Égua! Pai D’égua!

Diário Oficial Nº. 32008 de 28/09/2011

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO

LEI N° 7.548, DE 12 DE SETEMBRO DE 2011

 

Declara como integrante do patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, a linguagem regional.

A Assembléia Legislativa do Estado do Pará estatui e seu Presidente, nos termos do § 7º do art. 108 da Constituição do Estado do Pará promulga a seguinte Lei:

Art. 1° Fica reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial para o Estado do Pará a linguagem regional, nos termos do art. 286, da Constituição do Estado do Pará.

Art. 2° Integra-se ao patrimônio cultural imaterial do Estado do Pará a linguagem regional com as seguintes palavras:

I – pai d’ égua – (excelente);

II – égua – (vírgula do paraense, demonstra a emoção de cada intenção da frase);

III –  “é-gu-a” – (poxa vida);

IV – levou o farelo – (se deu mal);

V –  pitiú – (cheiro de característica do peixe);

VI – só-te-digo-vai! – (expressão usada pelas mães pra chamar atenção dos filhos, quando não às obedecem);

VII – te acoca – (te abaixa);

VIII – tuíra – (pele ressecada);

IX – mas-como-então? – (explique-me);

X – bora logo! – (se apresse).

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO CABANAGEM, GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ, EM 12 DE SETEMBRO DE 2011.

DEPUTADO MANOEL PIONEIRO

Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará

  • Que bom. Afinal de contas muitas vezes usamos as gírias de fora, de cariocas, baianos, etc… e deixamos a cultura regional de lado. Poderia ter entrado mais algumas expressões populares paraenses, bastava consultar umas edições do antigo PQP. Mas já é um começo.

    • Talvez isso sirva de exemplo a alguns políticos e membros da imprensa amapaense que tanto falam em valorização das nossas raízes mas que, por pura frescura ou pedantismo, tentam utilizar um vocabulário ou um modo de pronunciar certas palavras que em nada condizem com as tradições do nosso povo. Não sei se eu chegaria ao extremo de criar uma lei nesse sentido, mas é cientificamente provado que um dos maiores fatores de afirmação cultural de um povo, senão o maior, é a sua língua; não é à toa, por exemplo, que os catalões e os bascos, apesar de viverem em território espanhol, não abram mão de preservarem suas línguas. Quanto ao tal livro de Português que ensina a “falar errado”, eu sugiro a algumas pessoas que procurem adquirir um pouco mais de conhecimento científico a respeito do assunto antes de saírem por aí fazendo afirmações totalmente descabidas.

  • Bom dia Alcilene.

    Como leitor assíduo de seu site, pergunto-lhe, aconteceu alguma coisa com a coluna de moda? Pois à duas semanas você só posta uma notícia referente a esse dia.

    Sei que esse não é o melhor lugar de postar essa pergunta.

    Agradeço à atenção dispensada.

  • Querida Lene, o Pará não pode se apossar de algo que não é seu, mas do povo da Amazônia. Essas expressões também são de uso comum em nosso Estado e, quiçá, em toda a região amazônica. Eu mesmo, em parceria com uma das minhas irmãs que é professora da UNIFAP, temos um Dicionário de Amapês, lançado em 2000 e registrado na biblioteca nacional (como manda o figurino), apontando muitas desses verbetes como do falar amapaense.

    • É bom lembrar que muitos dessas expressões são comuns ao Pará/Amapá por vários motivos históricos e geográficos: 1- o Amapá já foi pertencente ao estado do Pará; 2- muitos amapaenses estudaram em Belém; 3- grande proximidade entre muitas ilhas paraenses ao Amapá (muitos acham até que o Afuá é um municipio amapaense); 4- muitos paraenses se radicaram no Amapá. Os dois estados dividem muito em comum, inclusive o respeito mútuo, sem rivalidades e hostilidades tolas como acontecem entre estados vizinhos. No final das contas, somos todos nortistas com muito orgulho!

  • Ao invés de discutirem quem é o pai da pobre égua, deveriam sim estarem discutindo assuntos de maior relevância, ou então deveriam de se espelhar nos Deputados do Amapa que estão ricos com o povo na mão e o “bigode” para segurar a barra.

  • Pra fazer isso que os deputados querem 100 mil por mes? E ainda tem um bando de iditas que se orgulha…

  • Que gracinha essa do deputado. Imagino ele escrevendo o projeto às gargalhadas no conforto do seu gabinete. Avisem-me quando todas as crianças estiverem na escola aprendendo Português…

    • Principalmente o português baseado em conhecimento científico que ensine a escrever errado. Aí o candidato vai fazer 500 vestibulares em universidade pública e 600 concursos públicos e não vai passar por não saber escrever, e então, vai se apadrinhar em políticos corruptos para fazer parte de esquemas fraudulentos dos assesores para po… nenhuma os vulgos ASPONES.

  • Oi Alcilene, quando li esta matéria só me lembrei do meu filho, pois com 1 e 10 meses qdo fica com raiva a primeira coisa que diz é “égua”.Parabéns ao Pará, temos que valorizar nossa cultura!

  • O renomado educador Paulo Freire, defendia, que, quando alguem do povo diz, “nós ´é”, “nos foi” “nós semos”,”nos queria”, “nos vai”, é preciso respeitar.

  • Alcilene,
    Concordo como reconhecimento de linguajar popular as expressões aí apresentados, que ainda são poucas por sua vastidão , no entanto,tornar oficial nos programas escolares como queria o Governo Federal as palavras pronunciadas e grafadas errôneamente, inclusive imprimindo livros que, graças a intervenção e reação de pessoas compromissadas com a educação conseguiu brecar tal aberração. Com o respeito devido, descordo em parte do amigo Cléo, pois, o Pai d’égua é só do Pará e Amapá, o amazonense usa outras expressões.
    Aliás, no Pará não faz muito tempo, um deputado daqueles que não conseguem enxergar as mínimas necessidades do povo criou um projeto de lei na qual queria transformar em patrimônio cultural do paraense, aqueles famigerados treme terras, que com seus milhoes de decibéis prejudicam o tímpano de seus admiradores, sem contar com a qualidade duvidosa das letras de suas músicas chamadas melody, que graças à Deus foi rejeitado, “dirrocha”.
    Sds,

    • Parabens, Ruy Maia, pela ilustrada opinião. De minha parte, fico pensando se o Poder Legislativo deixar de fazer leis, para a enriquecer vocabulário da lingua portuguesa com gírias e expressões de cada torrão, acredito qu a AL/PA está usurpando a atribuição da ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS ou do MEC. Ora em todas as línguas do mundo há inúmeras variações de expressões regionais. Lembramos que o latim, lingua mãe de mais ou menos 9 idiomas na atualidade, tinha duas grandes divisões: O clássico, falado pelos sábios e o vulgar, falado pelo povo. O clássico foi engolido pelo vulgar, porque naquela era existia a política guerreira expansionista e o povo invadido era obrigado a falar a língua do invasor. Os soldados romanos, que mais se destacaram nessa época, falavam o latim vulgar, por conta do que este se expandiu. Depois o tempo e o espaço se encarregaram da extinção do latim como um todo. Hoje é língua morta, porém como Roma foi o berço do direito, as citações latinas são comuns na linguagem forense. Porém dela derivam o português, o espanhol, o italiano, francês, etc. Sobre a Égua, o Dicionário do Aurélio já define a palavravra assim:
      égua [Do lat. equa.] Substantivo feminino.
      1.A fêmea do cavalo. [No N.E. do Brasil, entre os sertanejos e a gente inculta, em geral, é palavra considerada mais ou menos obscena. Cf. égua (2). Sin. (bras., na maioria): banguina, beroba, besta (ê), biscaia, brivana, guincha, munã, pichorra, piguancha.]
      2.Bras. Chulo Meretriz.
      Interjeição.
      3.Bras. MA Gír. Exprime espanto.
      Égua madrinha. Bras. S. 1. Égua junto da qual se habitua a pastar uma manada de cavalos, e que por vezes, especialmente em viagem, traz ao pescoço um cincerro, ao som do qual seguem reunidos os cavalos e bestas; madrinha. 2. Fig. Pessoa que à volta de si reúne outras, a quem dá conselhos e orienta nas normas de proceder.
      Lavar a égua. Bras. 1. Fut. Alcançar vitória por contagem elevada. 2. Turfe Ganhar muito dinheiro. 3. Desfrutar ao máximo uma situação vantajosa; fartar-se, saciar-se; lavar a burra.

      • Adelmo,
        Perfeita a explicação. Observo apenas que no final, o 3 cabe perfeitamente para a maioria das figuras que fizeram ou fazem a vida pública no Amapá.
        Fartar-se, saciar-se, lavar a burra, hum….
        Sds,

    • Acredito que são os politicos que roubam descaradamente grandes valores e ao levar a grana no lombo da égua dizem: “Vamos mãezinha”.

  • Acho que eles podem fazer bem melhor que isso. Não tho nada contra o linguajar dos nortistas, acho bem engraçado, mas ao ponto de fazerem isso, é bem exagerado…

  • O Pará com sérios problemas para resolver, e esse filho de uma égua fica criando projeto ridículo como esse. Sinceramente, eu sou paraense mais graças a Deus na minha casa não se falava semelhante asneira. É pra isso que esse sujeito asqueiroso ganha salário astronômico? E o povo que apoia semelhante coisa, dá-me nojo. Ate parece que no Pará não há mais nada para se fazer. Eita paivinho burro!

  • Gostaria de saber porque retiraram meu comentério, e exijo uma resposta plausível. Afinal, o dono do blog tem rabo preso co alguem?

  • nos somos papa xibe e atravez da lei mais uma vez podemos dizer q a linqua portuguesa e uma das mais dificeis de ser aprendida principalmente com a giria paraense;egua sera q nao sacou?

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