Sessão Pipoca: ‘A cor Púpura’ de Steven Spielberg

 

Apresentado nos cinemas norte-americanos pela primeira vez há mais de 30 anos, A Cor Púrpura, visto hoje, parece não ter envelhecido muito mais que 30 dias. O filme está disponível no YouTube, na Tv por assinatura Sky e Netflix. Impressões da colunista sobre o filme: A versão fílmica de Steven Spielberg para a aclamada obra de Alice Walker pode ser um dos maiores perdedores na história do Oscar, com 11 indicações e nenhum prêmio conquistado, mas trata-se de um delicado e cativante filme, vencedor em tantos outros aspectos.

Extremamente belo em níveis de produção, direção de arte e fotografia, o que mais salta aos olhos em A Cor Púrpura, no entanto, é seu elenco. Liderado pela então novata na época Whoopi Goldberg, que como Miss Celie rouba a maioria das sequências do longa-metragem para si, o filme ainda conta com performances inesquecíveis de Margaret Avery no complexo papel de Shug Avery e Oprah Winfrey como Sofia, todas as três reconhecidas com indicações ao Oscar por suas atuações. O destaque maior fica mesmo por conta de Goldberg, que com a difícil missão de conquistar a simpatia de espectadores para uma mulher que é proibida de falar, sonhar e interagir com outras pessoas, entrega uma composição contida, porém repleta de nuances profundas e marcantes.

A trama gira em torno da triste história de vida de Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem cujo pai a estuprava ainda na adolescência e depois deu seus dois filhos à venda para outras famílias. E mais tarde, deu a sua mão em casamento para o Sinhô Albert (Donald Glover), um cruel e esnobe senhor de terras que começou a trata-la feito uma escrava, cuidando de seus filhos arruaceiros, tomando conta de sua casa como empregada doméstica e a noite sendo usada como objeto sexual. Até que sua irmã mais nova Netie foge de casa e vai morar com Celie e seu novo marido, onde as irmãs lutam para se manterem unidas até que o Sinhô tenta estuprar Netie que lhe machuca nas partes íntimas, o enchendo de raiva e separando abruptamente ambas irmãs. E com o passar dos anos, Celie vive uma vida de servidão e abusos como sua rotina diária, apenas observando a vida e o tempo dos outros a sua volta passar, sem que nenhuma esperança ou fé lhe sejam possíveis crer. Isso até a chegada da amante do Sinhô, Shug Avery (Margaret Avery) cuja personalidade e sentimentos prometem talvez mudar a vida de Celie.