Produtores trazem ao Amapá o longa-metragem Cabeça de Nêgo, do diretor cearense Déo Cardoso

Em parceria com Sesc Amapá, Chuvisco e Movimento Cultural Desclassificáveis, o Cine Perifa, MOOV e Catraia Produtora exibem neste sábado, 4, o longa-metragem Cabeça de Nêgo, do diretor cearense Déo Cardoso. O evento acontecerá no Bunker dos Desclassificáveis, localizado no Barracão  da Tia Gertrudes, na Av. Duque de Caxias, 1203. Santa Rita, a partir das 19h, com entrada gratuita.

O filme, rodado inteiramente na cidade de Fortaleza, apresenta pautas urgentes como a luta contra o racismo e o facismo, mobilização estudantil, ação popular direta, consciência coletiva, precarização do sistema de educação e contextos de opressão socioeconômica. No elenco do filme, além de Lucas Limeira, que vive o protagonista Saulo, estão as atrizes cearenses Nicoly Mota e Larissa Góes, o ator baiano Val Perré e a atriz global e carioca Jéssica Ellen, em participação especial.
Com uma narrativa envolvente, Cabeça de Nêgo examina o universo da escola pública em sua potência de revolução social. A estreia nacional do filme ocorreu na Mostra de Cinema de Tiradentes em 2020, onde foi aplaudido de pé e ovacionado pelo público. Foi o vencedor do Troféu Mucuripe de Melhor Longa da Mostra Olhar do Ceará, eleito pelo júri oficial e foi eleito Melhor Longa-metragem Cearense, pela Associação Cearense de Críticos de Cinema em 2020. O filme também foi exibido em diversos outros festivais, como Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba; Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África e Caribe; Mostra Retroexpectativa 2020/2021 do Cinema do Dragão; Festival de Cinema de La Plata (Argentina); San Francisco (EUA), Santa Barbara International Film Festival (EUA), entre outros.
“Desde que comecei no cinema, meu processo criativo é ancorado naquilo que vivenciamos cotidianamente. Meus filmes buscam expressar inquietações, questionamentos e sentimentos que determinados contextos sociais me despertam. Faço filmes para refletir os temas abordados e para compartilhar sensações em relação a eles. Através dos filmes, não busco dar respostas, mas sugerir questionamentos e convidar as pessoas para se divertirem e refletirem comigo. Foi nesse espírito que concebi o projeto “Cabeça de Nêgo”. Toda a trajetória artística, que culminou na produção do meu primeiro filme de longa-metragem, foi uma trajetória mais existencialista que cinéfila. Nascer nos Estados Unidos, filho de pai e mãe brasileiros, e transitar desde cedo entre comunidades habitadas por pessoas historicamente oprimidas desses dois países, acabou moldando uma personalidade inquieta e ávida por expressar essa inquietação”, afirma Déo Cardoso, diretor e roteirista de “Cabeça de Nêgo”
Engajado politicamente, o projeto cearense se preocupa em construir, no decorrer da história, a consciência social de Saulo ao mostrar o estudante inspirado por ativistas como Angela Davis, Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Amílcar Cabral, Abdias do Nascimento, Marielle Franco, Martin Luther King, Carolina de Jesus, Fred Hampton, Malcom X, Nelson Mandela, entre outros. E é nessa construção de um novo ativista, honrando nossa ancestralidade, que “Cabeça de Nêgo” chega com uma história acessível para todos, convocando os públicos para as salas de cinema.
Sinopse:
Cabeça de Nêgo, dirigido e roteirizado por Déo Cardoso, é um manifesto contra o racismo e a precariedade do sistema educacional no Brasil. O longa cearense, produzido e distribuído pela Corte Seco Filmes, conta a história de Saulo, que inspirado pela leitura do livro dos Panteras Negras tenta impor mudanças em sua escola e acaba entrando em conflito com alguns colegas e professores. Após reagir a um insulto racista, ele é expulso, mas se recusa a deixar as dependências da escola por tempo indeterminado até que a justiça seja feita, dando início a uma grande mobilização coletiva.

Assessoria de comunicação-Cine Perifa

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