O crescimento do empreendedorismo feminino e seu incremento econômico.

*Por Marciane Santo – Diretora Técnica do Sebrae no Amapá – SEBRAE/AP

O perfil atual da mulher brasileira passou por diversas mudanças socioeconômicas nas últimas décadas. Hoje, a população feminina predomina no país, vive mais, engravida mais tarde, acumula mais anos de estudo, lidera as estatísticas de formação profissional e tem sido cada vez mais, a responsável pelo sustento do seu próprio lar, conhecidas como “chefes de família” ou “chefes de domicilio”. Com as revoluções culturais e a força do movimento feminista no século XX, novas configurações sociais foram surgindo, enfraquecendo o modelo homem provedor à mulher cuidadora.

As mulheres estão presentes e atuantes no mercado de trabalho há anos, mas o que mudou no cenário atual, é que não aceitam mais papéis secundários e sim espaços de decisão, se posicionando na condição de protagonistas das suas próprias histórias.

Costumo dizer que um dos ambientes mais democráticos é justamente o campo empreendedor. Aqui, não há impedimentos relacionados ao gênero, condição social, etnia, credo e nem condição economia-financeira, afinal, também podemos começar um negócio com poucos recursos. Mediante isso, entra em cena o empreendedorismo feminino e a necessidade de distanciamento da desigualdade de gênero histórica, porém, não impeditiva.

Ao entrarem no mercado de trabalho como empreendedoras, as mulheres trazem uma visão diferenciada para um meio muito competitivo. Estas, possuem características próprias que facilitam o desenvolvimento empreendedor e fazem dos seus empreendimentos negócios diferenciados.

Apesar de estar em constante crescimento no Brasil e no mundo, o empreendedorismo feminino ainda encontra barreiras para poder evoluir exponencialmente, tais como: a dupla jornada, restrição de crédito, crenças limitantes, pouco investimento em tecnologia, networking reduzido, dificuldade em negociação, entre outros.

De acordo com o GEM Brasil (Global Entrepreneurship Monitor), o público feminino é mais expressivo do que o masculino, quando o assunto é a abertura de novos empreendimentos.

Os dados apontam que o empreendedorismo tem despertado mais interesse das mulheres. A proporção de “Empreendedores Novos” – os que têm um negócio com menos de 3,5 anos – é maior entre elas: 15,4% contra 12,6% de homens.

O estudo constatou ainda que as representantes do sexo feminino empreendem movidas principalmente pela necessidade de ter outra fonte de renda, ou de adquirir independência financeira.

No Fórum Econômico Mundial para a América Latina de 2018, o então presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) Luís Alberto Moreno, afirmou que, se os países latino-americanos conseguissem equiparar a participação feminina à masculina no mercado de trabalho, o PIB (Produto Interno Bruto) da região teria um aumento de 16%.

“ A igualdade de gênero não é importante apenas do ponto de vista de igualdade. Também pode ser visto como um enorme dividendo para o crescimento econômico”, afirmou Moreno.

A conclusão é muito simples e didática, mais mulheres liderando negócios, mais incremento econômico, mais desenvolvimento social, mais geração de emprego e renda, e por fim, mais oportunidades para mulheres e homens.

“Ser forte não significa exercitar os músculos. Significa ser capaz de aprender, ser capaz de defender o que sabemos. Significa se manter e viver”. Livro ‘Mulheres que correm com os lobos’- Clarissa Pinkola Estés

  • Ótimo artigo! Nós mulheres realmente somos muito fortes e capazes! Só precisamos acreditar no nosso potencial para fazer qualquer coisa! E essa visão precisa vir de dentro de nós mesmas! Realmente somos e podemos sempre sermos as protagonistas de nossas histórias! Obrigada por nos lembrar disso!

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