A Associação Juízes para a Democracia – AJD, esteve esses dias no estado de Rondônia, mas precisamente na terra indígena dos Suruí, de Txai, a que denunciou as tentativas de agressão ao seu povo e sua terra, recentemente na COP-26, e no acampamento de pequenos agricultores que precisaram recorrer a justiça em busca de PAZ para produzir, vejam só, alimentos.
A AJD foi representada pelo juiz do Trabalho do Amapá, Jônatas Andrade, que recentemente esteve na aldeia Aramirã, na terra indígena Wajãpi, no meião do estado do Amapá.
A primeira parada desse justo observatório, foi no acampamento Tiago Campin, em Nova Mutum (RO).
E por causa de quê? Lá, a AJD entrou com um HC Coletivo, pois a polícia de Rondonia estava fazendo despejo ilegalmente na pandemia. O STF mandou suspender o despejo. O governador do estado, por coincidência, bolsonarista, foi intimado a prestar informações e retirou a polícia. Os camponeses retornaram para a área recomeçaram a vida e o plantio.
A segunda “parada” foi na Terra Suruí, onde o Cacique Almir Suruí agradeceu a solidariedade e acompanhamento da AJD nesse momento em que passam por ameaças
A jovem indigena Txai Suruí, folha do cacique Almir, discursou recentemente na abertura da COP26, Conferencia do Clima das Nações Unidas, onde denunciou a “gerência do Brasil” pelo tratamento e ameaças aos povos indígenas do país. Txai foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, ameaçada e sofreu ataques digitais.
Todo valor que os Suruí arrecadam com compensações de carbono, aplicam no reflorestamento da terra Suruí e em projetos sustentáveis.
Podemos seguir aprendendo com eles, já que chegamos até aqui por causa da resistência secular dos indígenas.
E o café, pessoal?
Seguinte. Os brancos plantaram café quando grilaram as terras dos Suruís. Após a demarcação, quando as terras voltaram aos indígenas, eles passaram a cultivar o café. E um café PREMIADO.
Hoje eles tem uma parceria com a empresa “3 Corações”. Produzem, agregam valor (e que valor) e o café “Tribos”, projeto dos próprios indígenas, está em pontos de venda, com qualidade, Brasil à fora.
Segundo o juiz Jônatas, é o melhor café que ele já tomou. (inclusive esta que vos posta, já quer também).
Jôntatas Andrade, disse ao blog que:
“O povo Suruí tem uma mensagem de esperança, de conservação, de recuperação da degradação, de uso da tecnologia e da ciência para preservação de sua cultura e da vida. Estão construindo uma universidade em parceria com a Unicamp, monitorando sua terra, recuperando áreas degradadas, investindo as compensações de carbono nessas atividades, fazendo parcerias para a sustentabilidade dos seus produtivos, da sua cultura e da vida!”
A frase “Tudo Indio, Tudo Parente”, da canção do amazônida Nilson Chaves, não precisa de mais nada.
Ou precisa de tudo. Porque respeito, defesa ou combate, também é tudo! E sempre necessário!
Sobre a premiação do café leia mais aqui https://g1.globo.com/google/amp/ro/rondonia/rondonia-rural/noticia/2021/12/04/indigenas-de-ro-sao-premiados-por-produzirem-os-melhores-cafes-robustas-amazonicos.ghtml