Ensaio Técnico, mais uma contribuição do Piratão pro Carnaval de Macapá

 

Alcione Cavalcante. Engenheiro Florestal e Diretor de Piratas da Batucada

Como tudo realizado pela Piratas da Batucada, o ensaio técnico da Escola, na segunda-feira, foi um show à parte e prenúncio de um desfile grandioso, criativo e envolvente.


Realmente a preparação e organização do ensaio, desde a concentração até a dispersão, mostrou que a escola, mais uma vez, leva
muito a sério o Carnaval.


Destaco a participação da comissão de frente, a evolução do casal de mestre-sala e porta-bandeira, das baianas, a sinalização da
composição dos quadros e da inserção das alegorias, a sincronia perfeita entre o samba, os puxadores e a bateria e entre estes e a evolução e o trabalho perfeito da harmonia. Destaco, harmonia impecável, a
começar pelo traje, mesmo em ensaio, o que demonstra o compromisso com a memória, o respeito e a grandeza do carnaval de Piratas.
Confesso, mesmo com trinta anos de escola, eu me passo.


Lembro que Piratas da Batucada, tradicionalmente promovia nas avenidas e ruas do bairro do Trem, por ocasião da
preparação de seus desfiles, “arrastões” que tinham por objetivo a mobilização da comunidade e, às proximidades da data dos desfiles, realizava ensaios técnicos. Portanto não era novidade pra escola.
Gostaria de lembrar o up-grade promovido por Piratas da Batucada ao encarar e promover, pela primeira vez um ensaio técnico
na Ivaldo Veras, estabelecendo o Marco Zero do que temos hoje como evento preparatório imprescindível pro êxito do carnaval, não só para as agremiações, como também para a organização do desfile, da checagem do som à segurança das estruturas, enfim de toda a logística que um evento dessa magnitude mobiliza.
Evidentemente que o Rio de Janeiro já realizava ensaios técnicos, mas faltava ao nosso carnaval um toque de inspiração e
ousadia, que veio através de uma conversa entre Sergio Lemos (Ex-presidente Teco), Lourival Freitas (Diretor de Piratas) e Alexandre Louzada, então carnavalesco da Beija- Flor, sobre as possibilidades do carnaval de Macapá. Por que não se fazer um ensaio técnico de Piratas da Batuca
no Sambódromo?
Ideia formulada, desafio lançado, missão cumprida.

Nos anos seguintes algumas outras agremiações vieram e posteriormente o
evento foi incluído na agenda oficial do Carnaval. Foi muito bom.
O ensaio é ainda o momento em que a mente nos leva a lembrar, sem tristeza, de pessoas queridas do nosso Carnaval, como o
Gilson Tocha (ex-presidente e passista de responsa), Edvaldo Azevedo (o
Meré, entusiasmado defensor da escola), Maranhão (refinado observador, para quem a passagem dos carros e o ensaio técnico eram
o verdadeiro carnaval) Manoel Torres (inigualável Diretor de Harmonia e
maior conhecedor da história de Piratas e do Carnaval do Amapá),

Roberto Monteiro (criativo, perspicaz e envolvente, um dos maiores
carnavalescos do Amapá, a quem devemos muito do que aprendemos),
Jeconias, Walber, Pinheiro e tantos outros.
Mas o que gostaria de registrar mesmo é que para nós de Piratas da batucada, o ensaio técnico é sério, mas também é o renovar
contínuo do congraçamento entre brincantes, simpatizantes, comunidade e diretores, que começa com a batida do surdo no primeiro
ensaio e num crescendo evolui em explosão de alegria no desfile.

Valeu presidente Marcelo Zona Sul. Abraços aos ex-presidente Matta, Caxias e França, através dos quais registro minha
admiração a todos os que dirigiram a escola que se transformou no Rei do Sambódromo.
Nesse mar de amor vai meu coração. Seja onde for, sempre será campeão. Aí é que eu me refiro.

Fotos: Max Renê

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