João

Por Raul Mareco

Espia, Lamarão, não é potoca nenhuma, tu é um caboco por demais Nobre, um João culhudo e talhudo, na vera!

 

Pequeno inteligente, com muita sustância, que não afrouxa, com certeza porque a dona Luzia e o seu Sebastião te fizeram comer um chibé dos porrudo e umas donzelas vitaminadas quando tu era gitinho que, disque, tu não deixava sobrar nem o cuí, égua, não, olha, João!

 

Começaste a empinar a curica lá pra caixa prego, em Belém, todo pavulagem pra fazer as engenharia, e não adiantava te jogarem pissica, e nem o banzeiro do Amazonas, pense num mano que dibrava tudo que é dificuldade, até porque tu não era nenhum aru!

 

Tua nobreza, João, aumenta quando fevereiro chega, tu fica todo insiguerado, passa extrato, se aperpara todo com a vestimenta do Piratas da Batucada, fica todo besta, num tô dizendo! E quando os pequenos do Flamengo calçam a chulipa, capaz de tu saltar da baladeira só pra ver o Mengão abicorar mais uma vitória.

 

Mas, olha, João, deixa eu te fuxicar um negocio. Os cabocos pai d’égua são eternos, nunca bestam pela vida, alvarai quando Deus estende a mão iluminada e diz: “bora-embora”. Mas, num é pra ti ficar jururu, axi não! O momento de embarcar na cauda do cometa divino deixa qualquer um agoniado, cuíra pra saber como é as paragens du-lá-de-lá.

 

Até porque, Nobre Lamarão, dar de encontroada com a vida material é realmente discunforme, inclusive, para os manos, pequenos, cabocos e cabuçus que tu te despede.

 

Mas, João de Deus, vor-te cobra d’água pra tristeza, nosso eterno engenheiro da vida, escritor tucuju que alumia a todos desde o tempo do ronca. Segura dicunforça na mão de Deus, e vai. “Já me vu”. “Qualquer dia, amigo, eu volto, a te encontrar. Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar”.

 

Do teu sobrinho “adotivo”, Raul Mareco, ou “Raulzinho”, como costumavas me chamar.

  • Emocionante! Esse jeito tucuju de ser! nunca o vi pessoalmente nem conheço! mas devia ser um ser humano puro! E uma vida. Lágrimas…

  • Vai em Paz Amigão e na certeza de que a Engenharia e a Harmonia do Piratão sentirão muito sua falta: Um dia nos encontraremos.
    Abs. Matta.

  • Olá! A família Nobre Lamarão agradece, de coração e alma, a todas as pessoas queridas que se propuseram a homenagear nosso João Lamarão neste honroso blog, nas redes sociais, ontem, durante o velório e o cortejo até o cemitério central. Joao agora é preparado para a eterna viagem da evolução do espírito, através de seus guias enviados pelo Arquiteto do Universo. Muito obrigado, mesmo!

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