Dia Internacional da Mulher: conheça a história de três mulheres do TJAP que romperam preconceitos e venceram desafios

 

O 8 de março é conhecido como o Dia Internacional da Mulher. A data logo remete a homenagens e declarações, porém suas raízes históricas se aprofundam em lutas por direitos femininos e ocupação de espaços majoritariamente dominados por homens, onde muitas mulheres precisaram passar por caminhos tortuosos para alcançar algo que deveria ser natural. É esta trajetória de desafios e conquistas que vamos contar a par tir de agora. Nossas entrevistas são a juíza Elayne Cantuária e as servidoras Anne Marques e Edna Karla.

Elayne Cantúaria é a única juíza negra do Estado do Amapá. Edna Karla é a única mulher do Departamento de Informática e Telecomunicações do TJAP. Anne Marques é a primeira presidente do SINJAP em 30 anos de Sindicato. Apesar de terem vidas marcadas por desafios distintos, as três mulheres têm algo muito forte em comum: a conquista de cargos historicamente ocupados por homens.

E quando existir é revolucionário, algumas histórias não podem passar em branco. Com 27 anos dedicados à magistratura amapaense, a juíza Elayne Cantuária, aprovada em primeiro lugar no concurso da magistratura de 2009, possui vivências atravessadas pela magistratura e pelo ‘ser mulher’.

“Logo quando fui convocada, era muito comum notar olhares desconfiados quando viam que se tratava de uma mulher jovem exercendo aquele papel que sempre foi atribuído a homens”, conta a magistrada, hoje titular da 2ª Vara de Família, Órfãos e Sucessões da Comarca de Macapá.

“Uma vez, quando tinha acabado de assumir a comarca de Tartarugalzinho, um advogado chegou à unidade procurando pelo juiz responsável. Do balcão eu disse ‘Pois não?’ e logo depois ele insistiu ‘Mocinha, já disse que quero falar com o juiz’, e eu tornei a fazer a mesma pergunta. Quando ele entendeu que eu era a juíza responsável pela unidade, ficou envergonhado e surpreso, pois estava acostumado a ver homens naquela posição”, narrou a juíza Elayne Cantuária.

Apesar de ter sido uma trajetória desafiadora, a magistrada nunca desistiu de olhar para a Justiça com amor e se orgulha quando vê que sua história abre caminho para que outras mulheres também levantem voos tão altos quanto a magistratura.

Assim como Elayne, Edna Karla enfrentou uma vida onde a sociedade permeia preconceitos seja de forma explícita, ou de forma velada. Negra, mulher e profissional da Informática, Edna é um exemplo de força, coragem e muita resiliência.

“Muitas vezes não é nem dado à mulher ao menos a chance da primeira tentativa de realizar uma tarefa ou atividade profissional”, diz a Analista de Segurança lotada no Departamento de Informática e Telecomunicações (DEINTEL), a única mulher de todo um setor. “Por trabalhar em uma área de tecnologia, era comum receber olhares suspeitos de que eu não conseguiria fazer o que estudei a vida inteira para fazer”.

Antes de ser Analista do DEINTEL, Edna foi Técnica do Judiciário, sempre apaixonada pela área que escolheu para a vida. A falta de protagonismo feminino dentro das ciências computacionais foi um desafio, mas nunca um entrave para a desistência.

“Fui professora do curso de Redes há alguns anos em uma faculdade no nosso Estado. Lembro perfeitamente do dia em que entrei na sala, e havia uma menina negra logo nas primeiras cadeiras. Quando ela me viu, os olhos brilharam e ali eu senti que a representatividade importa muito para outras mulheres e meninas que nem eu”, contou a servidora.

Quando perguntada o que seria necessário para atingir a equidade em uma sociedade desigual, ela responde “Dar oportunidade para a mulher mostrar do que é capaz”. E é através disso que Edna Karla acredita ser o futuro de muitas mulheres e meninas que desejam se descobrir através da ciência e da tecnologia.

Da mesma forma resiliente e corajosa, Anne Marques, técnica do Judiciário e bióloga de formação, se tornou a primeira presidente mulher do Sindicato dos Serventuários da Justiça do Estado do Amapá (SINJAP), o qual preside a quatro anos.

“Eu me deparei com desafios quando precisei ter minha fala respeitada apenas por ser mulher dentro do sindicalismo. A sociedade possui essa ideia de que a fala quando feita por uma mulher não é tão verídica quanto a de um homem”, contou a servidora.

Anne cita que em seu primeiro ano de sindicato, teve a grata honra de atuar ao lado de uma mulher na presidência da Associação dos Magistrados (AMAP), esta sendo a juíza Elayne Cantuária. “Foi histórico, houve uma grande cooperação institucional e conseguimos ampliar ainda mais os laços com o TJAP como um todo”, narrou Anne Marques.

Assessoria de Comunicação Social/TJAP

 

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