Entre a Tortura e a Matinta Pereira

É nessa sexta-feira o lançamento do tão esperado livro do Advogado, Historiador e Doutor, Dorivaldo Santos, o amigo Ney.

O prefácio do livro foi escrito por  Cristina Buarque de Holanda,  Professora do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da  Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ).

Vejam o que a professora Cristina Buarque diz sobre o livro:

“O livro de Dorival da Costa dos Santos compõe exemplarmente este vigor narrativo sobre as práticas de perseguição política da ditadura. E o faz sob novo ângulo, esvaziado do viés “sulista” que atravessa historiografia e consciência nacionais. Dorival convida o leitor a conhecer os bastidores da ação repressiva no Amapá…

Dorival observa, por exemplo, o modo como os governos autoritários afetaram a vida de funcionários públicos – parte significativa da mão de obra economicamente ativa do então território do Amapá. Ao investigar a ação de um improvável Centro de Investigação Sumária (CIS), que devassava a “vida pública e privada de opositores ao regime” e provocava demissões políticas em nome de supostas “irregularidades no serviço público”, este livro investiga uma prática corrente (e pouco comentada) da ditadura no Brasil: o cerceamento ou mesmo a extinção dos meios de sobrevivência material de cidadãos e suas famílias, condenados à miséria econômica pela impossibilidade de reinserção laboral…

Além da expressão particular de um recurso generalizado pelo país afora, o autor também observa uma feição idiossincrática da ditadura no Amapá, entrelaçada ao repertório simbólico local. Ele observa o modo como o Estado se imiscuiu no imaginário popular de seres fantásticos para disseminar o medo e a estigmatização de “comunistas”. Foi assim que os “engasgadores”, nos revela Dorival, se somaram ao “panteão de entidades mitológicas” locais. Em meio ao “curupira”, ao “matinta pereira”, à “cobra Sofia” e à “mãe do rio”, despontaram como figuras entre humanas e fantásticas. Sua ação noturna, combinada a sistemáticas quedas de energia em horários de fluxo de estudantes, instituiu um ambiente de insegurança e pânico generalizados”.

O autor Dorival Santos

 

 

 

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