Calendário adaptado para monitorar produção e consumo de açaí pelas famílias extrativistas

Pesquisadores da Embrapa criaram uma solução simples para sanar a falta de dados sobre a coleta familiar em açaizais nativos no norte do País, que é feita geralmente em locais de difícil acesso. O grupo do engenheiro florestal pesquisador Marcelino Guedes, da Embrapa Amapá, adaptou um calendário de parede para que as próprias famílias ribeirinhas possam anotar, diariamente, quanto açaí coletam e a quantidade consumida.

Com a ferramenta simples, os pesquisadores descobriram, por exemplo, que algumas famílias grandes costumam consumir mais do que vender o fruto e que o consumo médio gira em torno de pouco mais de 20% do total coletado na região estudada.

A falta de dados sempre foi um desafio para os pesquisadores da área, pois apesar do aumento da comercialização do açaí e da ampliação dos estudos sobre a espécie, ainda não se tinha acesso ao volume de produção dos açaizais nativos e, principalmente, o quanto dessa coleta era consumida pelas famílias extrativistas.

O método recomendado pela Embrapa resulta de uma experiência realizada com agroextrativistas do Estuário Amazônico (ponto de encontro entre o rio e o mar, entre os estados do Amapá e Pará), mais precisamente da Ilha das Cinzas, município de Gurupá (PA). Analisando os dados anotados nas folhas do calendário, a equipe observou que, naquela comunidade, o consumo médio das famílias moradoras foi de 23,3% do total produzido no período de um ano e meio. Em alguns casos, de famílias mais numerosas, o volume consumido chegou a ser maior do que o comercializado.

Novos calendários foram confeccionados e distribuídos em mais cinco comunidades, no Afuá, através do Projeto Bem Diverso.

Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96
Núcleo de Comunicação Organizacional

Embrapa Amapá
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Macapá/AP

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