Governo do Amapá monta fiscalização para coibir circulação de raízes e sementes de mandioca contaminadas

Servidores da Diagro contam com apoio da Polícia Rodoviária Federal


O Governo do Amapá montou nesta quinta-feira, 10, uma barreira sanitária no município de Tartarugalzinho para coibir o transporte de raízes e sementes de mandioca originárias do norte do estado. A fiscalização acontece devido às doenças causadas por três fungos e uma bactéria em plantações de mandioca nas terras indígenas de Oiapoque.

A operação é realizada por auditores da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado do Amapá (Diagro) em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O transporte das raízes e sementes de mandioca está proibido por 60 dias, de acordo com portaria publicada no Diário Oficial, nº 7970. Acesse aqui.

“Essa fiscalização é para impedir que o material contaminado seja levado para outras localidades e se alastre em outros municípios”, destacou o diretor-presidente da Diagro, Álvaro Cavalcante.

O trabalho é educativo, mas, caso sejam encontradas sementes e raízes de mandioca, o material é confiscado pelos auditores agropecuários e, posteriormente, será incinerado por recomendação dos órgãos técnicos. As ações seguirão até o mês de setembro, podendo ser prorrogadas.

Acompanham a fiscalização o secretário de Desenvolvimento Rural, Kelson Vaz, o prefeito de Tartarugalzinho, Bruno Mineiro e o gerente de Defesa Vegetal da Diagro, Tiago Baltazar.

Situação de emergência

No mês de julho, o Governo do Amapá decretou situação de emergência para combater as pragas e doenças na mandiocultura. O documento, publicado no Diário Oficial do Estado, permite as providências administrativas, legais e operacionais necessárias para os povos das regiões conhecidas como Rio Kuripi, BR-156, Rio Urukawá, Rio Uaçá e Rio Oiapoque.

A mandioca é a base da alimentação do povo da região de Oiapoque, que abriga 66 aldeias e uma população estimada em mais de 10 mil indígenas. Estudos identificaram que as pragas atingem todas as áreas de plantio e impactam quase toda a produção de farinha.

Uma das dinâmicas que serão adotadas para enfrentar a situação é a introdução de sementes de mandioca mais resistentes às pragas e doenças em novas áreas, que começaram a ser definidas por líderes indígenas, técnicos e engenheiros agrônomos

Para isso, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural (SDR) adquiriu 62,5 mil manivas-sementes e doou o material para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A instituição vai trabalhar as sementes para fazer o combate de pragas e doenças e para aumentar a produção de raízes na região do Oiapoque.

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