GEA quer garantir desenvolvimento regional para compensar impactos da hidrelétrica de Caldeirão

O Governo do Estado do Amapá (GEA) quer garantir um amplo quadro de desenvolvimento, com ações estruturantes, para compensar as comunidades atingidas pelos impactos causados a partir da instalação da Usina Hidrelétrica (UHE) Cachoeira Caldeirão, que será construída no rio Araguari.

“O governo enxerga este empreendimento como uma oportunidade para viabilizar ações estruturantes que possam garantir o desenvolvimento regional para as populações que sentirão os impactos ambientais e sociais que sempre ocorrem por ocasião da instalação de um projeto deste porte”, foi o que enfatizou o governador do Amapá, Camilo Capiberibe, durante reunião realizada neste sábado, 22, no Palácio do Setentrião, com diretores da EDP Energias do Brasil, empresa do Grupo Energias de Portugal, vencedora da concessão da UHE de Caldeirão.

Durante o encontro, o vice-presidente de geração da EDP do Brasil, Luiz Otávio de Assis, entregou ao governador um parecer técnico em resposta à análise prévia do Executivo com relação às condicionantes para obtenção das licenças necessárias ao início das obras da hidrelétrica.

Até a próxima quarta-feira, 26, o Grupo de Trabalho (GT) formado pelo governador deverá concluir as propostas de um plano de desenvolvimento regional para as comunidades que serão afetadas pelos impactos da instalação da UHE. A mais robusta das proposições é que a empresa construa um Hospital Regional, sediado em Porto Grande e que deverá ter capacidade para atender as demandas dos outros municípios do centro-oeste amapaense (Ferreira Gomes, Pedra Branca e Serra do Navio).

“Nós sabemos que só vamos poder operar a usina quando o Estado disser que podemos. Por isso é de total interesse da empresa dialogar com o governo e cumprir o que a lei determina. Estamos trabalhando para cumprir os prazos porque sabemos que as condições climáticas anuais são determinantes para as obras”, disse o vice-presidente de geração da EDP do Brasil.

Ainda de acordo com o chefe do Executivo, além da Saúde, o plano de compensações também prevê ações para as áreas da Educação, Agricultura, Pesca e Floresta, entre outras. “Sabemos que a hidrelétrica vai exportar energia elétrica, e assim, contribuir para o desenvolvimento do país, e do Amapá também, já que ainda podemos comprar trinta por cento do que vai ser gerado por ela. Mas, a nossa outra linha de atuação é lançar mão de todas as salvaguardas que a lei nos permitir para garantir o futuro das populações, não só com geração de emprego e renda, que o empreendimento vai proporcionar, mas também com as outras compensações em função dos impactos”, avaliou Camilo Capiberibe.

A UHE Cachoeira Caldeirão

Projetada para gerar 219 megawatts de energia, a UHE Cachoeira Caldeirão tem previsão de iniciar a geração de energia para 2014. A EDP do Brasil pretende investir no projeto, nos próximos três anos, R$ 1,1 bilhão, do qual 16% serão em 2013; 43% em 2014; 35% em 2015 e 6% em 2016. O início da comercialização de energia da central está previsto para janeiro de 2017, e o prazo do contrato é de 30 anos.

A hidrelétrica faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para aumentar a capacidade de geração no Brasil. A UHE Cachoeira Caldeirão será ligada à rede nacional através da Subestação Ferreira Gomes, com uma linha de transmissão de 230 KV com cerca de 10 km de comprimento.

Elder de Abreu/Secom

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