Ciclo do Marabaixo 2024 inicia com exaltação a fé e a resistência do povo negro amapaense

Com apoio do Governo do Amapá, a programação festiva iniciou neste sábado, 30, e se estende até 2 de junho.

Com o toque ritmado das caixas e no bailado das saias floridas, as festividades do Ciclo do Marabaixo 2024, maior expressão cultural do estado, iniciaram neste Sábado de Aleluia, 30, com apoio do Governo do Amapá, nos barracões dos grupos tradicionais de Macapá. A programação integra o Plano de Governo de valorização do setor cultural e das manifestações tradicionais.

CONFIRA AQUI A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO CICLO DO MARABAIXO

Com o tema: “O rufar dos tambores para além da tradição”, as celebrações que promovem um verdadeiro encontro de gerações e reúnem a comunidade em momentos de fé e resistência, seguem até o dia 2 de junho, “Domingo do Senhor”, o primeiro após o Corpus Christi. O primeiro dia do evento foi marcado pelo encontro de gerações que seguem mantendo vivas e fortalecendo as tradições do Marabaixo.

No Barracão da Tia Gertrudes, no bairro Santa Rita, os descendentes de Gertrudes Saturnino, que dá nome ao espaço, se reuniram para festejar. A coordenadora do grupo, Valdinete Costa, celebrou o início da programação com toda família, filhos, netos e irmãos.

“É muito bom estar aqui, em mais um Ciclo do Marabaixo, com toda família reunida, cheios de fé, gratidão e amor pela nossa cultura. Ver as novas gerações engajadas, desde cedo, com o movimento do Marabaixo nos incentiva e faz com que a gente continue perpetuando a nossa tradição”, disse Valdinete.

Na avenida Mendonça Furtado, as caixas rufaram no Barracão da Dica Congó, sede do grupo Raízes da Favela, irradiando animação e alegria. Para a técnica em enfermagem Daiane Braz, de 35 anos, participar a cada ano do Ciclo do Marabaixo é uma sensação gratificante.

“É uma grande satisfação estar mais um ano participando, mais um ano festejando e manifestando a nossa cultura e tradição, que é a maior expressão cultural que o estado tem”, ressaltou a marabaxeira.

 

A abertura do Ciclo do Marabaixo 2024 também contou com celebrações nos barracões da Casa Grande, no Curiaú, e em Campina Grande. Este ano a festividade é coordenada pelos grupos Berço do Marabaixo, Raízes da Favela (Dica Congó), Marabaixo do Pavão, Raimundo Ladislau, União Folclórica de Campina Grande (UFCG) e Santíssima Trindade, da comunidade de Casa Grande.

A programação segue neste domingo, 31. Desta vez, as caixas rufam nos barracões dos grupos Marabaixo do Pavão e Raimundo Ladislau, no bairro do Laguinho, a partir das 16h.

Homenagem

Além das tradicionais celebrações, o primeiro dia do Ciclo do Marabaixo 2024 foi de homenagens, em todos os barracões, ao presidente da Associação Marabaixo da Juventude, Alan Loureiro, que faleceu neste sábado, 30.

Cantador de Marabaixo e compositor de “ladrões”, Alan Loureiro, era do Igarapé do Lago, em Santana, berço do Marabaixo, e ecoou sua voz nas rodas e festividades pelo estado, ao som dos tambores, a tradição e a história deste símbolo da cultura negra e do povo amapaense.

Presença marcante durante o Ciclo do Marabaixo, participava ativamente nas tradicionais casas de marabaixo Raízes da Favela, Dica Congó, União Devotos de Nossa Senhora da Conceição e União Folclórica Igarapé do Lago.

Ciclo do Marabaixo

A tradição traz o culto pelo Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, com missas, ladainhas, cortejo da murta e o levante e corte de mastros nas matas. As rodas de marabaixo, gengibirra e o caldo de carne, conhecido como o tradicional “cozidão”, também integram essa importante manifestação cultural e religiosa.

O Ciclo do Marabaixo é realizado pelos grupos Berço do Marabaixo, Raízes da Favela (Dica Congó), Marabaixo do Pavão, Raimundo Ladislau, União Folclórica de Campina Grande (UFCG) e Santíssima Trindade, da comunidade de Casa Grande.

Patrimônio cultural

Em 2018, o marabaixo recebeu o título de patrimônio cultural brasileiro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A certificação reconhece a presença das ancestralidades africanas na formação social e cultural do Amapá e da Amazônia. Além disso, pode assegurar condições de transmissão e reprodução dessa manifestação cultural.

Banzeiro do Brilho-de-fogo comemora 10 anos e faz cortejo de abertura do réveillon em Fazendinha

Banzeiro do Brilho-de-fogo comemora 10 anos e faz cortejo de abertura do réveillon em Fazendinha


O Banzeiro do Brilho-de-fogo comemora dez anos com o tradicional cortejo, que vai abrir a programação do Réveillon 2024, promovido pelo Governo do Estado do Amapá (GEA). No dia 30 de dezembro, o cortejo dá início à festa no Balneário de Fazendinha, no entardecer, aquecendo para os shows com artistas nacionais e locais. Os ensaios para este cotejo já iniciaram, e estão disponíveis vagas para novos integrantes da ala dos batuqueiros, Cordão das Açucenas e Jardim do Banzeiro. 

O projeto é gratuito e aberto para todos

Os ensaios para batuqueiros estão acontecendo no pátio da Casa do Artesão, a partir de 19h, nos dias 08, 09, 15 e 16. No dia 23 de dezembro os batuqueiros do Banzeiro participam da programação da casa do Artesão, com premiação e shows. Nos dias 26, 27 e 28, são realizados os ensaios com todos os músicos e integrantes de alas.

Para se inscrever é necessário ir até o local de ensaio e procurar um membro da coordenação do projeto. A taxa de inscrição e as camisas para participar do cortejo são gratuitas.

O projeto Banzeiro do Brilho-de-fogo faz parte da vida dos amapaenses desde 2013, levando música, alegria, cores e cultura para as ruas. Ele é a realização de um planejamento de artistas e produtores de cultura, que buscavam popularizar os sons, instrumentos, músicas e roupas que identificam a cultura do marabaixo e batuque. Jovens, adultos e crianças participaram das primeiras oficinas de iniciação musical, confecção de instrumentos e de adereços, ministradas por mestres da cultura popular e músicos, que foi a preparação para a estreia do Banzeiro.

Os cortejos são a apresentação do resultado do projeto, um desfile com caixas de marabaixo personalizadas, indumentárias coloridas, estandartes, que se dividem nas alas dos Batuqueiros, Cordão das Açucenas e Jardim do Banzeiro. O repertório é uma seleção de músicas cantadas nas rodas de marabaixo e bandaias de batuque, músicas de autoria de compositores amapaenses, e autorais do projeto Banzeiro. Misturados neste desfile festivo, também participam dançadeiras de marabaixo e artistas circenses.

Banzeiro em todos os municípios

O projeto tem o apoio do Governo do Estado (GEA), uma continuação da parceria iniciada na gestão do governador Clécio Luis enquanto prefeito de Macapá. Clécio foi um dos militantes da cultura que esteve à frente do sonho de criação do projeto, e como gestor municipal, apostou na ideia como movimento importante para que moradores de Macapá participassem e conhecessem sobre a cultura tradicional do Amapá. Como governador, a parceria continua e o projeto será levado para todos os municípios do estado.

Em 2023 o projeto voltou após os quatro anos de interrupção devido a pandemia, como atração das comemorações do Amapá 80 Anos. O primeiro cortejo deste ano aconteceu em setembro, e este segundo, marca o retorno do desfile de dezembro, quando o projeto é festejado. No final da tarde do dia 30 o cortejo do Banzeiro do brilho-de-fogo estará na rua principal do balneário de Fazendinha.

Marileia Maciel
Fotos: Dylan, Alain e Uaná Mkt Digital

Com apoio do Governo do Estado, Circula Funarte debate políticas culturais com produtores culturais do Amapá

A primeira etapa do programa traz fomentos por meio de editais para os setores das artes visuais, teatro, dança, circo e música.


Com o apoio do Governo do Amapá, o programa “Circula Funarte – Políticas para as artes em diálogo” levou para trabalhadores culturais do estado um bate-papo ampliado sobre conomia criativa e como acessar fomentos disponíveis nos editais da Fundação Nacional das Artes (Funarte), ligada ao Ministério da Cultura. O encontro aconteceu no sábado, 2.

Lançada no dia 10 de julho, a primeira etapa do programa Circula Funarte traz fomentos por meio de editais para os setores das artes visuais, teatro, dança, circo e música. Os editais contam com investimento de R$ 52 milhões.

O projeto já percorreu diversos estados brasileiros e encerra sua primeira etapa no Amapá. O programa é aberto a todos os públicos, integrando as ações da fundação para retomada artística e cultural brasileira.

CONFIRA OS EDITAIS AQUI

Para a secretária de Estado de Cultura do Amapá, Clicia Vieira Di Miceli, a presença da Funarte do Amapá é mais um momento de oportunizar que o país veja a região norte e toda sua potência cultural.

“Este é um momento realmente importante para a cultura amapaense; o Brasil precisa parar de olhar para a Amazônia com uma visão aérea, mas sim olhar para quem mora nesse território e a forma como esses agentes se organizam culturalmente. O Governo do Amapá tem trabalhado para abrir o diálogo junto com o Governo Federal nesse novo momento de reestruturação do Ministério da Cultura; agora estamos aqui, conversando, dialogando e o principal, chamando a sociedade civil para participar e ser ouvida”, destaca a secretária.

Retomada Cultural

Com a presença da presidente da Funarte, Maria Marighella, e a equipe técnica da instituição, foi debatida a importância de descentralização de recursos e o alcance aos trabalhadores culturais de segmentos diversos através de uma política coletiva e participativa. Foram apresentados os programas abertos ao público, como Funarte Retomada, que conta com cinco editais setoriais e que estão com inscrições prorrogadas até segunda-feira, 4.

“Nós lançamos algumas linhas, primeiro uma linha setorial, que é o programa Funarte Retomada, com recursos divididos regionalmente, uma distribuição que, pela primeira vez, segue uma diretriz de política pública, ou seja, essa transferência à cidade, com o mesmo cálculo que nós usamos para a Lei Paulo Gustavo, então é o momento de dialogar, estabelecer esse canal aberto com o fazedor de cultura e alcançar todo o Brasil”, pontuou Maria.

Do extremo norte do estado, a artista digital Keyla Palikur, do povo Palikur-Arukwayene, enfrentou oito horas de viagem do Oiapoque até a capital amapaense para ter a oportunidade de falar e ser ouvida. Ela pretende submeter um projeto a um dos editais da Funarte.

“Vim de longe porque sempre tive o sonho de alcançar um edital e quero participar, é o momento onde vemos que qualquer espaço cultural pode pertencer e estar, então quero levar a minha arte e cultura para um edital nacional”, conta animada.

Esteve presente no encontro também a diretora de Difusão e Fomento da Funarte, Aline Vila Real, a diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, o presidente do Conselho Estadual de Política Cultural, Cirley Picanço e os representantes do Escritório do Ministério da Cultura no Amapá, Rayane Penha e Otto Ramos.

“É um momento de estarmos presentes, debater e participar desse processo, por isso que ter o Ministério da Cultura aqui, pessoalmente, nos ouvindo, é ter a certeza de que estamos fazendo a nossa parte para garantir a memória dos que nos antecederam, dos que estão e daqueles que virão”, reforça a produtora cultural e cantora de Mazagão Velho, Verônica dos Tambores.

Circula Funarte e Funarte Retomada

A Fundação conta com inscrições abertas para outros editais como o Bolsa Funarte, Funarte de Mobilidade Artística 2023, Prêmio Funarte Mestras e Mestres das Artes 2023 e Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas e programa Funarte Retomada.

52ª Expofeira do Amapá terá o tecnomelody da cantora Manu Bahtidão

Governo do Estado confirmou a 4ª atração nacional para o evento que será no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá.


Governo do Estado confirmou a 4ª atração nacional para o evento que será no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá.

Uma das maiores vozes do tecnomelody na atualidade, a cantora Manu Bahtidão é a quarta atração nacional confirmada na 52ª edição da Expofeira do Amapá, marcada para os dias 29 de setembro a 8 de outubro, no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá.

A variedade musical é uma das marcas da programação, que já conta com os shows do cantor sertanejo Gusttavo Lima, a banda de rock NX Zero e Dennis DJ. O evento terá ainda toda a cultura regional com artistas de vários segmentos do Amapá.

Enfileirando um sucesso atrás do outro como “Garrafa de Gin” e “Quem Perde É Quem Trai”, a cantora alagoana, que se destacou no Pará, já teve parcerias notáveis durante a carreira de artistas nacionais como Tierry, Lucas Lucco, Mari Fernandes e Simone e Simaria. E de artistas amapaenses, como a cantora Leticia Auolly.

Na gravação do seu novo DVD, a cantora dividirá os microfones com artistas como Melody, Maira e Maraisa, Xand Avião e Maiara e Maraisa, tornando o gênero tecnomelody popular em todo o Brasil.

Trajetória musical
Emanuella Tenório Rocha, mais conhecida como Manu Bahtidão, é natural da cidade de Major Izidoro, no Alagoas. Aos 14 anos de idade, iniciou sua carreira como cantora profissional, realizando um sonho que almejava desde os 9 anos.

Em 2005, ela conquistou espaço no mercado após ter se tornado vocalista de uma banda do ritmo Calypso em Recife, Pernambuco. Em 2009, assumiu a Banda Batidão, que ficou conhecida por mesclar ritmos paraenses como o ‘melody’.

A banda se tornou um verdadeiro sucesso no país, e se tornou uma das maiores bandas de tecnomelody, com 3 CDs e 2 DVDs gravados – em 2021, o hit ‘Apaixonada’, ganhou uma regravação na voz de Pabllo Vittar, que faz parte do seu quarto disco, Batidão Tropical.

Apesar do sucesso, em 2015, a cantora decidiu investir em sua carreira solo, e permanece até hoje com milhares de fãs e seguidores, principalmente nas redes sociais.

 

A Expofeira voltou!
A 52ª edição da Expofeira do Amapá vai acontecer entre os dias 29 de setembro e 8 de outubro, em Macapá. As datas, investimentos e o show do Gusttavo Lima foram anunciados pelo governador, Clécio Luís, no dia 18 de agosto, durante a abertura da Central da Expofeira.

Realizada pela última vez em 2015, a maior feira de negócios do estado volta a ser realizada como uma grande vitrine de produção e inovação do setor primário do estado, oportunidade de fazer negócios e reunir serviços voltados para o empreendedorismo, esporte e lazer.

A Comissão de Organização e Execução da Expofeira foi criada em abril, no balanço dos primeiros 100 dias de gestão, e, desde então, o grupo de trabalho coordena ações para a realização da feira. A área do Parque recebe intervenções como serviços de limpeza, capina, revitalização e construção de novas estruturas.

Ciclo do Marabaixo 2023 encerra com derrubada dos mastros e escolha dos festeiros

O fim da celebração tem como ponto alto o dia 11 de junho, o chamado ‘Domingo do Senhor’.

A partir desta quinta-feira, 8, iniciam os festejos de encerramento do Ciclo do Marabaixo 2023. O ponto alto da celebração acontece no dia 11 de junho, o chamado “Domingo de Senhor”, logo após o feriado de Corpus Christi. Nesse dia, haverá a tradicional derrubada dos mastros e a escolha dos festeiros 2024 nos barracões dos grupos Zeca e Bibi Costa (Azebic), Berço do Marabaixo (Tia Gertrudes), Marabaixo do Pavão e Raimundo Ladislau, em Macapá.

Uma oficina de toque de caixas marca o início da programação, no barracão Gertrudes Saturnino, no bairro Santa Rita. Uma das coordenadoras do evento, Valdinete Costa, explica que a atividade serve para fortalecer a manifestação cultural.

“Nosso grupo, ao longo da programação, promoveu diversas atividades lúdicas para as crianças e, agora, iremos promover essa oficina, como uma forma de lapidar e incentivar os novos tocadores”, assinala Valdinete.

Em 2023, o tema do Ciclo do Marabaixo é “Fé, Tradição e Resistência”. A programação iniciou nos barracões no dia 28 de abril, com apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e da Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo).

“Este ano, o grande diferencial foi a Central do Ciclo, onde os grupos mostraram o que há de melhor em cada barracão, cada peculiaridade que fazem do marabaixo uma manifestação única. Também houve o apoio para as programações nos barracões. Assim, o Estado cumpre seu papel institucional de apoiar as manifestações culturais”, avalia a diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos.

Confira a programação de encerramento do Ciclo do Marabaixo 2023:


Quinta-feira, 8

  • 14h – Oficina de toque de caixa –  Berço do Marabaixo.

Sábado, 10:

  • 18h – Derrubada do mastro e apresentações de marabaixo – Campina Grande.

Domingo, 11

  • 16h – Derrubada do mastro – Grupo Azebic;
  • 17h – Marabaixo do Domingo do Senhor, derrubada do mastro e encerramento do Ciclo do Marabaixo 2023 – Marabaixo do Pavão;
  • 17h – Marabaixo do Domingo do Senhor, derrubada do mastro e escolha dos festeiros 2024 – Grupo Raimundo Ladislau.

As atividades que aconteceriam no sábado, a partir das 18h, na zona rural de Macapá, foram canceladas no barracão Santíssima Trindade de Casa Grande, no Curiaú, devido ao falecimento de uma das matriarcas daquela região quilombola.