Coronavírus: Prefeitura de Macapá realizará cerimônia inter-religiosa da saudade em memória às vítimas da Covid-19

Neste sábado, 4, a Prefeitura de Macapá irá realizar uma cerimônia inter-religiosa da saudade em memória às vítimas da Covid-19. O momento de oração culmina com o registro da primeira morte na capital amapaense, há exato 3 meses. O evento também terá a participação do Instituto Joel Magalhães (Ijoma), que propôs ao Município esse

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Por conta do distanciamento social, não será possível o acompanhamento da cerimônia no local, mas os familiares das vítimas e fiéis poderão acompanhar a transmissão ao vivo pelas redes sociais da prefeitura. A celebração irá acontecer às 8h na área 2 de Covid-19, no Cemitério São Francisco de Assis, zona norte da cidade. Devem conduzir a cerimônia o padre Paulo Roberto, o espírita doutor Felipe Menezes, Pai Marcos (candomblé), Pai Salvino (umbanda) e o pastor Kelson.

“O local já está recebendo os serviços de limpeza. Será um espaço solene, que remete ao silêncio e à oração em prol dos entes queridos perdidos nessa batalha”, diz o secretário municipal de Zeladoria Urbana, Carlos Alberto Oliveira. “A união de líderes religiosos de diversas vertentes tem por objetivo sensibilizar a sociedade a se mobilizar em defesa da vida, todos juntos, de mãos dadas, em solidariedade, unidos pelo amor ou pela dor”, pondera o padre e coordenador do Ijoma, Paulo Roberto Matias.

“É um momento de celebrar a vida, de dizer muito obrigado e mostrar sentimento, prece e solidariedade às famílias enlutadas. Macapá chora essas mortes, estamos todos de luto. Porém, a fé na vida, a fé em Deus, sustenta o futuro e a saudade doída dos que se foram. A você que perdeu um amor, receba todo o nosso amor”, oferta padre Paulo.

Dores de um luto sem despedida

Macapá registrou a primeira morte por Covid-19 no dia 4 de abril. A vítima foi um homem de 60 anos. O que ninguém imaginava era que a partir dali iríamos assistir à uma escalada de mortes causadas pelo novo Coronavírus. Uma doença que trouxe um misto de sentimentos, como insegurança, tristeza, medo, raiva, revolta, desespero e culpa, um luto sem despedida.

O vírus, que leva a um fim solitário e pegou o mundo de surpresa, logo no início dispensou a companhia de parentes durante a internação, e durante a morte não se é dada a chance dos velórios e sepultamentos tradicionais, como antes da pandemia.

“A maior tragédia, nesta grande tragédia, são as mortes solitárias. Dezenas, centenas. O rito funeral também nos falta, porque no funeral a vida toda passa diante de nós, pena que não podemos estar ali como vivos. Os amigos de nossa época de criança, a professora, pais, irmãos, filhos, os amores amados, e a partir de um certo momento desamados, sabe-se lá o porquê. Quem somos sem o rito que nos consagra humanos? E todos, todos conhecemos nesses dias a dor inominável de não poder dizer um ‘adeus’. Por isso, dia 4 de julho, quando completa 3 meses da morte da primeira vítima da Covid-19 no Amapá, faremos uma grande celebração inter-religiosa em memória de todas as vítimas”, finaliza padre Paulo.

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