Por Lilian Monteiro, jornalista, negra e ativista
Sem Elza Soares, a luta de pretos, pretas e mulheres vítimas de violência, carregam a bagagem de seu legado. A voz do milênio silenciou neste 20 de janeiro, mas junto com ela ecoou uma determinação sem igual, uma força descomunal, de quem luta , luta e sempre caminha junto com o tempo, sem esquecer do mais importante: suas raízes e seu amor pela vida, apesar da melancolia dos tombos da vida.
Elza, muito obrigada por tanto aprendizado, por tanta entrega, por me ver forte a cada canção cantada por ti, obrigada por me fazer fechar os olhos ouvindo espumas ao vento, por me fazer levantar e olhar na mesma direção contra a discriminação e o preconceito cada vez que ouço “a carne mais barata do mercado é carne negra”. Entre outros tantos sucessos que fizeram de ti a diva que ‘cantou até o fim.
E que tua musicalidade e talento continuem nos encorajando: “A mulher do fim do mundo é aquela que busca, é aquela que grita, que reivindica, que sempre fica de pé. No fim, eu sou essa mulher”, …
Muito Obrigada, diva!