Dignidade e Justiça: Moradores da Baixada Pará recebem tinta para a pintura das casas

 

Moradores da Travessa Pará 1 receberam, na última sexta-feira (23), latões de tinta para a pintura de 40 casas. A ação faz parte do projeto Colorindo o Futuro – Baixada Pará, realizado pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP), por meio da Promotoria de Meio Ambiente de Macapá. As tintas são o resultado de parcerias com empresários que integram a Fecomércio, Sindicato de Materiais de Construção do Amapá (SINDMAT), empresa Maranata e acordos de Termos de Ajustamento de Conduta Ambiental (TAC). O promotor de Justiça Marcelo Moreira fez a entrega do material.

O projeto Colorindo o Futuro – Baixada Pará iniciou em abril de 2019 como experiência-piloto, com o objetivo de promover cidadania, justiça e conscientização ambiental. A maioria das casas está localizada na área de ressaca, onde é comum o descarte de objetos e material reaproveitável, a exemplo de garrafas, latas e papel. As ações do projeto foram construídas com os moradores, que priorizaram limpeza, saúde, capacitação e emprego.

Em parceria com a Prefeitura de Macapá (PMM), Serviço Social da Indústria e Serviço Nacional de Aprendizagem (SESI-SENAI), Exército, foi possível realizar a limpeza de parte da área alagada, levar atendimento médico, serviço de estética e relaxamento, cursos de iniciação em hidráulica, preparação de pizzas, marcenaria, fotografia e edição de vídeos e oficinas de reciclagem de óleo de cozinha, pneus, garrafas e papel.

A autoestima dos moradores também foi incentivada, e dez vídeos foram produzidos e encenados pelos próprios moradores sob a orientação de profissionais do audiovisual, em que contaram seus sonhos, medos e expectativas.

A pintura das casas estava prevista para acontecer em março, em ação coletiva do MP-AP, parceiros e comunidade, porém, em razão da pandemia e isolamento social, a Promotoria de Meio Ambiente adiou a ação, efetivada agora. Os moradores assinaram um termo de compromisso em que se comprometem em pintar as casas até 30 de novembro. A moradora Francinalda Braga, afirma que o projeto está trazendo dignidade para os moradores, que antes chegaram a sofrer discriminação por morarem na Baixada Pará.

“Antes só éramos procurados em época de eleição e não confiávamos em ninguém porque só faziam promessas e depois sumiam. Quando o MP-AP chegou aqui, demorou para ganhar nossa confiança, mas depois que começaram a mostrar que nossa vida podia melhorar, passamos a ser parceiros do projeto. Aqui tem muita gente trabalhadora, honesta, estudante, só temos que ter oportunidades”, disse a moradora.

Com a finalização do Projeto, outro objetivo será deixado como legado para os moradores, que é a formação de uma entidade que irá reunir empreendedores da reciclagem da Baixada Pará. Uma parceria com o Sebrae/AP está se consolidando e na próxima semana os técnicos da instituição e do MP-AP, junto com os futuros empreendedores, estarão colocando em prática o planejamento para a formalização da entidade e capacitação. A intenção é que iniciem com a reciclagem de pneus, óleo e garrafas pet, que serão transformados em objetos de decoração, sabão e artesanato.

“O MP-AP tem buscado a aproximação com a sociedade para que a dignidade humana e a Justiça sejam vistas como essencial na vida das pessoas. Identificamos que na Baixada Pará poderia ser feito um trabalho de conscientização ambiental e que melhorasse a qualidade de vida dos que ali moram, e fomos dialogar com os moradores, sensibilizamos gestores, empresários e pessoas, que acreditaram que era possível realizar este sonho, que passou a ser um projeto não somente do Ministério Público, mas do coletivo. Daqui a semanas, estaremos de volta à comunidade e, com certeza, veremos as casas pintadas e os futuros empreendedores da reciclagem organizados, gerando renda e ajudando a reduzir a poluição ambiental”, finalizou o promotor do Meio Ambiente, Marcelo Moreira.

Serviço:

Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá

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