Pesquisa e meio ambiente: Expedição encerra Projeto Árvores Gigantes da Amazônia que tem apoio do MP-AP


A 5ª Expedição Científica do Projeto Árvores Gigantes da Amazônia encerrou no dia 24 de setembro com a descoberta do angelim vermelho de 88,5 metros de altura e 9,9 metros de circunferência, localizada na Floresta Estadual do Paru/PA, na fronteira entre o Amapá e Pará. O Ministério Público do Amapá (MP-AP), por meio da Promotoria de Meio Ambiente de Macapá, é parceiro da iniciativa que estuda as maiores árvores da Amazônia e os impactos ambientais utilizando tecnologia aeroespacial. O engenheiro florestal e assessor operacional da Promotoria Ambiental, João Matos Filho, compõe a equipe de estudiosos. 

Esta expedição iniciou em 2019, mas não foi possível concluí-la no tempo previsto, devido a pandemia da Covid-19 e complexidade da operação, e foi retomada em 2022. Os 19 integrantes da equipe, entre pesquisadores, estudiosos e pessoas da comunidade de São Francisco/AP, saíram de Laranjal do Jari/AP, no dia 11 de setembro, e nos 11 dias de trabalho, passaram 4 percorrendo o rio Jari em três embarcação por 250 km pelas corredeiras e mais 4 dias de caminhada em florestas nativa. Foram percorridos aproximadamente 40 km pela floresta (ida e volta) e mais 3 dias descendo o rio Jari.

O estado do Amapá, mais precisamente a região do vale do Jari, se diferencia de outras regiões amazônicas por suas características próprias. As expedições para estudar as árvores gigantes iniciaram em 2019 no Vale do Jari, quando encontraram as espécies angelim-vermelho e castanheiras com altura entre 80 e 90 metros. Nas quatro expedições realizadas, exemplares de árvores de estatura gigante foram identificados e mapeados em Unidades de Conservação localizadas nas regiões Central e Sul do Amapá. A penúltima expedição, em 2021, a espécie angelim se consolidou como a maior já registrada em todo Brasil e da América do Sul.

O objetivo da Expedição é consolidar o angelim vermelho como a maior árvore da Amazônia em termos de altura e circunferência, e estudar os impactos no meio ambiente. Através destes estudos os pesquisadores já identificaram, por exemplo, que uma árvore gigante é responsável por mais de 60% da biomassa de outras árvores próximas, informações importantes a respeito da quantidade de carbono emitida em um desmatamento e a capacidade de regeneração dessa vegetação.

A aventura científica e consolidação do angelim vermelho como a espécie gigante da Amazônia fecha um ciclo de três anos do projeto e os pesquisadores começam a planejar novas pesquisas na região do Vale do Jari, a exemplo do projeto de estudos da genética, determinação da idade e potencial de turismo científico e ecológico para região. “Que a descoberta dessa gigante traga a esperança da valorização da floresta em pé e mostre a importância da comunidade tradicionais para essa valorização”, disse Eric Gorgens, professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e coordenador das expedições.

Parceria do MP-AP

Em 2021, o MP-AP passou a fazer parte das instituições parceiras do projeto Árvores Gigantes da Amazônia, com a adesão do promotor de Justiça do Meio Ambiente, Marcelo Moreira e da Procuradora-geral de Justiça, Ivana Cei. Uma reunião marcou a parceria, em que foram assumidos os compromissos de incentivo e articulação para criação de um Projeto de Lei para proteção específica destas espécies gigantes e apoio logístico para realização do projeto de pesquisa.

Além do engenheiro florestal João Matos (MP-AP) e do pesquisador Eric Gorgens (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM), a 5ª Expedição foi formada por Diego Armando Silva (Instituto Federal do Amapá), e representantes da Universidade de Swansea (Reino Unido), pesquisadora Jacquelline Rosette; Universidade Estadual do Amapá (Ueap), pesquisador Dr. Robson Borges de Lima; Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor), Ronaldison Antônio de Oliveira; Fundação Jari, técnico José Jussian),Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), representado pelo técnico Márcio Furtado). Um médico voluntário, Aécio Freitas, os fotógrafos Pablo Albarenga e Havita Rigamonte e 8 comunitários da comunidade São Francisco do Iratapuru, fizeram parte da equipe.

Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá.

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