Por um Programa Mais Engenheiros!

Sérgio La-Rocque*

 

É difícil entender essa grita da categoria médica contra o a decisão do governo Federal em criar um programa com objetivo de suprir as necessidades da população brasileira no que tange ao atendimento médico, cujo índice é muito baixo quando comparado, por exemplo, aos vizinhos Uruguai e Argentina.

Embates a parte, a questão que levanto é que com essa decisão se criou um privilégio, que – pasmem! – como diria o meu amigo Zothi: “macacos me mordam!”, os médicos formados e já estabelecidos no mercado de trabalho, recusam. Sabe-se lá porque, uma vez que os motivos argumentados colidem com as evidências dos fatos, e, ainda por cima tentam levar junto com eles nesse movimento os que vêm e os que virão.

Ora, quem estuda em nosso País sabe da longa e dura guerra para chegar à formação profissional superior.  São, pelas minhas contas, cinco árduas batalhas: 1) Concluir a educação básica; 2) Concluir o ensino médio; 3) Passar no Vestibular; 4) Concluir o curso escolhido e 5) Arranjar emprego e se consolidar profissionalmente, essa a mais difícil.

Não há, quer dizer, não havia, até a instituição do Programa Mais Médicos, nenhuma política pública, em todas as esferas, voltada para oportunizar experiência profissional remunerada por dois anos, com o consequente preparo para a garantia de emprego, para qualquer categoria recém-formada, minimizando a dureza da última batalha.

Entretanto, agora, os estudantes de medicina são detentores desse privilégio. Por todo favorecimento que ele encerra, reside a minha dificuldade em entender a resistência dos médicos militantes. Quais, mesmo, suas verdadeiras motivações?…

Perguntas à parte, o que eu quero mesmo é reivindicar aqui um programa nos mesmos moldes para os estudantes de engenharia, de modo que eles também possam oportunizar experiência profissional remunerada no Ministério das Cidades, Petrobrás, Eletrobrás, Caixa Econômica, etc, e o consequente preparo para a garantia do emprego. Para não dizerem que estou puxando a brasa para o meu tamuatá, insto as demais categorias que façam o mesmo.

Invoco o principio da isonomia previsto em nossa Constituição.

Nenhuma discriminação, mais engenheiros já!

P.S – La Rocque liga para colocar adendo no artigo: “ Independente do recuo do Governo Federal, mantenho a defesa da proposta Mais Engenheiros”.

* Sérgio La-Rocque é engenheiro químico/MBA, trabalhou no grupo CAEMI, VOTORANTIM, SRC e JPE Engenharia. Foi presidente da CAESA, diretor e presidente da COSANPA, Secretário de Transportes do Amapá e Diretor-Presidente da ARSAP. Atualmente e consultor de gestão, engenharia e relações institucionais, associado ao escritório Bemerguy & Ferreira advogados.

 

  • Caro La-Rocque, essa sua indagação dos médicos já formados e atuando também me incomoda um pouco e eu vejo como puro corporativismo. Penso um pouco diferente de seu pensamento sobre o Mais Engenheiros, pois o que tem de engenheiros em suas diversas modalidades (civil, eletrecista, mecânico, agrônomo, florestal, etc….) com baixas remuneração aos 20 ou 30 anos de carreira nesse Brasil, não é fácil.

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