Mazagão: Há mais de 200 anos encenando a batalha entre Mouros e Cristãos

Batalha entre Mouros e Cristãos tem 15 mil espectadores em 2015

Foto: Ruan Alves/ Agência Amapá
Batalha entre mouros e cristãos é encenada há 238 anos em Mazagão Velho.

Com o uniforme vermelho, os mouros. Vestidos de branco, os cristãos. Em volta, uma multidão de aproximadamente de 15 mil pessoas – segundo os dados da Prefeitura de Mazagão – ansiosa par ver a encenação popular que retrata as batalhas que ocorreram no continente africano, sob o domínio português, no século XVI.

A batalha é o ponto alto da Festa de São Tiago, que já tem 238 anos, e é considerada uma das maiores manifestações culturais e religiosas do Amapá. Começou com as famílias vindas da cidade africana Mazagão, que chegaram ao Brasil pelo rio Mutuacá, fundando a Mazagão amapaense, para não deixar que essa história se perdesse. Hoje, ela continua viva e mantida pelos descendentes.
Foto: Ruan Alves/ Agência Amapá
A festa atrai públicos tradicionais e curiosos de todas as partes do Estado.
E foi todo esse contexto histórico que despertou a curiosidade do paraense Márcio Alves, funcionário público, que chegou ao Amapá há três anos e pela primeira vez foi conferir a festa de perto.

“Em Belém temos o Círio de Nazaré, que reúne muitos fiéis. Eu queria saber quem era o São Tiago, que tem esse mesmo poder de comoção popular, mas no interior do Amapá”, declarou.
A história de Maria Rosalina, 65, é outra. A aposentada já perdeu as contas de quantas vezes viu a encenação. Moradora da comunidade do Carvão, distrito de Mazagão e pertinho de Mazagão Velho, ela vai todo ano.
Foto: Ruan Alves/ Agência Amapá
O exército dos cristão chegam para a batalha.
“Eu venho desde que era mocinha, e isso faz muito tempo! E eu não perco essa festa por nada, porque eu acho tudo muito lindo”, brincou a aposentada.

A Festa de São Tiago continua nos dias 26, 27 e 28. Nesses três dias todo o ritual vai ser repetido, mas dessa vez pelas crianças da vila.

“É uma espécie de oficina, para que nossas crianças cresçam conhecendo, fazendo parte e tomando gosto pela nossa história, assim a nossa cultura não morre”, explicou José Hosana, narrador da batalha há 23 anos.

Foto: Ruan Alves/ Agência Amapá
O exército dos mouros representam os muçulmanos, em alusão ao episódio ocorrido em Mazagão, no continente africano.

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