Entrevista com o senador Randolfe Rodrigues

Em 2012, Randolfe teve ampla repercussão de seu mandato e consolidou a imagem de parlamentar preparado e combativo, apesar de muito jovem e senador por um estado pequeno e por um partido de esquerda e ainda novo. Recebeu prêmios e comendas por sua boa atuação parlamentar. E, com Clécio Luis, fez o PSOL conquistar sua primeira prefeitura de capital no Brasil.

Randolfe conversa com o blog sobre seu mandato em 2012, sobre política e sobre o que virá em 2013.

Quanto seu mandato conseguiu liberar de emendas para o Amapá do orçamento de 2012? – Fiquei satisfeito com o resultado final. Conseguimos liberar do Orçamento da União  8,8 milhões, dos 15 milhões que colocamos em emendas. É um bom desempenho. 60% desses recursos foram para a saúde. Colocamos recursos para o Hemoap utilizar no combate à anemia falciforme, que assola as pessoas negras, e que foi uma solicitação da associação dos portadores da doença. E ainda recursos para o CEPA –Centro de Ensino Profissionalizante do Amapa. Recursos para climatização do colégio Santina Riole, que é primeira parte de uma ação nossa, que buscará climatizar todas as escolas do Amapá, através de um programa do MEC a ser implantado em 2013.  Conseguimos recursos para aquisição de livros para a UEAP. E 2 milhões para a pavimentação de Macapá,  entre tantos outros. Ajudamos um belíssimo projeto do Ministério Público, colocando 500 mil para a Praça da Sumaúma que será construída no entorno da nova sede do MP, que fica no Araxá.

Ainda padecemos no Amapá do grave problema de dificuldades em apresentação de projetos técnicos, principalmente nos municípios.

Como você avalia o mecanismo de apresentação de emendas parlamentares ao Orçamento da União – O mecanismo de emenda parlamenta ao OGU surgiu a partir do escândalo dos Anões do Orçamento.  Emenda individual é uma deturpação que o Brasil arrumou para confundir o papel do parlamentar, que é de legislar e fiscalizar. Nós utilizamos, mas somos a favor que as emendas sejam de bancada, que apontaria prioridades e alocava recursos maiores, além de apontar prioridades de transferência de recursos dos programas federais aos estados e municípios. A emenda individual, muita vezes é usada pelo executivo, para cooptar parlamentares. Ocorre um verdadeiro feirão das emendas, diminuindo o papel do parlamentar, às vezes por migalhas do OGU.  Lula quando se elegeu em 2012 prometeu acabar com esse mecanismo, mas não acabou.

O meu desempenho na liberação de emendas foi ótimo. Maior que de parlamentares da base de apoio. Mas isso se deu devido repercussão do nosso mandato.
Em 2013 estarei na Comissão Mista de Orçamento, uma das mais importantes do Congresso, e esse debate será travado.

Sobre a vitória eleitoral e a relação com o PSOL Nacional – O fato do ano de 2012 na política foi a vitoria nas eleições municipais. Em 2012, o PSOL elegeu  primeiro prefeito de capital.
O Clécio foi eleito prefeito, que é uma condição diferente de ser somente militante político. Ele tem obrigações republicanas com a cidade. Não vai ter mudança no perfil programático do partido e não vamos arredar um milímetro no que o Clécio se comprometeu com o povo de Macapá. Mas as relações institucionais devem ser compreendidas. E o prefeito vai ter as relações institucionais necessárias para o bem da cidade. Não há relação do PSOL com o PMDB, por exemplo. Mas se necessário, haverá do prefeito com o presidente do Senado e senador pelo Amapá, José Sarney. É esta diferença que tem que ser compreendida. E isso foi pacificado na ultima reunião do Diretório Nacional do Psol, por maioria. Temos vencido os debates lá. O PSOL tem sofrido as dores e delicias do crescimento, o que é natural. Alguns tentam apregoar que nós nascemos combatendo o PT e que em Macapá estamos nos igualando. Primeira divergência disso: O Psol nasceu, não como antagônico ao PT, mas como alternativa ao PT, que não pode ser colocado como inimigo a ser combatido. Somos alternativa ao PT e a outros partidos.  Hoje há reconhecimento de nossa atuação no Senado pelos companheiros do Brasil inteiro.

PSOL no executivo – O ano de 2012 encerrou com Macapá vivendo a maior crise urbana e social de sua história. Macapá foi a Cidade Jóia da Amazônia, com um modelo de planejamento urbano, legado dos portugueses no século 18, pensada por Henrique Galúcio, um dos maiores engenheiros do seu tempo. A tarefa será fazer o reencontro com essa Macapá.  Tirar Macapá da situação de ter o pior IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, entre as capitais do Brasil; da desorganização urbana, que eleva o custo do equipamento público, e promover melhorias efetivas na qualidade de vida de seus moradores. Claro que não é um governo de 4 anos que vai conseguir tudo, mas esse é o grande desafio do governo do PSOL e dos aliados que vão ajudar a governar e fazer esse reencontro com a Macapá que querermos.

O que você destaca no exercício de seu mandato em 2012? A luta pelo FPE. Fui o primeiro parlamentar no Congresso Nacional a alertar que havia uma data limite para resolver a pauta FPE. Lamentavelmente não voltamos. No final, o mal veio para o bem por que os projetos que chegaram para serem votados prejudicavam o Amapá. Menos pior assim. Adiou-se para 2013, e podemos fazer um debate em uma condição mais favorável. Essa será nossa principal pauta e acredito que para todos os mandatos de senadores do Amapá, contando com a mobilização do Governo do Estado para uma partilha justa com o Amapá.
Quais as lições da participação na CPI do Cachoeira?  – Como senador e como militante a reafirmação da máxima da política de que ” infelizmente nem tudo é, exatamente como a gente quer” . Iniciamos criticando o relatório que estava em curso e o medo que a CPI tinha de investigar. Terminamos defendendo o relatório, por que era melhor tê-lo do que não tê-lo. Assistimos a uma cena triste: a arquitetura de um esquema de impunidade a um dos maiores esquemas de corrupção do Brasil, capitaneado pela empreiteira Delta. Principal ensinamento  de tudo isso: o financiamento privado de campanhas eleitorais não pode continuar a ser assim. O modelo atual é criminoso com os valores republicanos. Não há democracia em uma eleição em os políticos que fazem acordo com empreiteiras têm direitos a milhões de doações para suas campanhas, enquanto os que não tem acordo, fazem campanhas com tostões.  Isso não garante o principio básico da democracia que é o principio da igualdade de condições para participar do jogo eleitoral.

E para 2013?  – Vamos entrar com muita força do debate do FPE, lutando por repasses justos para o Amapá. Acompanhar os programas federais para trazê-los para o Amapá. Apoiar o governo estadual e as prefeituras municipais. Trazer o lançamento do CEO das Artes e Cultura, já negociado com a ministra Marta Suplicy, que é um espaço com cinemas, biblioteca, outras produções culturais. Tenho como missão ajudar na questão da saúde do estado e município, com emendas e recursos de programas federais.
E votar alguns projetos de Lei, meus, como o que isenta de tributação os livros técnicos;  o que democratiza o direitos autoral, resultado da CPI do ECAD; que são projetos que vou lutar para serem aprovados ainda no primeiro semestre.
Nosso mandato se credenciou como um mandato pela defesa dos valores republicanos. Nosso papel é legislar e fiscalizar. E continuamos firmes nessa linha.

A imprensa nacional tem noticiado bastante nos últimos dias, uma provável candidatura sua a presidente ou ao governo do estado. O que o tem a dizer?

O Mandato de Senador vai até 2018 e a minha concentração é no sentido de fazer sempre mais para honrar a enorme confiança popular que me designou ao Senado em 2010.   Companheiros da Direção Nacional do Psol defendem a minha candidatura a Presidência da República, e é lógico e natural, em decorrência do resultado das últimas eleições, a sugestão da candidatura a governador.    A prioridade neste momento é contribuir com a reconstrução de Macapá, decidiremos 2014, sem pressa e pressão, pautado em especial, pelo meu partido e pelo Amapá.

  • Parabéns pela entrevista, o Senador Randolfe faz a diferença no Senado, e acredito que seria um excelente nome para governar o nosso Amapá, tenho esperança de dias melhores para o o nosso estado.

  • meu senador meu voto e caminhada vc já tem. E garanto de todo povo do Amapá. PENSE NUMA ELEIÇÃO FÁCIL DE GANHAR COM ESSE NOME. GOVERNADOR JÁ. FORA GOES E CAPIBERIBE.

  • Eu boto fe nesse jovem rapaz, tenho que acreditr em alguem para ajudar esse Estado a se alavancar…
    Mas…nao se enganem somente Randolf, mesmo que fosse santo nao iria resolver sozinho NADA!
    Nao devemos sobrecarregar as costas dele, tems que ter outras pessoas, no minimo bem intencionadas para ajudar, do contrario queimaremos mais um nome…

  • Falar é muito fácil.
    Vamos devagar com o andor que o Santo é de barro.
    Vamos primeiro ver a cor do trabalho de Randolfe e Clécio que até o momento não apareceu.
    Pediram um prazo de 100 dias.
    Não se pode trabalhar sem dinheiro, aonde esta galera vai buscar dinheiro.
    Tanto o Amapá como Macapá precisam de investimentos.
    O Clécio já pegou a primeira maresia e já sinalizou que em 2013 é quase impossível fazer alguma coisa.
    O lider do prefeito na Câmara Municipal, o Lucas só quer saber de caçar e dormir, discutir projeto, necas …

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