Um poema para Macapá. “Vozes da Madrugada”, de Joãozinho Gomes.

Cidade cafuza onde moro

Sem muro é a minha morada

Com a franja d’aurora decoro

Os caramanchões na sacada

Aonde os pardais fazem coro

Com as vozes da madrugada

Louvando o nosso decoro

Com músicas enluaradas

Cidade cafuza onde moro

Namoro a manhã serenada

Que dia-após-dia-após-dia dá quórum

A nossa nortista jornada

Em ti vive tudo o que adoro

Contigo não me falta nada

Teu rio reside em meu poro

Meu verso em tua tez morenada

Cidade cafuza onde moro

Meu ninho de eterna morada

A casa de amor onde oro

Com a porta bem escancarada

Cidade despida de ouro

Teu templo é a mata sagrada

E a chuva é teu choro

Por todas as vidas futuras,

Presentes e antepassadas