Cidade cafuza onde moro
Sem muro é a minha morada
Com a franja d’aurora decoro
Os caramanchões na sacada
Aonde os pardais fazem coro
Com as vozes da madrugada
Louvando o nosso decoro
Com músicas enluaradas
Cidade cafuza onde moro
Namoro a manhã serenada
Que dia-após-dia-após-dia dá quórum
A nossa nortista jornada
Em ti vive tudo o que adoro
Contigo não me falta nada
Meu verso em tua tez morenada
Cidade cafuza onde moro
Meu ninho de eterna morada
A casa de amor onde oro
Com a porta bem escancarada
Cidade despida de ouro
Teu templo é a mata sagrada
E a chuva é teu choro
Por todas as vidas futuras,
Presentes e antepassadas