MP-AP reúne pesquisadores e garante apoio ao projeto que estuda árvores gigantes da Amazônia

Como incentivo ao Projeto de Pesquisa Monitoramento Integrado de Árvores Gigantes da Amazônia, o Ministério Público do Amapá (PM-AP), através da Promotoria de Meio Ambiente e Conflitos Agrários, passa a ser parceiro da iniciativa que estuda as maiores árvores da Amazônia e os impactos ambientais utilizando tecnologia aeroespacial. O promotor de justiça Marcelo Moreira reuniu com pesquisadores e acordaram pontos de apoio para o projeto. O engenheiro florestal e assessor operacional da Promotoria Ambiental, João Matos Filho, compõe a equipe de estudiosos.

Eric Gorgens, professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e coordenador das expedições; Jacqueline Rosette, da Universidade de Swansea, do Reino Unido; Robson Borges, da Universidade Estadual do Amapá (UEAP); Diego Armando Silva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP) e João Matos, reuniram com o promotor Marcelo Moreira. Os compromissos assumidos entre as partes são o incentivo e articulação para criação de um Projeto de Lei para proteção específica destas espécies gigantes, exposição fotográfica com as com as imagens captadas durante a expedição, e apoio logístico para realização do projeto de pesquisa.

As expedições para estudar as árvores gigantes iniciaram em 2019, entre os estados do Pará e Amapá quando encontraram as espécies angelim-vermelho e castanheiras com altura entre 80 e 90 metros. Nas quatro expedições realizadas, exemplares de árvores de estatura gigante foram identificados e mapeados em Unidades de Conservação localizadas nas regiões Central e Sul do Amapá. Nesta última expedição, em novembro, a espécie angelim se consolidou como a maior já registrada em toda a Amazônia. Em média as árvores da Amazônia medem entre 40 e 50 metros, e na quarta expedição foi encontrada um angelim de 83 metros de altura e 7,10 de circunferência.

O trabalho de mapeamento e pesquisa é feito com tecnologia de captação de dados conhecida como LiDAR (Light Detection and Ranging), um laser capaz de fazer a modelação tridimensional e dar com detalhes a altura precisa da vegetação. Através destes estudos os pesquisadores identificaram que uma árvore gigante é responsável por mais de 60% da biomassa de outras árvores próximas. “Devido estes estudos da biomassa hoje temos informações importantes, como a respeito da quantidade de carbono emitida em um desmatamento e até a capacidade de regeneração dessas vegetações”, avalia o promotor Marcelo Moreira.

O estado do Amapá, mais precisamente a região do vale do Jari, por suas características próprias que a diferencia de outros locais da Amazônia é o ponto considerado adequado para a instalação de uma Base de Ecologia Tropical, que será o centro das atividades que pretendem potencializar pesquisas e servir de suporte para pesquisadores de todo o planeta, que demonstram interesse por estas pesquisas. A pesquisadora britânica Jacqueline Rosette é uma das que veio ao Amapá em busca de informações das árvores gigantes e usou pela primeira vez em uma floresta tropical um laser manual para medir a posição do solo, árvores e folhas.

Parcerias e financiamento

O projeto é financiado pelo Fundo Natura para Desenvolvimento Sustentável das Comunidade (Fundo Iratapuru). Com a parceria para incentivo ao projeto, o MP-AP passa a atuar junto com outros apoiadores, como UEAP, IFAP, UFVJM, Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia do Amapá (Setec), Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/AP), Fundação Jari e Swansea University. João Matos, que é ainda especialista em Economia e Meio Ambiente e Mestre em Gestão dos Recursos Naturais, está à disposição do projeto para a coleta de dados nos inventários florestais e de solo, que subsidiam os estudos.

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