Página virada

Por Charles Chelala, economista, professor e Mestre em Desenvolvimento Regional

Escrevo este artigo no sábado, antes de saber quem vencerá as eleições para Governador do Amapá. Entretanto, já é possível se concluir que as eleições de 2010 foram históricas, daquelas que marcam a sociedade, repleta de fenômenos que a tornam única em comparação com as anteriores.

Um deles foi, obviamente, a “operação mãos limpas” da Polícia Federal, que influenciou decisivamente nas eleições não apenas pelas prisões e conduções coercitivas, mas fundamentalmente por pautar a questão da probidade na gestão dos recursos públicos, trazendo o tema para o posto central do debate eleitoral.

Outro fator extraordinário do pleito foi o resultado de triplo empate no primeiro turno, fato inédito (talvez até em nível nacional) em que os três principais contendores tenham chegado com uma diferença de apenas décimos de percentual.

A passagem para o segundo turno de dois candidatos situados no campo da oposição, sem o apoio de nenhuma máquina, tampouco tem precedentes na história eleitoral recente do Amapá. Não tivemos candidato situacionista, havendo divisão de pessoas ligadas ao atual governo nos dois palanques (alguns expostos, outros ocultos) com ambos os postulantes reivindicando para si a bandeira da “mudança”.

As eleições para o Senado também foram marcantes. A eleição de Randolfe, com a maior votação já obtida no Amapá, depois de quatro anos sem mandato e concorrendo sem coligação por um partido pequeno, ficará registrada na História do Amapá. A escolha de Capi para a segunda vaga do Senado, mesmo sob a forte campanha negativa acerca do seu registro de candidatura, fez-lhe justiça após ter tido um mandato ceifado no tapetão.

Evidente que houve baixaria, tiros, trucagens e etc., mas não queria me fixar nisso, até porque não creio que tenham sido decisivos para o resultado final.

O que interessa é que essas eleições viram uma página da história do Amapá, encerrando um ciclo. Atores passam de coadjuvantes a protagonistas e se descortinam novos tempos na política do Amapá.

Não podemos prever se o futuro será promissor, mas sejamos otimistas, pois “a fila andou” o que nos faz remete à bela versão de Chico Buarque para a Canção pela Unidade Latinoamericana, de Pablo Milanês: “A História é um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente, todo aquele que a negue”.

  • Realmente a história deu um passo muito grande e,espero,que não seja de volta ao passado.Lendo no “Wikipedia” a “estória” do pai do Sr.Carlos Camilo Goes Capiberibe fico me perguntando quando darão uma estatua à ele.Ou aos seus seguidores.Os caras mentem tanto que,quem não conhece ou sabe interpretar,como a maioria da sua militancia,acha que é verdade,mal sabendo eles que a verdadeira mudança é LUCAS 14.À VITÓRIA!!!

  • Professor Charles Chelala, concordo plenamente que temos no Amapá, a expectativa de um “novo tempo”. Sou Amapaense, moro em Belém/PA desde 1977.Acompanho a política local (AP)através dos blogs: Alcilene e Alcinéa.
    Com satisfação li uma artigo de sua autoria cuja essência propunha a “formatação” de um novo modelo econômico para o Amapá,posto que na verdade hoje inexiste um modelo de desenvolvimento, a não ser o tão bem definido por você como o do “contra cheque”.
    Precisa o Amapá, urgentemente, criar com os outros parceiros: EMBRAPA; SENAI;SEBRAE; UNIFAP, UFPA, UFRA e UNAMA, alternativas rentáveis e vinculadas não só ao agronegócio, mas aquelas passíveis de industrialiação para que tenhamos produtos manufaturados, em especial aquelas em consonãncia as nossas vantagens comparativas, sem esquecer, evidentemente, a teoria de “CHUMPETER”, CONTEMPLANDO AS VANTAGENS COMPETITIVAS; A INOVAÇÃO;A TECNOLOGIA E A PESQUISA.Em seu artigo identifiquei proposta que poderá tirar nosso Estado do imobilismo e mesmice que se encontra.Há que se ter consciência que é um planejamento de Estado, não de governo, posto que é projeto para consolidar-se em até 20 anos.
    Atenciosamente,
    Josenildo Mendes – corecon 3651

  • Professor,excelente comentario tambem realizei leitura seu artigo referente formatação de um modelo AP, tomara q canditatos camilo ou lucas siga orientação artigo.Verdade eu acredito novo tempo, em uma Amapá de paz e paz é branca, abraço professor

  • Professor Chelala, brilhante suas colocaçoes. O Amapá precisa desenvolver. A mudança iniciou no primeiro turno das eleiçoes de 2010, quando os eleitores soltaram nos dedos a vontade de acreditar que existe sim bons governantes. A Justiça foi realizada quando o CAPI obteve o segundo lugar no senado e Randolfe o primeiro. CAMILO e LUCAS sao a esperança de um governo voltado para o desenvolvimento do Amapa. Que venham grandes empresas gerando novos empregos. Que se formem novos empreendedores. Que os funcionarios do Estado, do Ex Territorio, dos municípios e a populaçao se unam a nova equipe de governo e possam fazer um Amapá melhor, forte e menos corrupto. Que Deus abençoe todos nós.

  • Chelala, seu artigo deveria ter mencionado o resultado do primeiro turno, me refiro ao empate técnico entre JA, Lucas e Camilo pois nunca tinha visto uma apuração de votos tāo apertada e mesmo que nāo tenha ido para o segundo turno Jorge Amanajas merece respeito por sua expressiva votação .

    • Obrigado pela contribuição, Lili. Mas eu falei sim, olhe lá no quarto parágrafo. Concordo com seu comentário.

  • A “Operacao Maos LImpas” ganhou a eleicao no Amapá. Quem tinha mais moral para “colar” sua imagem nela tirou mais proveito. Esse candidato foi Camilo. Lucas nao teve força, nem moral, pra vincular sua imagem ao combate a corrupçao. Por isso, os “capiberibes” voltam ao poder nos braços do povo. A palavra da campanha foi JUSTIÇA e, infelizmente, LUCAS nao soube, ou nao quis, ou nao pode, falar da roubalheira dos oito anos dos Goes. Foi muito escandalo e muitas prisoes. Agora o resultado ta ai. O “menino” arrogante que vai combater a corrupçcao será o Governador do Amapá. Isso é historia pra ser ensinada nas escolas do Amapá. É a minha opiniao. Vamos ve se voce publica. Abracos!

  • Quem move o mundo é a economnia, mas as decisões são políticas, por isso, o seu economês na campanha errou. Normal para um principiante em campanha política.

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