Maio Laranja: conheça o fluxo de atendimento para crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual

No Amapá, os casos deste tipo de violência aumentaram 65,9% entre 2020 e 2021. O Estado conta com a Rede Abraça-me para dar suporte a essas crianças.

A data 18 de maio é marcada pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Ao longo do mês, o Governo do Amapá realiza o Maio Laranja com ações para conscientizar a sociedade sobre a necessidade de prevenir este tipo de violência e de denunciar os casos. O Estado conta com a Rede Abraça-me, composta por vários órgãos que mantêm um fluxo de atendimentos para dar suporte às vítimas.

Na rede estadual de saúde, o Serviço de Atendimento às Vítimas de Violência (Savvi) do Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), responsável por ofertar o 1º atendimento às vítimas na faixa etária de 0 à 12 anos, registrou um aumento de 65,9% no número de atendimentos a pacientes entre os anos de 2020 e 2021.

Enquanto em 2020 foram atendidos 44 pacientes, em 2021 esse número saltou para 73, com as meninas ainda representando 80% das vítimas. Outros dados ainda revelam que 58% dos casos aconteceram dentro da casa dos pais ou responsáveis da criança.

“É importante sempre estar alerta aos sinais que as crianças e adolescentes demonstram, alguns deles são mudança brusca de comportamento, isolamento do convívio, timidez em excesso, baixa concentração na escola, regressão no comportamento, além dos sinais físicos relacionados a área genital como vermelhidão, inchaço, dor, secreção, presença de feridas, e também sintomas físicos, como hematomas nos braços e pernas”, explicou a responsável técnica pelo Savvi, Gardênia Araújo.

Rede Abraça-me

No Amapá, existe a Rede Abraça-me formada por diferentes instituições que atuam no enfrentamento ao abuso e exploração sexual infanto-juvenil. Além de ações preventivas, a rede busca agilizar e melhorar o atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, no município de Macapá, através da articulação e melhoria de serviços, utilizando o fluxograma de atendimento.

Esse fluxograma se apresenta como importante ferramenta que se configura em uma sequência de procedimentos inter-relacionados com o objetivo de orientar o atendimento à vítima.

A primeira coisa é observar se a violência sexual ocorreu até 72 horas antes. Nesses casos, a criança ou adolescente deve ser encaminhado imediatamente para atendimento médico de emergência, onde serão realizadas medidas de anticoncepção de emergência e profilaxia das DST, HIV, tétano e hepatites.

Crianças de 0 a 12 anos devem ser levadas, inicialmente, ao Pronto Atendimento Infantil (PAI). A partir de 13 anos, do sexo feminino, ao Hospital da Mulher Mãe Luzia e, da mesma idade, do sexo masculino, ao Hospital de Emergências. Finalizado o atendimento médico, às vítimas serão levadas ao Conselho Tutelar que a encaminhará o caso aos órgãos competentes, como a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Praticados Contra a Criança e Adolescente (Dercca), Polícia Técnico-Científica do Amapá (Politec), Delegacia Especializada em Atos Infracionais (Deiai), até chegar ao Ministério Público para ofertar denúncia ao Judiciário.

Quando há suspeita, sem necessidade de atendimento médico emergencial, os menores de 18 anos de ambos os sexos devem ser levados de imediato ao Conselho Tutelar, e, posteriormente, às Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Dercca, Politec e Deiai – quando o autor for menor de 18 anos – e instituições voltadas ao acolhimento e proteção, como Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram). Posteriormente, serão encaminhadas ao Ministério Público do Estado (MP/AP) e Judiciário.

Em casos suspeitos de violência desse tipo, é possível fazer a denúncia por meio do canal Disque 100, canal que funciona 24h e a ligação é gratuita. A denúncia também pode ser feita na Polícia Militar e pelo número 190.

18 de maio

A data foi estabelecida em memória à menina Araceli Crespo, de 8 anos, que foi sequestrada, violentada e assassinada em 18 de maio de 1973 na cidade de Vitória, no Espírito Santo.

https://www.portal.ap.gov.br/noticia/1705/maio-laranja-conheca-o-fluxo-de-atendimento-para-criancas-e-adolescentes-vitimas-de-abuso-sexual

Maio Laranja: Justiça do Amapá lança campanha de conscientização e combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes


Com o tema “Viva Sem Violência! Proteja-se!”, o Tribunal de Justiça do Amapá lançou oficialmente a Campanha Maio Laranja, nesta segunda-feira (9). Com o objetivo de dedicar o mês de maio à conscientização, orientação e prevenção contra os crimes sexuais contra crianças e adolescentes, a campanha conta com uma rede de apoiadores, entre órgãos públicos, entidades civis e autoridades policiais brasileiras. Serão realizadas, durante o mês, diversas ações de combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em todo o estado e na região fronteiriça entre Brasil e Guiana Francesa. (ACESSE AQUI E ASSISTA A SOLENIDADE DE LANÇAMENTO DA CAMPANHA)


Em sua

mensagem de boas-vindas, o presidente do TJAP, desembargador Rommel Araújo, disse que é um momento importante e necessário de se pensar, refletir e impedir qualquer tipo de abuso ou exploração sexual contra crianças e adolescentes.

“A atuação do Poder Judiciário não é só. Nós temos os nossos parceiros que são muito importantes nesta luta em defesa da nossa nova geração. Eu destaco todos os operadores do Direito e, em especial, toda a sociedade que nos acompanha, no sentido de que leve ao conhecimento das autoridades qualquer espécie de abuso ou exploração dessas crianças e adolescentes. Temos que unir forças e esforços para lutarmos e combatermos juntos esse tipo de crime que é inaceitável”, pontuou.

Essa campanha “é um convite do Judiciário a todas as instituições governamentais ou não governamentais e a todas as pessoas para que, seja no âmbito pessoal ou profissional, possam atuar na defesa dessas crianças e adolescentes”, explicou a coordenadora da campanha no Amapá, juíza Larissa Antunes.

“Nós não podemos nos calar, nem podemos nos omitir dessa defesa, porque crianças e adolescentes são as pessoas mais vulneráveis, uma vez que estão formação e em desenvolvimento. Não se faz política pública relacionada às crianças e adolescentes sem a participação de toda a sociedade. Os números de abusos são muito altos e nosso papel de defesa é constante”, ressaltou a magistrada.

A presidente do Conselho Tutelar da Zona Sul de Macapá, conselheira Huelma Medeiros, chamou atenção para metodologia de atendimentos nas redes de apoio e frisou que: em cada 10 casos de abusos, oito acontecem dentro do ambiente intrafamiliar.

Ela ressalta que é muito difícil para a vítima falar do seu abuso, do que está sofrendo, e ainda ser julgada, condenada, ser exposta. “É isso que acontece na prática e eu peço a todos que fiquem atentos a isso. Principalmente quando a nossa criança, um adolescente que vem de uma pós-pandemia, na qual esse abusador é do ambiente intrafamiliar”, enfatizou a conselheira.

Ainda de acordo com a conselheira, o abusador fala para vítima que ninguém vai acreditar em nela. “Estou falando da realidade que nós conselheiros enfrentamos diariamente e ela precisa ser mudada. As instituições e redes de apoio precisam ter sensibilidade e desempenhar um papel pedagógico no momento que recebem essas vítimas”, acrescentou.

Campanha Maio Laranja

Por meio da iniciativa, o Poder Judiciário do Amapá dedicou maio para ações voltadas à proteção da infância e juventude. Assim, durante todo o mês, a Justiça do Amapá convida sua rede de parceiros, entre órgãos públicos, entidades civis, autoridades policiais, para juntos atuarem na conscientização, orientação e prevenção aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes.

Símbolo da Campanha

O cartaz da campanha deste ano traz ao centro a figura de uma criança confiante com o pássaro Galo da Serra, símbolo da campanha, o levando para a liberdade. Do meio do mundo vem o grito de alerta e conscientização: “Viva Sem Violência! Proteja-se!”. O galo da serra (rupicola rupicola) é uma ave de cor laranja que vive solitária na região amazônica, assim como são as crianças que vivem sob o medo e vergonha diante situações de abuso e exploração sexual.

Parceiros

Na luta pelo fim da violência contra crianças e adolescentes, a Justiça do Amapá conta com uma forte rede de apoiadores. Para esta jornada de conscientização, abraçaram a campanha o Governo do Estado, Ministério Público do Amapá, Delegacia de Oiapoque, Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Contra Criança e Adolescente, Polícia Rodoviária Federal, Conselho Tutelar de Macapá, Secretaria de Segurança Pública, e Defensoria Pública do Estado do Amapá.

Cerimônia

Participaram do lançamento da campanha “Maio Laranja”, o desembargador João Lages; a procuradora-geral de Justiça, Ivana Cei; o defensor público-geral, José Rodrigues; representando o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jory Oeiras; a titular do Juizado da Infância e Juventude na capital, juíza Laura Costeira, e o secretário de Educação de Macapá, Rodrigo Gomes.

https://www.tjap.jus.br/portal/publicacoes/noticias/13258-maio-laranja-justi%C3%A7a-do-amap%C3%A1-lan%C3%A7a-campanha-de-conscientiza%C3%A7%C3%A3o-e-combate-ao-abuso-e-explora%C3%A7%C3%A3o-sexual-de-crian%C3%A7as-e-adolescentes.html