O vetor político nas eleições 2020

* Antonio Teles Jr. Mestre em Economia 

A pandemia do coronavirus fez com que o calendário eleitoral no Brasil se alinhasse com as eleições americanas, nesse momento, os EUA estão realizando as convenções presidenciais e no Brasil o lançamento de pré-candidaturas municipais com previsão de convenção para a primeira semana de Setembro.

Em termos políticos lá existe uma polarização entre extrema direita do Partido Republicano e a tradicional esquerda do Partido Democrata.
O tom inicial da campanha foi agressivo, tanto da parte dos Democratas quanto dos Republicanos. Joe Biden fez um ataque usando as falas do filho e da esposa de Trump. No contra ataque, Trump afirmou que Biden pretende lançar um plano de saúde para imigrantes ilegais.

Nesses dois exemplos, fica claro que a preservação da família e a divulgação de fakenews não estão na agenda dos marqueteiros e dos candidatos.
No Brasil a divisão da sociedade vem sendo intensificada desde 2019, o Presidente Jair Bolsonaro adotou um método de gestão baseado na permanente campanha política, inclusive durante a pandemia. Acontece que na prática o presidente saiu mais fortalecido, com melhora na sua avaliação de governo, inflada pelo ativismo religioso dos evangélicos e pelo Auxilio Emergencial.
No Brasil estão lançadas as bases para o Fla-Flu eleitoral: Esquerda x Direita; Conservadores x Progressistas, Valores da família x Direitos de minorias; Direitos humanos x Repressão policial; Economia x Agenda social. No pêndulo dos temas, a Direita está na vantagem, pois agora além da agenda econômica está conseguindo aglutinar a agenda social através do Auxilio Emergencial.
O que vale para os EUA reflete no Brasil e também no Amapá (especialmente em Macapá e Santana) isso implica em discursos objetivos e na forma como das decisões da eleição municipal podem influenciar em perdas para a sociedade.

Existem três formas de um candidato se sobressair em uma eleição, o vetor econômico (que depende da atual conjuntura), o vetor administrativo (quando há rejeição/aprovação administrativa) e o vetor político (que envolve apoio de lideranças e posicionamento ideológico do candidato).

A polarização da sociedade e a atual conjuntura no Brasil e nos EUA indicam que o vetor político será o mais relevante nas eleições Municipais 2020 e a campanha inicia no Brasil com uma vantagem aos candidatos com perfil de direita.

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