Um dia, um adeus…!! (Homenagem ao Mauro Guilherme)

*Márcio Augusto Alves – Procurador de Justiça do Ministério Público do Amapá. 

E de repente a vida nos prega mais uma
surpresa.

No meio das idas e vindas, hoje se foi o meu querido
amigo e irmão de coração, Mauro Guilherme.
Não nos cabe questionar os desígnios de
Deus em nossas vidas, pois como tentamos entender, estamos
todos “cronometrados” pelo ‘tempo da vida’, e o amanhã
cuidará de si mesmo.

Também não há tempo para lamentar o
que se deixou de fazer.

Estava imaginando que há tempos
planejava convidar o Mauro para almoçar comigo, em casa,
e fazer os pratos que ele gostava de comer: um deles era o
“risoto de pobre”. É isso mesmo. É aquele risoto básico, sem
muita ‘frescura’. O Mauro era como o risoto: simples e bom!!!

O caráter era algo à parte de tudo. Mauro
não tolerava que se cultivasse o litígio. Era sempre
apaziguador. Nos grupos de zap que compartilhávamos, ele
não admitia que fossem postadas cenas de nudez, comuns
nos grupos de homens. Ele realmente ‘controlava’ como um
censor a todos. E melhor: respeitávamos aquilo com muita
naturalidade. Era até divertido!!!

Homem íntegro e sensível, era apaixonado
pela Márcia e pelas filhas, fazendo delas músicas e poesias,
cantando e recitando as belezas do nosso Amapá pelo Brasil
afora.

Como cristão, só posso crer que essa
passagem do Mauro pela terra me ensinou o quanto fui
abençoado por Deus por tê-lo como amigo e irmão. Ter
convivido com ele desde quando éramos ainda crianças, lá
na pequena Peixe-Boi, de onde nossas famílias se originam, foi
o passeio mais bem ‘curtido’ que vivi.

Em 1991 nos reencontramos por aqui, meio que ‘perdidos’ nas metáforas
da vida.

A poesia de Mauro tinha a marca de seu tio,
Olavo Silva, homem de vida simples e poeta das noites e dos
copos lá de Peixe-Boi.

Hoje chegou o seu dia, irmão querido. Só
veio um pouco antes dos nossos.

Amanhã nos reencontraremos noutro plano, e espero que estejamos lado a
lado novamente, talvez brincando uma ‘pelada’ na praça de
Peixe-Boi, junto com o Paulinho, meu irmão que bem
conhecestes.

Então quem sabe eu possa compartilhar com
você o famoso ‘risoto de pobre’, na beira do rio Peixe-Boi,
ouvindo os famosos carimbós do Orlando???

Siga em paz, irmão!!! A partir de hoje você
será luz e inspiração de integridade, bondade, respeito,
carinho, sapiência e paz para todos nós que teimamos em
ficar nesse mundo egoísta.

Tua memória será honrada por
todos que te conhecemos nesta vida terrena!!!

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