O que podemos esperar do ano de 2021?

* Márcio Augusto Alves. Procurador de Justiça 

Estamos no limiar do ano de 2020, o que, para quase todo o mundo, podemos clamar e dizer “graças a Deus” que está acabando!!! Tenho certeza que dificilmente alguém vai discordar desse sentimento do “adeus ano velho, felicíssimo ano novo”, e todos pelo mesmo motivo: a inesperada pandemia do coronavírus, que nos fez ficar em casa por muito tempo; que nos fez perder vários amigos, parentes e conhecidos; que causou o desemprego e a fome em milhares de pessoas, e que nos colocou em isolamento
social antes nunca experimentado.

Mas desse tempo sombrio também
podemos dizer que descobrimos muitas coisas boas e positivas: nos reencontramos com nós mesmos e, acima de tudo, com valores éticos que andavam há muito esquecidos, como o valor do carinho, do abraço, da sentimentalidade, da religiosidade, de um sorriso fraterno e, porque não, do reencontro com nossa família e vizinhos – coisas difíceis nesses tempos ‘cheios’ de vazios.

E por chegarmos ao final do ‘ano velho’, livres de todo o mal, temos de agradecer ao nosso criador pelas maravilhas que Ele nos ensinou e nos proporcionou no
meio de tantas dificuldades, tragédias e sofrimentos coletivos. O que nos espera em 2021, por ora, é o que menos interessa. O que nos interessa, sim, é levantar os braços aos céus e agradecer pela nossa nova oportunidade de vida;

pela oportunidade de reconstrução de um mundo melhor e mais digno para muitos dos nossos irmãos que não estão nem preocupados com a vacina, mas com o pão, o feijão e o arroz em suas mesas, afinal, a fome e o egoísmo coletivos são um vírus muito mais grave e cruel para todos os homens da terra, especialmente para os famintos e marginalizados pela sociedade. A vacina está à porta de casa, mas a fome ainda está nas ruas, escancarada, bem à nossa frente, e sem vacina para a sua solução, pois enquanto muitos lutavam contra o medo, nossos irmãos mais vulneráveis lutavam eram contra a fome, mesmo. Até parece que o vírus da humanidade somos nós mesmos!!!

Enquanto isso, muitos estão traçando planos para um futuro melhor para si. Alguns pensam nos livros que irão ler, nas receitas que irão criar, nas viagens que irão realizar, nos sonhos atrasados que irão buscar reencontrar, mas é importante que tiremos um tempo para aquele que nos sustentou nesse ano de dor e sofrimento que se finda: Deus.
Esse, sim, é a vacina contra todo o mal da terra!!!
Ninguém sabe como será o ano novo, mas
é certo que todos precisamos ‘viver’, e não apenas ‘existir’, deixando que o coletivo e o social passem ao largo de nossa existência humana.
Desejo que todos, indistintamente, tenhamos um ano de 2021 maravilhoso, mas desejo, sobretudo, que Deus possa confortar o coração daqueles que perderam filhos, pais, primos, tios, amigos e amores neste ano

que se finda. Desejo que Deus possa dar dignidade a quem não tem o que comer e a quem perdeu o seu emprego. Desejo que Deus possa renovar nossa esperança em um país com mais oportunidades para todos, principalmente para os marginalizados pelo sistema opressor e falido que, embora mascarado de oficial, subverte a ordem e leva miséria e dor ao povo que mais precisa dele.
Que em 2021 sejamos mais coletivos, mais Macapá, mais Amapá, mais Brasil, mais fraternidade, mais irmãos e, sobretudo, mais humanos! Esperemos menos e façamos muito mais, pois ‘a felicidade não está no final: ela
está no caminho”, como diz a canção.
MÁRCIO AUGUSTO ALVES

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