Camilo pede que a Câmara dos Deputados repudie a comemoração do golpe de 64

O deputado federal Camilo Capiberibe (PSB/AP) pediu ao presidente Rodrigo Maia (DEM/RJ), da Tribuna da Câmara, que o Parlamento se manifeste oficialmente contrário à determinação do presidente Jair Bolsonaro de comemorar o golpe de 1964, ao que Camilo chamou de comemoração do arbítrio e da total quebra da institucionalidade. “Determinar que se comemore isso é lamentável, antidemocrático e um alarmante sinal dos tempos absurdos que estamos vivendo.  Essa Casa que representa a democracia, essa Casa que promulgou a Constituição Cidadã de 1988 não pode ficar em silêncio nesse momento”, afirmou o socialista.


Camilo lembrou que o presidente da Câmara nasceu no Chile por conta do exílio da sua família, perseguida pela ditadura civil-militar. Ele mesmo nasceu em território chileno, onde seus pais João e Janete e sua irmã Artionka estavam exilados.
O socialista afirmou que a comemoração “é um escárnio à memória de mortos e desaparecidos, é uma agressão aos sequestrados, torturados e exilados e um insulto ao Congresso Nacional que chegou a ser fechado, aos mandatos de deputados, senadores e governadores que foram cassados. Uma ofensa ao Estado Democrático de Direito que viu serem banidos durante a ditadura os direitos individuais, civis e políticos, com fechamento de sindicatos, partidos políticos e grêmios estudantes e a UNE”, listou, para lembrar a cassação de ministros do Supremo, a censura à imprensa e aos artistas.
No início da noite, o Ministério Público Federal criticou a comemoração do golpe de 64: “O ato se reveste de enorme gravidade constitucional, pois representa a defesa do desrespeito ao Estado Democrático de Direito, já que celebra um golpe de Estado e um regime ditatorial que resultou em violações sistemáticas aos direitos humanos, além de crimes internacionais”.

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