Borges, aponta que entre as possibilidades de desenvolvimento do ecoturismo estão previstas a aplicação do turismo de base comunitária, com treinamento de receptivo para moradores locais, turismo de experiência e turismo de aventura.

“No mínimo já idenficamos quatro atividades promissoras para trabalhar a geração de emprego e renda através do ecoturismo na região, que são ações de políticas públicas previstas no plano estratégico da Setur. Ganha a comunidade, os turistas e profissionais envolvidos”, afirma o técnico.

*Aventura*

A experiência da imersão na floresta em busca de trilhas de aventura já faz parte da vida do explorador, Helder Lima. Viajante mochileiro, Helder só conhecia a pororoca pelas mídias e acreditava que o fenômeno tivesse terminado no Amapá.

“Não dá para viver na Amazônia e não aproveitar o melhor que há nela, que é essa diversidade de vida pulsante. Conhecer novas comunidades e está imerso na floresta já vale muito, imagina praticando esportes e nos conectando com esse universo de corpo e alma. A pororoca não acabou, e essa caçada em busca da onda é uma experiência única”, declarou.

Para a presidente da AABBTU-Ap, Alessandra Nunes, a expedição acontece num momento propício para alavancar o ecoturismo e desmitificar a ideia de que a pororoca no Amapá terminou.

“A AVAP trouxe essa informação sobre uma possível nova rota da pororoca, por isso estamos dando continuidade as visitas técnicas na região, buscando oportunidades e experiências para estimular as atividades turísticas identificadas na expedição. Assim podemos mapear, classificar e aplicar as atividades ecoturistica de forma sustentável e segura “, relatou.

A proposta da expedição também chamou atenção de empresários aventureiros que investem no setor do ecoturismo. Franco Montoril e Francisco Pytter fizeram questão de participar da construção do projeto desde a etapa embrionária.

“Já estamos no circuito de ecoturismo e aventura há alguns anos no estado, dentre as experiências radicais que tivemos, o surf na pororoca é algo impressionante e com um grande potencial econômico e social, pois envolve muita gente no processo de visitação”, afirmaram.


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Texto: Cintia Souza

Amapá é o estado que menos desmatou na Amazônia Legal em 2021, diz Imazon

O boletim do Imazon, divulgado nesta segunda-feira (17), aponta ainda que dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, apenas o Amapá não apresentou aumento do desmatamento em relação a 2020.

 

Além de superarem a devastação registrada no ano anterior, os estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins também tiveram as maiores áreas de floresta destruídas em 10 anos.

O Pará segue na liderança entre os estados que mais desmatam na Amazônia Legal. Foram 4.037 km² devastados, o que representa 39% de todo o desmatamento na região amazônica em 2021 – veja abaixo índices nos últimos 10 anos.

 

Segundo os  dados do  Imazon, o segundo estado que mais desmatou foi o Amazonas, com 2.071 km² destruídos.

Segundo o instituto, no Pará houve aumento da derrubada da floresta em áreas federais e estaduais. O Imazon informouque estão no Pará mais da metade das 10 terras indígenas e das 10 unidades de conservação que mais foram desmatadas.

Mulheres contaminadas por mercúrio

Por Dyepeson Martins- Agência Pública

Numa casa de madeira – com dois cômodos, móveis velhos e muitas goteiras – no município de Porto Grande, interior do Amapá, uma jovem de 23 anos, que nasceu e criou os três filhos na região, explica, com certo receio, que o garimpo próximo à residência sempre foi a única fonte de renda da família e, atualmente, também é cenário de preocupação com a saúde. “Tenho medo do que pode vir”, diz.

A identidade da jovem será preservada e, por isso, a chamaremos por um nome fictício: Ana. O medo de Ana está relacionado aos rumores de haver contaminação decorrente de produtos usados na exploração de ouro. A região foi uma das quatro da América Latina que participaram de uma pesquisa para analisar a exposição de mulheres ao mercúrio.

 

O estudo – publicado em junho de 2021 pelas organizações International Pollutants Elimination Network (IPEN) e Biodiversity Research Institute (BRI), com o apoio do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), que divulgou a pesquisa no Brasil em dezembro do ano passado – coletou amostras de fios de cabelo de 34 mulheres brasileiras e de outras 129 na Bolívia, Venezuela e Colômbia.

As mulheres que participaram do estudo têm entre 18 e 44 anos, idades classificadas como férteis. Em 58,8% dos casos analisados, identificou-se um nível de contaminação por mercúrio superior ao limite de 1 ppm (parte por milhão) estabelecido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA) para a percepção dos efeitos negativos em fetos. Além disso, 66,8% excederam 0,58 ppm, nível no qual, segundo os pesquisadores, os efeitos negativos podem começar a ocorrer.   

A região brasileira apresentou o segundo maior índice de contaminação, com o nível médio de 2,98 ppm. O mercúrio é um elemento líquido usado nos garimpos para ajudar na coleta e separação do ouro, por conta da facilidade de se unir a outros metais e formar amálgamas – ligas metálicas utilizadas na mineração.

A Agência Pública foi até a comunidade Vila Nova e investigou – com exclusividade – os impactos da contaminação para as mulheres. 

Não é preciso andar muito na estreita rua do vilarejo para ouvir dúvidas sobre problemas de saúde comuns entre os moradores. Esposas de garimpeiros relataram às pesquisadoras a ocorrência frequente de abortos espontâneos, crianças com dificuldades respiratórias e aparecimento de doenças sem diagnósticos definidos. 

“O mercúrio pode atingir o sistema nervoso, o sistema reprodutivo da mulher. Então muitas querem saber se o teor [de contaminação] delas está alto para terem, pelo menos, um horizonte para saber por onde começar a pesquisar doenças que elas apresentam e que, hoje, não têm explicação”, explicou Renata Ferreira, pesquisadora do Iepé e uma das responsáveis pela coleta de fios de cabelo e aplicação de questionários.

A preocupação com a saúde é recente. Antes, a angústia local voltava-se, principalmente, para os riscos estruturais da garimpagem. O tio de Ana, por exemplo, morreu soterrado por uma encosta que desabou durante a extração de ouro. Ana é neta, filha e esposa de garimpeiro e disse que voltou a pensar em trabalhar como agricultora para distanciar os filhos dos perigos do garimpo. “Depois que a gente soube [da contaminação], a nossa preocupação é que venha a acontecer outras doenças.” 

Mas a falta de apoio e limitações financeiras, entre outras dificuldades, impedem mudanças imediatas na vida de Ana e das outras mulheres que residem no local. “É mais a falta de recurso, ideia e espaço a gente tem. Se eu pudesse eu escolheria isso [agricultura]. Tem gente que pensa que tem muito ouro, mas a gente tá aqui só pra conseguir o básico pra viver.”

Luan Macêdo
Uma mulher negra posa de costas para a câmera; ela segura um bebê
Mães da região temem que a contaminação por mercúrio atinja os filhos

Ameaças e boatos

Com o difícil acesso a sinais de telefone e internet, a notícia sobre a contaminação por mercúrio se espalhou na comunidade em forma de boato no segundo semestre de 2021. Na localidade, o nível de instrução dos moradores é baixo: a maioria não concluiu o ensino fundamental. Em uma das casas visitadas pela reportagem, apenas um dos cinco membros da família frequentou a escola.

Os problemas estruturais e sociais facilitaram a disseminação de fake news sobre pesquisas científicas e os danos do mercúrio à saúde. “Disseram que colocando filtro na torneira já resolve”, disse uma moradora em relação ao consumo de água possivelmente contaminada. “Também já ouvi que tem gente com azougue [mercúrio] no sangue, não sei se é verdade”, completou.

Além disso, a pobreza, o medo da fome e a falta de informação são fatores que levam muitos ali a defender a atividade garimpeira. Em julho de 2021, as atividades da Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Vila Nova (Coopgavin) deveriam ter sido paralisadas após a interdição do garimpo para a regularização estrutural das barragens de rejeitos, conforme parecer técnico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). Contudo, a exploração mineral permanece ilegalmente e em menor escala por, justificam os garimpeiros, não haver outro meio de trabalho.

Luan Macêdo
Foto de entrada do garimpo Vila Nova
Comunidade Vila Nova fica no interior do Amapá e tem o garimpo como fonte de renda

Um membro da Coopgavin nos disse que, após a interdição, parte da comunidade passou a se alimentar somente com os produtos oferecidos em cestas básicas doadas por empresas do município vizinho. “Vem arroz, feijão, essas coisas, mas falta a proteína.” Com isso, os moradores decidiram voltar ao garimpo, que gera de R$ 200 a R$ 500 semanais à cada família.

A regularização da área está condicionada a mudanças estruturais e não engloba requisitos sobre a redução ou eliminação do uso de metais líquidos. Em 2018, o Brasil promulgou a Convenção de Minamata sobre Mercúrio, que limita o uso do elemento no território nacional. A Pública entrou em contato com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas não obteve respostas sobre as ações e restrições relacionadas ao controle do comércio e produção de mercúrio no Brasil.

Em regiões próximas à comunidade Vila Nova, há garimpos que nunca tiveram autorização de funcionamento e são administrados por grupos que geram tensão entre os garimpeiros licenciados e os que atuam clandestinamente. Quem mora no local tem receio de falar sobre os conflitos.

O vilarejo, assim como outras comunidades localizadas em áreas de garimpo, é visto como “terra sem lei” pelos moradores, em decorrência da falta de segurança pública e da dominação de pequenos grupos que controlam o comércio de ouro. “Acontece de tudo por aqui, tráfico, prostituição…”, contou uma pessoa à nossa equipe, apontando para um pequeno barraco onde, segundo ela, ocorreria a exploração sexual de jovens. Apesar disso, é muito presente um clima de solidariedade nas vizinhanças – as famílias ajudam umas às outras nos momentos de dificuldade financeira, com alimentação e transporte, por exemplo.

Esse contexto regional ajuda a explicar os desafios da pesquisa e por que os resultados ainda não foram entregues às mulheres, que participaram voluntariamente. A pesquisadora do Iepé, Renata Ferreira, contou que as participantes estavam curiosas e solícitas com o estudo, mas as mulheres teriam ficado com receio de passar informações após a chegada do presidente da cooperativa na comunidade. Não ficou claro se houve uma proibição explícita. “Com a presença dele, muitas se retraíram e não quiseram mais participar.”

Além disso, as pesquisadoras relataram ameaças de garimpeiros para impedir a continuação dos trabalhos. Uma caminhonete — o dono do veículo não foi identificado — chegou a ser incendiada para enviar uma “mensagem” sobre as consequências do prosseguimento do estudo. O “recado” teria sido repassado pelo frentista de um posto de gasolina de um município próximo também afetado pela mineração, Pedra Branca do Amapari.

“Informou a gente que seria melhor não entrar mais no garimpo. Eu perguntei por que não e ele: ‘Ah, vai ter um recado para vocês na estrada’. Continuamos na estrada e vimos uma caminhonete queimando”, contou a pesquisadora, destacando que esse foi o motivo para a não realização de um segundo dia de coleta. “Ele [frentista] havia nos dito que poderia acontecer conosco o que aconteceu com o outro carro. Decidimos retornar com as poucas amostras que a gente tinha.”

Com as ameaças, as pesquisadoras estão com medo de retornar ao local e entregar os resultados das análises. As mulheres que aceitaram doar amostras de cabelo teriam sido advertidas pelos maridos. Há também relatos de que a pesquisa foi tema de um sermão na única igrejinha evangélica construída na comunidade. Testemunhas relataram que o líder religioso orientou as fiéis a não colaborar com o estudo por representar um atentado ao “véu” – denominação utilizada pelo pastor para se referir ao cabelo das cristãs.

Mesmo com as limitações, a quantidade de amostras coletadas foi suficiente para evidenciar os efeitos indiretos do garimpo artesanal. Apontam um alto índice de contaminação em mulheres que não atuam na exploração de ouro, mas consomem regularmente peixes do rio Vila Nova. As consequências, no entanto, podem alcançar um número muito maior de regiões, a partir do comércio das espécies contaminadas, explicou o coordenador de gestão da informação do Iepé, Decio Yokota.

“A parte nefasta do mercúrio é essa. Não é só uma contaminação localizada das pessoas que estão trabalhando nisso, que moram ali. As pessoas estão sendo exploradas. As pessoas não têm consciência do que ocorre com a própria vida. Elas estão contaminando o meio ambiente com o uso desse elemento, e essa contaminação está indo para a população em geral através do pescado”, disse Yokota.

Luan Macêdo

Imagem mostra área de exploração da garimpo, com montes de terras cavados e um pequeno poço de água escura e contaminada

Comunidades localizadas em áreas de garimpo são vistas como “terra sem lei” pelos moradores

Pelo menos mil pessoas vivem na comunidade Vila Nova. Quando a reportagem chegou ao local, o fornecimento de energia elétrica estava interrompido havia mais de dois dias. No único posto de saúde, apenas uma técnica de enfermagem realizava, havia quase duas semanas, o atendimento dos moradores. “Ela faz trabalho de médico, enfermeiro, de tudo”, contou uma ribeirinha.

A localidade está situada no meio da selva amazônica, tem estreitos corredores de água e pântanos de floresta baixa e densa. Há reflexos nítidos da atividade de garimpo no cotidiano das famílias: maquinário pesado estacionado em frente a algumas residências, garimpeiros caminhando com roupas sujas de barro e segurando peneiras de madeira, por exemplo. As irregularidades no solo e os relevos resultantes de escavações podem ser percebidos em vários pontos, como na casa de uma mulher de 28 anos que tem de “quintal” uma imensa área utilizada na mineração.

Fotos: Luan Macêdo

Ecoturismo e Bioeconomia na APA do Curiaú. O “Flor da Samauma” começa a funcionar e tem passeios incríveis

 

Na próxima segunda-feira, 10, entra em atividade, em Macapá, o empreendimento Flor da Samaúma/Ecoturismo/Bioeconomia. O local que fica na Área de Preservação Ambiental (APA) do Curiaú está há 30 minutos do centro da cidade e vai permitir aos turistas um passeio para conhecer um pouco da biodiversidade da Amazônia Brasileira e do estado mais preservado do Brasil.

A aventura começa por um ramal de mata fechada onde já se obeserva as mais variadas espécies de árvores que estão numa região de várzea. Na chegada à comunidade do Mocambo, região do Curiaú que recebeu os primeiros escravos fugitivos durante a construção da Fortaleza de São José de Macapá, o turista já desce numa das passarelas de madeira construída com acessibildade que leva até o porto do Rio Curiaú Mirim, de onde aguarda o catamarã Flor da Samaúma que irá fazer percurso até sua foz, que deságua no rio Amazonas.

Durante o percurso, o turista é desafiado a citar nomes de árvores que conhece com direito à sorteio de litros de açaí, produto extraído da própria região. Durante o passeio no catamarã, o turista pode degustar do café de caroço de açaí e se deliciar com o biscoito de castanha, produtos da floresta amazônica que já ganharam o mundo e geram muitos empregos no Amapá.

Depois do passeio no Catamarã é hora de ancorar no sítio Torrão Bonito, sede do empreendimento Flor da Samaúma. Nesse espaço, o turista terá duas atividades da bioeconomia amazônica, a Vitaminosa Flor da Samaúma, onde se beneficia o saboroso açaí, e as colméias da meliponicultura, ou criação de abelhas sem ferrão.

É onde também tem quinhentos metros de caminhada pela trilha com nome de espécies de árvores até chegar a principal atração que é a samaúma, onde vive a rainha da floresta.

Todo trajeto é acompanhado de perto pelas guias de turismo, Natália e Keila, filhas da própria comunidade e responsáveis em apresentar o belo cenário da floresta de várzea.

Antes da inauguração, os cadeirantes Joelson Rogério da Silva Santos e Antônio Marcos Figueiredo, conheceram o empreendimento Flor da Samaúma e aprovaram a estrutura que garante acessibilidade. “Vai receber o celo de acessibilidade”, afirmou Joelson.

A partir da próxima semana, terá passeios de terça a domingo com saída pela manhã do porto do Mocambo às 8h30 e retorno às 11h30. À tarde será às 15h30 e retorno às 18H30. Para reservar seu passeio entre em contado:
E-mail: [email protected]
WhatsApp: (96) 99108-4814
Instagram: @empreendimentoflordasamauma

SEMA aplica multa de R$ 50 milhões em mineradora por mortandade de peixes em Pedra Branca do Amapari

 

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) aplicou três autos de infração ambiental que totalizaram o valor de R$ 50 milhões na empresa Mina Tucano pela situação de mortandade de peixes no município de Pedra Branca do Amapari, ocorrido em novembro.


O relatório técnico da secretaria apurou que houve contaminação ambiental por lançamento de efluentes industriais em corpo hídrico, resultando na alteração da qualidade da água e mortandade de peixes.

O grupo de trabalho formado por técnicos da Sema realizou duas visitas para apuração in loco da denúncia: a 1ª o dia 29 de novembro e a segunda dia 02 de dezembro, ambas no ano de 2021.  A demanda inicial era investigar os fatos relacionados à mortandade de peixes no igarapé Areia, no município de Pedra Branca do Amapari, ocorrido, segundo moradores, nos dias 26 e 27 de novembro.

A investigação ocorreu com coleta e análises de água, fotografias tiradas em momentos anteriores ao evento, feitas por técnicos da SEMA, mapas georreferenciados, imagens de satélites e investigação da fauna aquática e da flora.

“Após a coleta e análise minuciosa constatou-se que os corpos hídricos do Igarapé Silvestre e Igarapé Areia sofreram intervenções expressivas que resultaram na ocorrência de dano ambiental, com consequentes impactos ambientais negativos nos meios físicos, bióticos e socioeconômicos, indicados pela perda significativa da fauna aquática e profundas alterações físico-químicas”, destacou a secretária de estado do meio ambiente, Josiane Ferreira.

Segundo o relatório técnico Nº 001/2021 do grupo de trabalho instituído para o caso, houve contaminação dos corpos hídricos, provocada pelo lançamento de efluentes com alta concentração de cianeto, oriundos da barragem de rejeitos da mineradora. Ocasionando elevada mortandade de peixes ocorrida no igarapé Areia.

Desta forma, o Grupo de Trabalho sugeriu as devidas providências, quanto a constatação de dano ambiental provocado pela empresa Mina Tucano e adoção das providências cabíveis que resultaram em 3 atos Infração ambiental: pela mortandade de peixes; descumprimento da condicionante e das  2 notificações entregues em 02/12/2021.

Visitas guiadas atraem mais de 8 mil pessoas para o Bioparque

 

Já pensou em realizar um passeio diferente no Bioparque da Amazônia? Isso é possível através das visitas guiadas com os guardas-parques. O passeio busca apresentar noções de educação ambiental. Desde a reabertura do parque em maio até o mês de dezembro, a atração foi destaque na unidade, trazendo mais de 8 mil pessoas ao espaço, segundo um levantamento realizado pela administração da unidade.

A atração é gratuita destinada principalmente ao público infantil das escolas públicas e privadas. Mas também costuma atender integrantes de igrejas, ongs, diversos centros de assistência e projetos sociais. O objetivo de contribuir com a promoção da preservação da natureza e conservação das espécies.


O passeio de contemplação da fauna e flora amazônica percorre diferentes trechos do parque. Os roteiros são adequados à faixa etária dos visitantes, se no caso das excursões escolares, podem abordar questões relacionadas à fauna, à conservação, à botânica e à interferência do homem na natureza.

A visita monitorada tem aproximadamente 1 hora de duração. A atração inicia na entrada do parque, com as boas-vindas de profissional capacitado que explica o roteiro e instruções necessárias. O passeio percorre os logradouros dos animais, onde são explanadas as histórias desses habitantes do parque, o orquidário, jardim sensorial e finaliza no ecótono, um ambiente formado por ecossistemas que integram floresta de terra firme, cerrado e áreas de ressaca.

Saiba como agendar visitas guiadas
Para solicitar, as instituições precisam enviar um ofício à gerência do parque, pelo menos uma semana antes da data desejada, no e-mail [email protected]. No documento deve conter o nome da instituição e a quantidade das pessoas que irão participar da excursão, bem como o nome dos responsáveis. Mais informações podem ser adquiridas pelo telefone (96) 99970-2084.

“O parque recebe duas turmas por turno, em média com 40 alunos. O passeio acontece de terça à sexta-feira, de forma gratuita. Lembrando que o uso de máscara de proteção é obrigatório durante todo o percurso”, destaca o diretor-presidente do Bioparque, José Aranha Neto.

Áreas visitadas

• Trilha terrestre Guarda Parque (4 quilômetros);
• Trilha terrestre Ressaca (700 metros);
• Trilha terrestre Sacaca (700 metros);
• Trilha terrestre da Onça (330 metros);
• Trilha terrestre Pau-brasil (330 metros);
• Ecótono
• Jardim Sensorial (espaço acessível para locomoção de pessoas com dificuldade de locomoção);
• Memorial das Orquídeas de Teresa Leite;
• Casa da Árvore (construída a 3 metros do chão);
• Jardim Amazônico: com cascata e Poço da Mãe D’água;
• Jardim dos Poetas.

Arquipélago do Bailique corre risco de sumir do mapa

 

A reportagem é de Rudja Santos, publicada por Amazônia Real, 09-12-2021

É improvisando e resistindo que vivem hoje cerca de 13 mil ribeirinhos do Arquipélago do Bailique, um conjunto de oito ilhas que fica a 180 quilômetros de Macapá, no leste do Amapá. São 57 comunidades banhadas pelo rio Amazonas, com acesso apenas por via fluvial, através das mais diversas embarcações. A população enfrenta dois fenômenos, que têm comprometido a sua sobrevivência: a erosão das terras à margem dos rios, conhecida como “terras caídas”; e o aumento da salinidade das águas dos mananciais, que compromete o acesso à água potável e uma recorrente crise hídrica.

 

O conjunto de oito ilhas do Amapá sofre com a erosão de terras e a salinização da água doce; moradores temem ficar sem condições de sobrevivência no local.

A agência Amazônia Real percorreu oito comunidades para ouvir a população do Bailique. A viagem até a primeira comunidade, Itamatatuba, dura cerca de 4 horas a partir de um atalho saindo do município de Itaubal. Pelo caminho, passando pelo rio estreito, já é possível ver as consequências das “terras caídas”. A paisagem é desoladora, não apenas pelas casas abandonadas, mas pelo perigo de navegação por conta de grandes árvores, que caíram com a erosão. Pequenas embarcações têm dificuldade de fazer a travessia. Navios comerciais e de transporte de passageiros utilizam outro caminho rio adentro, mas essa viagem pode durar em média 12 horas.

Em toda a extensão do arquipélago, é possível encontrar casas de madeira sendo desmontadas por causa das “terras caídas”. É o sinal de que seus moradores estão buscando um outro lugar para sobreviver. Este é o caso do autônomo Raimundo Santos, de 62 anos, da comunidade de Vila Progresso. Ele disse à reportagem da Amazônia Real, em outubro, que se permanecer “o risco é grande”. Conta que parte da casa dele já foi engolida pela erosão. “Hoje moro sozinho aqui e estou tentando salvar o que sobrou da casa. Já é a terceira vez que eu preciso desmontar ela porque nas outras duas o rio levou. Medo eu tenho, de dormir e já acordar dentro do buraco, mas não tem o que fazer”, lamenta.

Já a salinização das águas do rio Amazonas no arquipélago do Bailique, como relatam os moradores das ilhas, sempre ocorreu em determinada época do ano, mas eles alertam para o agravamento da situação. É nesta região que o manancial se encontra com o Oceano Atlântico. “Já tem uns três anos que vem piorando. Agora em 2021, estamos nesse sofrimento há três meses. Eu já tenho problemas de estômago e quando eu bebo essa água eu sinto muita dor”, conta Iranete Braga, 30 anos, moradora da comunidade Andiroba, onde vivem cerca de 38 famílias. Ela afirma que a família vem sofrendo com coceiras desde o início do processo de salinização.

 

Para tentar conter os danos causados à comunidade pelas águas salgadas, em meados de outubro, o governo do Amapá em parceria com a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), começou a transportar tanques de água para o arquipélago. No entanto, os moradores reclamam da qualidade do produto. A aposentada Raimunda Silva conta que a comunidade recusou a oferta. “Logo que eles abriram o mangueiro saiu aquela água horrível, amarela, e então a gente não quis. O medo era de adoecer, já que ninguém sabe como aquela água veio dentro do tanque. A gente é do Bailique, mas não é porco para tomar água desse jeito. Se fosse garrafa de mineral a gente aceitava, mas desse jeito é melhor tomar a água salgada”, afirmou a moradora do Itamatatuba.

Os impactos socioambientais

 

A bióloga Silvia Faustino, professora da Universidade Federal do Amapá (Unifap), demonstra preocupação com as possíveis consequências do fenômeno da salinização. Ela explica que existem vários motivos que podem explicar o aumento da sal na água doce do rio Amazonas, mas aponta que, entre eles, está a construção de hidrelétricas. “O rio Araguari também desembocava no Oceano Atlântico igual ao Amazonas. Imagina um rio de grande volume levando suas águas mar adentro. Então a diluição era muito maior porque tinha mais força quando o rio não era represado. Agora o rio não chega mais e diminuiu um grande volume de água doce também permitindo maior entrada do oceano para o continente”, disse.

 

O rio Araguari é represado, em um raio de 12 quilômetros, por três hidrelétricas: Cachoeira Caldeirão, em atividade desde 2016 e controlada pelas empresas CWEI Brasil Participações, do grupo China Three Gorges (CTG); Ferreira Gomes, em operação desde 2014 pela empresa Ferreira Gomes Energia – Grupo Alupar Investimento S/A; e Coaracy Nunes, que tem a concessão da Centrais Elétricas do Norte (Eletronorte) e foi inaugurada em 1976. É a primeira usina da Amazônia, criada pelo governo da ditadura civil-militar para sustentar a extração do minério de manganês na Serra do Navio.

 

Apesar das hidrelétricas, o arquipélago do Bailique também enfrenta a crise do apagão como em outros municípios do Amapá desde o ano passado. Ainda não há pesquisas que comprovem que o represamento das barragens das hidrelétricas seja a causa do aumento do sal na água dos rios Amazonas e Araguaia. A reportagem procurou a Eletronorte para a empresa comentar o caso, mas não obteve retorno.

 

Segundo Valdenira dos Santos, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) e doutora em geológica e geofísica marinha, o fenômeno da erosão no arquipélago do Bailique é comum e está associado à variação das águas nos períodos chuvosos e não chuvosos, assim como às correntes do rio. Ela explica que, à medida que as chuvas se precipitam sob o solo e, se ele estiver decapeado, a tendência é que esses terrenos às margens do rio caiam por ação da gravidade, colapsando rapidamente grandes áreas se o fenômeno for de grande magnitude. Decapeado é quando uma rocha está sem a sua primeira camada de terra. “Quando as terras caem, acabam jogando grande quantidade de sedimentos na água”, diz a pesquisadora.

 

Valdenira dos Santos explica que o fenômeno da salinização ocorre sazonalmente com rios que deságuam no Oceano Atlântico. “É como se o rio jogasse 70 piscinas olímpicas no mar a cada segundo”, explica. Segundo ela, é comum que a água salina entre no rio, diluindo o sal do mar dentro da água doce. Ela afirma que no período chuvoso, a água dilui mais e fica mais doce. No período mais seco, o volume da água do rio diminui e acaba ficando mais salgada.

 

A pesquisadora também alerta que é necessário a realização de investigações para traçar hipóteses mais robustas sobre o aumento do nível de salinidade. “Temos discutido o que pode ser feito. É preciso ter formas de abastecimento de água potável para as comunidades, mas quando se trata de sal, a tecnologia é mais aprimorada e para traçar ações que sejam efetivas e duradouras, precisamos de informações científicas”, esclarece a geóloga, destacando que isso explica na demanda de aparelhos caros, que no momento não estão ao alcance do Iepa.

 

Doação de água potável

 

A principal unidade escolar do arquipélago, a Escola Bosque, é uma das mais afetadas pelas erosões e já teve de interditar prédios do complexo. Com capacidade para quase 800 alunos, hoje funciona com esse número reduzido à metade. A diretora-adjunta da unidade, Denise Figueiredo, teme pela segurança dos estudantes. Hoje a escola ocupa até a cantina como sala de aula, enquanto aguarda a execução de um projeto mencionado pela Secretaria Estadual de Educação para a construção de um novo prédio em um local mais seguro. Ela ainda esclarece que com a falta de energia e água constante no local, tem sido difícil manter as portas abertas.

 

A assessoria de comunicação da Caesa explica que, mesmo com a desinfecção da balsa, o movimento das marés acabou por liberar um pouco de ferro na água. Para solucionar a situação, a partir do segundo carregamento, instalou um filtro na balsa, que assegurou a qualidade da água durante o processo de descarga já nos reservatórios do Bailique.

 

O diretor-presidente da Caesa, Valdinei Amanajás, informou em nota, que a água distribuída é para fins de consumo e preparo de alimentos. Ele também disse que as famílias devem ter espaço para armazená-la, pois, segundo ele, um maior número de viagens da balsa de abastecimento demandaria muita logística e tempo.

 

Para Gisele Soares, moradora da comunidade do Carneiro, a orientação não agradou. “A gente não tem onde armazenar e nem como ir buscar na Vila Progresso (principal comunidade do Bailique). A gasolina está muito cara e não temos como trazer a água em grande quantidade na voadeira”, lamentou.

 

A companhia também esclarece a falta de estações de tratamento de água no arquipélago, afirmando que havia quatro, mas que três foram perdidas por conta das terras caídas, sendo inviável, segundo a Caesa, investir recorrentemente em estruturas que serão destruídas em poucos meses pela erosão.

 

 

Bebendo água salgada

Mesmo recebendo água do governo do Estado e da Prefeitura de Macapá, os moradores continuam utilizando a água salgada para atividades como banho e limpeza. O caso da Iranete não é isolado. Há diversos relatos de pessoas com alergias e doenças de pele. Isolene Rosário Tavares, 42 anos, conta que este ano, a água começou a ficar salgada no início de setembro e que nunca tinha ficado tão grave, causando problemas de saúde principalmente nas crianças. “Estou cheia de coceira e feridas, já fui ao médico e tomei remédio, mas continuo usando a água salgada, então a alergia não passa. A minha neta tomou até antibiótico e melhorou, mas o remédio acabou e a coceira voltou. Meu neto Gabriel, de 5 meses, também ficou com muita coceira e com feridas. No final de outubro, pegamos a água mineral que a prefeitura (de Macapá) entregou, mas o banho ainda continua com água salgada”, afirmou a moradora da comunidade do Carneiro. Ela ainda conta que estava pegando água doce em outra comunidade, mas que agora ela já está salgada também.

Crianças com feridas na pele pelo contato com a água salgada, na comunidade do Carneiro (Foto: Rudja Santos/Amazônia Real).

O risco ambiental é outra questão a ser enfrentada. Segundo a bióloga Silvia Faustino, os peixes de água doce podem não se adequar à quantidade de sal presente no rio, o que pode causar impacto no modo de pescar e se alimentar, assim como perda da biodiversidade, flora e fauna. Para ela, as plantas nativas também podem ser prejudicadas por não estarem acostumadas ao novo dinamismo de um ambiente salinizado.

 

Em 2019, foram instaladas placas solares e uma estação de tratamento e dessalinização da água na comunidade do Franquinho, através de um projeto coordenado pela Universidade Estadual do Amapá (Ueap). O responsável pela manutenção da estação, o morador Paulo Robson, explicou que o dispositivo faz 50 litros de água por hora, mas não cai direto na torneira, ficando armazenada em um reservatório. A quantidade está longe de suprir a demanda da comunidade, além de não estar funcionando por falta de manutenção. “Quando ele deu problema, a gente se aperreou um pouco porque não tem outra maneira. A gente até guardou água da chuva, mas não é suficiente para terminar o período da água salgada e o dessalinizador deu problema justamente nessa época”, explica Robson.

 

As placas solares têm se tornado cada vez mais comuns nas ilhas do Bailique e o motivo é a constante falta de energia. Comerciantes relatam prejuízos nos produtos resfriados e eletrodomésticos queimados. A Companhia de Eletricidade do Amapá informou que a distância do arquipélago de outros centros urbanos dificulta a manutenção da rede, e com a região sendo afetada pelo fenômeno das terras caídas, a erosão acaba danificando postes e redes que levam energia para o local. No início de outubro, um homem de 26 anos morreu na Vila Progresso, após se encostar a um dos cabos de energia que estava caído na passarela.

Sobrevivendo de doações, os moradores cobram do poder público uma solução definitiva para os diversos problemas das comunidades. Enquanto isso não acontece, a vida no Bailique permanece difícil e sem perspectiva de melhorar, correndo o risco de sumir do mapa.

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