Exposição de grafismos marca o mês de celebrações aos povos indígenas no Amapá

Obras de artistas indígenas são projetadas em pontos turísticos do estado e seguem até o sábado, 22.


O Governo do Estado deu início a uma série de exposições sobre a identidade cultural das etnias indígenas do Amapá e Norte do Pará. A programação teve início na quarta-feira, 19, com projeção gráfica no monumento do Marco Zero do Equador.

A secretária dos Povos Indígenas, Simone Karipuna, ressalta que a data é simbólica, de resistência e de luta em todo o país, e que no Amapá não é diferente, com uma população de 11 diferentes povos que formam quatro regiões no estado.

“Não somente no mês de abril, mas ao longo de todo o ano, é destacar a importância de os povos indígenas saírem da invisibilidade e de toda a comunidade conhecer e entender a nossa realidade. Iniciamos esse trabalho com a projeção do grafismo indígenas, ocupando esse espaço, para mostrar que existimos e dizer que chegamos até aqui”, reforça a secretária.

Quem passava pelo local pôde avistar de longe o trabalho dos artistas Keyla Palikur e Yemollay Karipuna projetados em um dos principais cartões-postais do estado, que retrata um pouco da história, da identidade e da cultura dos povos indígenas.

A programação é coordenada pela Secretaria Colegiada dos Povos Indígenas (Sepi) e a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), e ficará visível até sábado, 22.

“Hoje é um dia muito especial porque a gente conseguiu trazer para a programação do Abril Indígena essa atividade mais que especial, trazendo as expressões de  artistas Indígenas, que trabalham com artes visuais e através de suas arte retrata um pouco da identidade de seus povos”, destaca a secretária de Cultura, Clícia Di Miceli.

Secult participa de visita técnica à Fortaleza de São José de Macapá para projeto de restauração

Atualmente, são realizados os estudos historiográficos e de viabilidade econômica para iniciar as intervenções no monumento.


A Secretaria de Estado de Cultura (Secult) trabalha para dar celeridade ao início das obras de revitalização da Fortaleza de São José de Macapá, que concorre ao título de Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). As intervenções são um passo necessário para o título, que vai valorizar a importância do monumento histórico.

Como parte desta etapa, na quinta-feira, 6, as equipes técnicas da Secult, da Associação Pró-Cultural e Promoção das Artes (Appa) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fizeram uma visita técnica ao forte. Atualmente, são realizados os estudos historiográficos e de viabilidade econômica para iniciar os projetos arquitetônico e de restauração, que tratam efetivamente das melhorias sobre a estrutura física e a utilização do monumento.

Serão investidos R$ 30 milhões nas obras, resultado de um contrato realizado em 2022, entre Governo do Estado, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Appa, entidade sem fins lucrativos contratada para realizar o projeto de restauração, qualificação e conservação da Fortaleza.

A secretária de Cultura, Clícia di Miceli, esteve em Brasília no início da semana para dar celeridade à revitalização junto ao Ministério de Cultura e outros órgãos envolvidos. Ela acredita que as obras vão dar um novo sentido para o monumento.

“A população vai poder desfrutar de um espaço novo com atividades econômicas e culturais desse importante patrimônio histórico cultural do estado e da região amazônica”, disse a gestora da Secult.

Após a visita técnica, será elaborado um relatório destinado aos profissionais da Appa para finalização dos estudos. De acordo com o presidente da associação, Felipe Xavier, as condições atuais da Fortaleza são boas em comparação a outros patrimônios da mesma idade.

“A gente espera deixar aqui um espaço pulsante, um espaço vivo, realmente ocupado e buscado pelo amapaense, e também que seja um indutor turístico de negócios, que atraia os olhares do mundo, principalmente a partir da chancela da Fortaleza como patrimônio da humanidade, gerando valores econômicos para os amapaenses”, pontuou o presidente.

Para a diretora da Fortaleza de São José, Flávia Souza, os maiores beneficiados com as obras são os amapaenses.

“A restauração vai proporcionar nossos olhares sobre a história da Fortaleza, a readequação dos espaços com acessibilidade e toda essa nova roupagem moderna vai trazer grandes benefícios à população”, afirmou.

Candidata a patrimônio da humanidade

Construída no período de 1764 a 1782 para proteger as fronteiras do “Cabo Norte”, como era conhecido o Amapá no período colonial, a Fortaleza de São José de Macapá é a maior construída pelos portugueses na América do Sul.

Junto com outras 18 fortificações deste período – 16 ao longo da costa e outras duas na fronteira continental -, ela ajuda a contar a história da formação territorial do país e da ocupação europeia na América.

Tamanha relevância tanto nacional quanto internacionalmente, explica o superintendente do Iphan no Amapá, Haroldo Oliveira, rendeu a candidatura ao título de Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

“Cada país com cadeira na ONU tem o direito de indicar construções e obras de relevância mundial para a outorga de Patrimônio da Humanidade, e esse é o legado que a Fortaleza traz consigo ao lado das demais fortificações do país”, ressaltou Oliveira.