• O ESTADÃO HOJE

    Amante do governador foi peça chave para chegar aos envolvidos
    Polícia Federal grampeou o telefone de Lívia Bruna Gato de Melo, usado por Pedro Paulo Dias para tratar de negociatas
    17 de setembro de 2010 | 0h 00
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    Por ser governador de Estado, ter sido vice e secretário estadual da Saúde nos últimos oito anos de governo, Pedro Paulo Dias (PP) tinha foro privilegiado, o que dificultava o acesso a seus segredos. Apesar das suspeitas, Pedro Paulo não podia ter o telefone grampeado. Mas havia a jovem Lívia Bruna Gato de Melo, pouco mais de 20 anos, amante do governador e servidora da Secretaria de Estado da Saúde. Foi quando a Polícia Federal percebeu que tinha nas mãos um grande trunfo.

    Desde o ano passado, com autorização da Justiça, o telefone dela passou a ser monitorado pela PF em conversas que orientaram investigações, ajudaram a compreender quem é quem no esquema e a confirmar suspeitas sobre crimes que vinham sendo cometidos pelo grupo contra o Estado. Além de a amante ter papel importante no pagamento das supostas propinas, o telefone de Lívia era usado pelo governador, casado e pai de dois filhos, para falar sobre eventuais negociatas.

    Pelas interceptações, foi possível saber que a Secretaria da Saúde estava sem dinheiro para pagamentos de contratos, compra de material e até para o salário dos servidores. Foi também pelo telefone de Lívia que o núcleo de inteligência da PF descobriu que, apesar da falta de verba na pasta, o casal fazia viagens de lazer a Belém com dinheiro da secretaria. Nas conversas, os dois combinam ir à Praia de Salinas dizendo que iam tratar de assuntos em São Paulo.

    Passagem. Em outro diálogo, quem pede à moça passagem para Cuiabá (MT) é o irmão do governador, o ex-deputado estadual Benedito Dias, indiciado em 2007 pela PF na Operação Sanguessuga. Uma mão lavava a outra. O irmão do governador não deixava de retribuir os favores da amante do governador. Mesmo que fosse à base dos bons conselhos. Em uma escuta, em conversa com a colega de pasta, Gracinete, Lívia conta que Benedito Dias sugeriu a ela que saísse do Amapá. O motivo era um dossiê que vinha sendo preparado pela mulher de Pedro Paulo (que ela apelidou de Barbie) e que seria entregue aos adversários políticos se o caso extraconjugal prosperasse.

    A amante pondera com a colega que Benedito garantiu a ela que ficasse tranquila porque o salário de servidora da Saúde continuaria pingando na conta mensalmente. Para arrematar a conversa, as duas confidentes ainda comentam sobre um contrato irregular na Secretaria da Saúde de mais de R$ 1 milhão.

    Descuidada, ela acabou orientando os policiais a prestarem atenção em outro suspeito, assessor informal do governador, responsável por fazer os pagamentos nos bancos pela Saúde. “Cadê o doutor?”, pergunta o funcionário a Lívia. “Ele está doido atrás de ti. Tem um depósito de R$ 20 mil para fazer agora”, ela responde. O funcionário percebe que era perigoso dar continuidade à conversa.

    “Tá ficando doida?”, ele pergunta. “Desculpa”, ela fala e depois cai no riso.

    As conversas também permitiram testemunhar um governador em plena fase de enriquecimento. O casal conversava sobre os novos investimentos do político. Pedro Paulo diz ao telefone que se atrasou porque teve que ir à sua fazenda no Oiapoque. O governador lamenta que a criação de búfalos não estava se adaptando ao sal que ele vinha usando.

    

  • Testemunhas sofrem ameaças de morte no caso da prisão do governador do AP
    Polícia Federal recebeu denúncias de que facção na Polícia Militar estaria arregimentando homens para formar grupo de extermínio
    17 de setembro de 2010 | 0h 00

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    Bruno Paes Manso – O Estado de S.Paulo

    Ameaças de morte, recados dados por terceiros e notícias de que uma facção no interior da Polícia Militar estaria arregimentando homens para a formação de um grupo de extermínio estão provocando medo em testemunhas no inquérito da Polícia Federal que serviu de base para a Operação Mãos Limpas, no Amapá.

    A operação da PF levou à prisão de 18 pessoas, na sexta-feita da semana passada, entre elas o governador Pedro Paulo Dias (PT) e o ex-governador Waldez Góes (PDT). As eventuais ameaças podem complicar a situação dos acusados, que correm o risco de ficar mais tempo na prisão.

    As testemunhas já passaram informações à delegacia da PF do Amapá sobre as ameaças. Na lista de ameaçados aparece o nome do empresário Luciano Marba da Silva, proprietário da LMS Vigilância e Segurança Privada. Ele foi autor das denúncias que deflagaram as investigações sobre a empresa Amapá Vip – uma das principais beneficiadas pelo quema de desvio de recursos públicos nas secretarias da Saúde e da Educação.

    Outros dois que disseram ter recebido ameaça são o diretor do Sindicato dos Vigilantes do Estado do Amapá, Manoel Pereira da Lima Filho, e o advogado Luiz Mario Araujo de Lima, assessor jurídico da Secretaria de Segurança. Este último foi o autor das denúncias publicadas na quarta-feira pelo Estado sobre eventuais irregularidades no aluguel de helicópteros naquela secretaria.

    Do conjunto de 18 pessoas que tiveram prisão temporária decretada na semana passada, 12 já foram colocadas em liberdade. Os outros 6 investigados – entre elas o governador, o ex-governador, o presidente do Tribunal de Contas do Estado e os secretários de Segurança e Educação – permanecem detidos.

    Se a Justiça confirmar as ameaças e verificar que estão vinculadas a tentativas de atrapalhar o andamento das investigações, poderão ser decretadas prisões preventivas.

    Abandonar as eleições. Outro envolvido na história que passou a temer pela vida é o deputado estadual Moisés Souza (PSC). No ano passado ele presidiu na Assembleia Legislativa uma comissão parlamentar de inquérito destinada a investigar denúncias sobre os contratos entre as secretarias da Saúde e da Educação e a Amapá VIP.

    Ontem o deputado disse ao Estado que vai prestar depoimento à PF a respeito das ameaças que teria sofrido nos últimos dias. Nervoso, ele se recusou, no entanto, a dar detalhes sobre a forma como teria ocorrido. Mas adiantou que está propenso a abandonar a disputa eleitoral neste ano e que já pensa também em deixar o Amapá.

    Nomes de oficiais da PM que estariam formando um grupo extermínio chegaram aos ouvidos de uma testemunha e também aos integrantes do Ministério Público do Estado envolvidos na operação. A Promotoria de Investigações Civis e Criminais pôs uma equipe na rua para apurar a veracidade das informações. Também foi agendando um encontro com a PF para transmitir informações sobre as notícias-crimes.

    “O ambiente é de hostilidade e tememos pela vida daqueles que testemunharam. Nada garante que não seja armação, mas temos obrigação de investigar”, disse ontem o promotor Eder Geraldo Abreu.

    Uma das testemunhas ameaçadas disse ontem ao Estado, sob condição de não ter o nome revelado, que recebe os recados por meio de terceiros. Já teriam dito a ele para “sumir do Amapá” e que sua cabeça estaria a prêmio.

    Para se ter uma ideia do clima de tensão na cidade, na quarta-feira, um evento ocorrido em frente à casa do ex-governador e candidato ao Senado, Waldez Góes, acabou com ameaças de violência. O episódio envolveu a mulher do candidato, Marília Góes, candidata a uma vaga na Câmara, que acabara de sair da prisão e ainda estava em Brasília.

    No comício em Macapá, instalaram um alto falante para amplicar a voz de Marilia, transmitida por celular. Ela pedia aos eleitores que acreditassem na defesa do casal, quando a esposa de um empresário local, que passava por ali, debochou da cena. Foi o bastante para ser perseguida de automóvel de automóvel por um partidário dos Góes. O caso acabou sendo registrado na delegacia de polícia.

  • Mensalão de ex-governador do AP era de R$ 500 mil, diz delator

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    DE SÃO PAULO

    Depoimentos dados à Polícia Federal indicam que o ex-governador do Amapá Waldez Góes (PDT), candidato ao Senado, recebia uma propina de R$ 500 mil mensais para manter um contrato de fornecimento de alimentos aos presos do Estado, informa reportagem de João Carlos Magalhães, publicada nesta sexta-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

    Segundo a reportagem, o assessor jurídico da Secretaria da Segurança Pública do Amapá Luiz Mário Araújo de Lima cooperou com a PF nas investigações da Operação Mãos Limpas. Os depoimentos, de novembro de 2009 e maio deste ano, foram obtidos pela Folha.

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    As apurações da PF apontaram para um suposto esquema de desvios de recursos públicos no Estado. Na semana passada, 18 pessoas foram presas –entre elas, Góes e Pedro Paulo Dias (PP), atual governador, que continuam detidos em Brasília.

    Nas palavras do assessor, a fraude no Iapen (Instituto de Administração Penitenciária do Estado) era “orquestrada” por Góes, sua mulher, Marília, pelo deputado federal Evandro Milhomen (PC do B) e por Francisco Odilon Filho, empresário e dono da Mecon, que fornece as marmitas para os presos.

    Em novembro, Lima disse que “teve conhecimento de fraude” e que os recursos “desviados do contrato seriam direcionados a Góes”, que “receberia em torno de R$ 500 mil mensais”. Ele pediu para ser beneficiado pelo recurso de delação premiada –possibilidade jurídica de um envolvido em crimes ter sua pena amenizada em troca de colaboração.

    Lima afirmou que era pressionado e coagido pelo secretário da Segurança, Aldo Ferreira, para fazer “alterações que entendia ilegais em pareceres jurídicos” para “regularizar licitações e contratos”. Se não as fizesse, disse, perderia o emprego. Ferreira, segundo Lima, foi uma indicação do senador José Sarney (PMDB-AP).

    OUTRO LADO

    Sarney, por meio de nota da sua assessoria, negou que tenha interferido na escolha do secretário da Justiça e da Segurança Pública do Amapá ou de qualquer outro secretário do Estado.

    Segundo a nota, o presidente do Senado também negou que tenha se reunido com políticos do Amapá para discutir a indicação do delegado para o cargo.

    Leia a reportagem completa na Folha desta sexta-feira, que já está nas bancas.
    Editoria de Arte/Folhapress

  • o Amapá se tornou a maior vergonha Nacional,parabéns Waldez,você já está na história,Goes vai virar sinônimo de maracutaia agora.

  • Estou acompanhando as noticias, estarrecido, inojado, como nosso Amapá chegou nesse nivel, ameaça de mortes, roubos, uso ilicito do aparelho do estado, imprensa calada, pessoas de bem caladas.. meu Deus onde vamos parar.. não vejo solução a curto prazo, o próximo governador vai precisar de pulso, pois os esquemas são muito grandes, agora o clima de ameças.. enfim, isso é harmonia entre os poderes!

  • Cara blogueira.
    Acabo de chegar a minha casa e encontro na garagem um papel dobrado com desenhos igual a história em quadrinhos (8 qudros). Nele, está o Lucas e aquele senador conversando ao telefone. No diálogo, compreende-se que aquele senador seria o responsável pela operação mãos limpas, querendo beneficiar o Lucas e prejudicar o Pedro Paulo.
    Pois bem. Eu, que não sou burro, e sei que aquele Senador tem horror à PF desde o caso LUNUS, nada tem com isso. Na verdade a intenção do panfleto é a de prejudicar o Lucas. Logo só pode vir do camilinho malvadeza ou do amanajás conduzido coercitivamente. No quinto quadrinho, aquele senador diz que o Lucas vai ganhar no primeiro turno. Fiquei aliviado. Pelo menos alguma verdade está sendo prenunciada.

  • Tu não seguiu a minha receita,não é? Fazer o que,mas,se resolveres seguir,tomar duas garrafas de um bom vinho branco antes,tambem ajuda.Só não pode fechar os olhinhos e “sonhar” com o Bonner,rsrsrs

  • Pivô do caso dos sanguessugas deu ônibus a governador
    Segundo a PF, veículo foi doado pelos Vedoin à Clínica Santa Rita, de Macapá, pertencente a Pedro Paulo
    18 de setembro de 2010 | 0h 00

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    Vannildo Mendes / BRASÍLIA – O Estado de S.Paulo

    A empresa Planam, da família Vedoin, de Mato Grosso, pivô do escândalo dos sanguessugas, doou um ônibus de propina à Clínica Santa Rita, de Macapá, pertencente ao governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), preso na Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, e ao irmão dele, o deputado Benedito Dias, atual secretário especial do governo.

    O veículo foi apreendido no final de 2009 pela Polícia Federal e está recolhido como mais uma prova na extensa ficha do governador amapaense, que esta semana teve sua prisão temporária prorrogada por mais cinco dias pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

    O relatório da investigação, ao qual o Estado teve acesso, revela que, após a eclosão do escândalo, em 2006, houve tentativa de ocultação do veículo, só localizado em novembro de 2009, em uma fazenda no interior do Pará.

    O empresário Erik Jansen, um dos presos na operação Mãos Limpas, era assessor de Benedito e intermediou a aprovação de emendas para compra de ambulâncias da Planam por municípios amapaenses, em troca de propina. Jansen já havia sido preso nas Operações Pororoca e Sanguessuga, que desmantelou a máfia das ambulâncias, esquema de compra superfaturada de ambulância por prefeituras.

    Emendas. Em depoimento à polícia, o empresário Luiz Antônio Vedoin declarou que, em 2001, realizou acordo com Benedito, a quem prometeu uma comissão sobre o valor das emendas que destinasse no Orçamento da União para a compra de ambulâncias. Em 2002, Benedito fez sua parte inserindo emendas do tipo aos municípios de Cutias, Mazagão, Santana e Itaubal. O veículo, segundo a Polícia Federal, foi parte da comissão.

    Em outro trecho do inquérito, a Polícia Federal detalha o modus operandi do presidente do Tribunal de Contas do Amapá, José Júlio de Miranda Coelho, também preso na operação, para desviar recursos públicos.

    Entre janeiro de 2005 e julho de 2007, ele fez saques irregulares da conta bancária do tribunal de R$ 7,5 milhões. Não há prestação de contas. A PF desconfia que o dinheiro foi engordar o patrimônio de Coelho e outros conselheiros do tribunal, todos nomeados por indicação política.
    

  • Entendo que o seu blog tem que focar o tempo todo na gravíssima situação do estado, considerando o péssimo comportamento da imprensa local, que não informa nada obtido no próprio Estado, entendo que a vida continua mas, a indignação também deve continuar, caso contrario o Brasil vai pensar que tudo isso faz parte da cultura do Estado.

    folha de São Paulo hoje (na folha.com contém trecho sonoro da gravação telefonica):

    Família ‘blindou’ corrupção no Amapá, diz Polícia
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    JOÃO CARLOS MAGALHÃES
    ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ

    Ao assumir em março o governo do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP) fez como seu antecessor e apoiador, Waldez Góes (PDT), e envolveu quase toda a sua família nos diversos canais de corrupção identificados pelas investigações da Polícia Federal.

    Sua mulher, Denise Carvalho, assumiu a Secretaria da Inclusão e Mobilização Social. Na chefia de gabinete dessa pasta ficou Solangelo Fonseca, cunhado de Dias.

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    Benedito Dias, seu irmão, se tornou secretário especial da Governadoria, bem próximo ao governador. O cirurgião Eupídio, outro irmão, foi para a Secretaria da Saúde.

    Um “parceiro” seu, segundo a PF, Sebastião Máximo, virou secretário de Planejamento, Orçamento e Tesouro. Todos esses órgãos estão no centro das dezenas de supostas fraudes detectadas pelas investigações da PF.

    As apurações da PF apontaram para um suposto esquema de desvios de recursos públicos no Estado. Na semana passada, 18 pessoas foram presas –entre elas, Góes e Dias continuam detidos em Brasília.

    Essa estratégia de lotear cargos de maior importância com familiares era comum nos sete anos em que Góes foi governador. Com ele, dizem os policiais, chegou a ter 60 membros de seu clã empregados no governo.

    De acordo com a PF, essa era uma maneira de concentrar poder, dificultar o vazamento das operações tidas como ilegais e tentar se “perpetuar” no governo.

    PEÇA-CHAVE

    Mas a “familiar” que ocupa o papel central na extensa trama de irregularidades, segundo os investigadores, é Livia Gato, uma jovem assessora da Saúde e sua amante, de acordo com a PF.

    Livia participa ou conhece quase todas as supostas negociatas e foi extensamente gravada em interceptações telefônicas da PF.

    Foi a partir das gravações dos telefonemas de Livia –autorizados pela Justiça– que a Polícia Federal detectou os primeiros indícios de irregularidades contra Dias.

    É ela, por exemplo, que ouve Dias afirmar, em ligação gravada, que Dias tenta receber US$ 30 milhões (R$ 51 milhões) de um grupo de investidores estrangeiros para a sua campanha, em troca de futuras facilidades na implantação de um projeto de plantio de dendê no Estado.

    Numa das conversas, fala-se desse valor a ser recebido. “Porque […], amor, US$ 30 milhões pra esses caras aqui é nada. […] Eu, por mais que, gastando uma fortuna, eu não consigo gastar US$ 20 milhões, ta entendendo.”

    Assim como Livia, o filho de Dias, Luiz Henrique, e namorada dele, Hanna, se beneficiaram das regalias ilegais dadas pelo governador.

    Mesmo sem cargos no governo, todos viajaram diversas vezes de avião com as despesas pagas pela Secretaria da Saúde, conforme indicam os grampos do inquérito da PF sobre o caso.

    Em um certo momento do inquérito, os investigadores listam o número de irregularidades relativas governador: ao menos 19 diferentes, desde que era secretário.

    GRUPO DE EXTERMÍNIO

    O Ministério Público do Amapá afirma que recebeu denúncias de que testemunhas no inquérito da PF que serviu de base para a operação Mãos Limpas estão recebendo ameaças de morte. Uma equipe apura o caso.

    “Acreditamos que 99% dessas ameaças são coisas de desocupados, mas estamos investigando esse 1%, que parecem sérias”, afirmou o promotor Eder Geraldo Abreu.

    Colaborou JEAN-PHILIP STRUCK, de São Paulo

  • O ESTADO DE SÃO PAULO HOJE:

    Fraude no Amapá atingiu hospitais
    Pedro Paulo Dias contratou empresa por R$ 1 milhão por mês para dar manutenção em equipamentos, mas saúde era sucateada
    18 de setembro de 2010 | 0h 00
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    Para realizar a manutenção dos equipamentos sucateados nos hospitais amapaenses, o então secretário do Estado da Saúde, Pedro Paulo Dias (PP), que deixou o cargo este ano para ser governador, contratou por meio de licitação feita às pressas uma empresa sem especialização na área. O valor aproximado do contrato era de R$ 1 milhão por mês.

    Samuel Silva/AEEsquema. Hospital em Macapá: testemunha relata rotina de falsificação de guias de pagamentos no Estado
    Isso significa que a empresa recebia em um ano quase o dobro do orçamento anual de toda a Polícia Civil do Estado, cujo valor é de R$ 6,2 milhões. Apesar do contrato milionário, os responsáveis pela manutenção dos hospitais não prestavam praticamente serviço algum, com consequências desastrosas para a saúde pública do Amapá.

    Os detalhes sobre os supostos esquemas foram relatados à Polícia Federal pelo empresário Francinaldo da Rocha Cordeiro, proprietário da empresa Mega Hospitalar Eletrecidade, especializada em manutenção de equipamentos hospitalares, que não conseguiu participar das concorrências. O descaso na área da saúde permitia que sumissem equipamentos importantes de diversos hospitais, como ocorreu com uma mesa cirúrgica ortopédica e um mamógrafo do Hospital Geral de Macapá, segundo os depoimentos.

    A principal empresa beneficiada pelo suposto esquema era a Mecon, de Francisco Odilon Filho, que além de fazer manutenção de maquinário em hospitais, tinha contrato para vender equipamentos hospitalares à Secretaria Estadual da Saúde. Na cidade, Odilon também é dono da Faculdade Fama e da Choperia da Lagoa. Segundo Cordeiro, Odilon tinha também uma empresa que fornecia alimentos aos presos do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) e ao Hospital de Emergência. Comida muitas vezes “estragada”.

    Na Polícia Federal, a testemunha afirmou que presenciou o dono da Mecon pagando propina a um diretor do Hospital Estadual de Santana chamado Mauro. Só pelo serviço prestado no Hospital de Jari, a Mecon ganhava R$ 200 mil ao mês. Apesar disso, segundo o depoente, os equipamentos, tanto em Jari como em municípios como Oiapoque, Calçoene, Amapá, Santana e Macapá estão sucateados por falta de manutenção. Mesmo diante da suposta improdutividade, Cordeiro afirma que a empresa tinha prioridade na liberação de pagamentos da pasta.

    Falsificação. Em outros hospitais do Amapá, conforme a testemunha, a rotina de falsificação das guias de pagamentos era semelhante ao esquema que ele acompanhou no Hospital de Jari. Lá, as “guias falsas” de prestação de serviço eram atestadas pelo diretor do hospital, Dr. Ernesto, ou pelo enfermeiro Chico Bahia.

    Mas nem todos os funcionários aceitavam passivamente a situação. No depoimento, Cordeiro conta que o diretor chegou a reclamar com o então secretário da Saúde, Pedro Paulo Dias, das péssimas condições e da falta de manutenção dos equipamentos. Mas que depois relatou ter sido ameaçado de demissão. Cordeiro tentou conversar com um dos diretores do Hospital Geral sobre o problema. Esse se omitiu e lhe respondeu que “não iria se meter com peixe grande”.

    Em setembro de 2009, Cordeiro conta que chegou a encontrar Odilon, junto com uma terceira pessoa. Diante das cobranças da incompetência dos serviços prestados pela empresa, Odilon respondeu a Cordeiro: “Não adianta você se meter que aqui eu mando em tudo”. Na empresa de Odilon, conforme o inquérito, ainda havia um funcionário conhecido como Sabá, artífice de eletricidade, que também trabalhava na Secretaria da Saúde. Cordeiro diz que era Sebá o responsável pelos desvios de equipamentos dos hospitais para o depósito de Odilon, que ficava ao lado da Faculdade Fama.

    

    • Revoltante, li no Estadão. Quantas pessoas eles mataram? E os bêbes mortos. Nazistas. E ainda tem gente que aperta mão desses desgraçados. Deveria ter vergonha de compactuar com tanta safadeza.

  • Alcilene te peço autorização para utilizar a foto na inauguração do estádio Zerão, publicada em seu blog para ilustrar uma matéria que estou fazendo para o Jornal Diário do Amapá!

    Desde já obrigada.

  • Nobre jornalista Alcinea Cavalcante,sou fã do seu trabalho.
    Nobre jornalista, eu estou com duvidas.
    1-Votar em Corruptos/Ladrões que estão presos ou votar em Corruptos/Ladrões que
    ainda irão ser presos.
    2-Levando-se em conta que o voto é obrigatorio, temos que votar nessas pessoas que se apresentam.
    3-Ainda existem pessoas dignas no estado do Amapá? Aonde estão.
    Sem mais desejo aos eleitores do Amapá q votem no melhor, ou menos pior.
    BOA SORTE.

    • Valeu observadora! Eu postei esse link, mas o direcionamento deu errado. Juntos vamos manter informado o povo amapaense. Infelizmente tem gente esperando o PP e WG pra dizerem da boca deles que são inocentes, claro, muitos tem depedência economica (bolsas, projovem, cargos).

  • SOLTARAM OS INOCENTES?AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAH

    Assim, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Julio de Miranda, e o secretário de segurança pública, Aldo Alves Ferreira, permanecerão detidos em Brasília.

    Família ‘blindou’ corrupção no Amapá, diz Polícia
    Mensalão de ex-governador do AP era de R$ 500 mil, diz delator
    Procuradoria defende fim do segredo de Justiça na investigação sobre desvios no Amapá
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    O argumento do ministro é de que os dois são figuras-chave do esquema e estariam coagindo testemunhas do processo. O prazo de prisão preventiva é de 30 dias.

    Outras quatro pessoas presas durante a operação tiveram o prazo da prisão temporária encerrado neste neste sábado (18) e serão liberadas a partir da meia-noite. São elas: o governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), o ex-governador do Amapá Waldez Goes (PDT), a mulher do ex-governador, Marília Goes e o empresário Alexandre Albuquerque. Todos eles já haviam tido a prisão temporária prorrogada.

    O ministro do STJ decretou ainda duas novas prisões. Jasildo Moura Santos, escrivão aposentado da Polícia Federal, foi acusado de ameaçar e coagir testemunhas. Santos, que também é chefe do serviço de inteligência da Secretaria de Segurança do estado, foi preso e será levado para Brasília. Armando Ferreira do Amaral Filho, ex-secretário de planejamento, orçamento e tesouro do governo, também teve a prisão decretada, mas está foragido. Ele é acusado por ocultar provas do caso.

  • CADÊ A OAB, O AMAPÁ É O ÚNICO ESTADO DO BRASIL QUE A OAB LOCAL NÃO COMUNGA COM A POPULAÇÃO.
    Vejamos os números para ver se acordamos dessa hipocrisia:
    – Um Estado que tem um orçamento anual de um pouco mais de 1% do PIB nacional;
    – A despesa com o contrato com a VIP (realmente contrato VIP) 2,5 milhões mensais, 30 milhões por ano, orçamento da segurança, PM 6 milhões, PC 5 milhões, Corpo de Bombeiros 4 milhões,
    contrato com manutenção de equipamento da saúde 1 milhão, mensalão da gororoba do IAPEM 500 MIL emtre outros desvios,
    convido a todos os leitores desse utilíssimo blog a fazer esse exercício de comparação para que tenhamos a noção exata dos recursos que foram desviados.

    • O grande problema é que se tem pouco tempo para chamar a população geral para analizarem estes dados antes de irem as urnas, e por outro lado a maioria da imprensa não tem compromisso de fazer seu papel impacilmente, ela tem lado menos o do Povo par informa-los, realmente a Vip ganha mais que todo um destacamento de Policia Militar e Bombeiros e mais alguns outros orgãos juntos, alguma coisa está errado e povo prcisa saber.

  • e quanto ao voto do STF, para a lei ficha limpa::? creio que aqueles ilustres srs. estao esparando pelo quem da mais. afinal soa todos uns vendilhoes do templo,ops digo da justiça.

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