CAESA: NOTA 0,79 – Uma Herança Complicada

Por Alcione Cavalcante. Engenheiro Floresta

PARTE I ­ A Grave Situação do Saneamento em Macapá – Água

                               Infelizmente, a nota dada a CAESA, numa escala que vai de 0 a 10 é 0,79. É o que diz o recente estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil que publicou o “Ranking do Saneamento – As 100 maiores cidades do Brasil”. O estudo tomou por base dados oriundos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, para o ano de 2010, elaborado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades.

A metodologia utilizada pelo Instituto Trata Brasil para definir o ranking, foi elaborada com base em três diretrizes: eficácia no atendimento adequado em saneamento básico, o esforço para alcançar a universalização e a produtividade na operação. Essas três diretrizes, por sua vez estão associadas a três grupos de indicadores, no caso, nível de cobertura, melhoria na cobertura e eficiência.

Sob todos esses aspectos a situação do Amapá é lastimável e a herança recebida pelo Governador Camilo, como diria o Ex-presidente Lula, é maldita. O quadro geral indica que necessariamente vamos requerer significativos e continuados esforços, não apenas de parte do executivo do estado, mas principalmente dos representantes no Congresso Nacional, através de emendas parlamentares de um lado e gestões junto o Governo Federal com relação a outros fundos. Aos deputados estaduais cabe a não menos importante missão de desenhar um orçamento mais conectado com as necessidades da população, que priorize ações voltadas ao saneamento, coisa que não logramos experimentar ao longo dos últimos anos. Vale aqui lembrar o chavão que se impõe no caso “cada real investido em saneamento representa alguns reais economizados na saúde”.

Mas vamos ao que interessa. Inicialmente vale destacar a situação relativa ao abastecimento de água em Macapá. Os dados levantados indicam que apenas 43 % da população efetivamente conta serviços de abastecimento de água da empresa. O número em si já não é bom. Quando comparados com os municípios sede da Região, a situação exposta é mais grave. Estamos bem aquém da média registrada para a Amazônia legal, que é de 76% e muito abaixo de Cuiabá-MT (98 %), Boa Vista-RR (97%) e Manaus-AM com (96 %) que praticamente já universalizam o serviço, além de Belém-PA e Rio Branco – AC com mais de 75 % da população atendida. Neste quesito somente logramos vencer de Porto Velho-RO (33 %)

 

Outro ponto importante está relacionado ao esforço empregado para avançar na universalização do abastecimento. Neste quesito a situação também não é confortável. Para se ter ideia da distância que nos separa citamos, por exemplo, Manaus -AM que chegou a quase 42.000 ligações para uma demanda de 57.000 ligações aproximadamente.  Boa Vista – RR, por sua vez instalou mais de 2000 unidades para apenas 4151 ligações faltantes. Macapá registrou, em 2010, apenas 1508 ligações para um universo de 71.000 ligações faltantes.

 

Ainda sob a mesma ótica é interessante expor a relação entre o indicador de novas ligações realizadas em 2010 e o número de ligações faltantes para a universalização. Esta relação está vinculada ao ritmo empreendido no sentido de universalizar o abastecimento de água. Neste caso nossa relação, excluindo-se Belém e Porto Velho é das mais desfavoráveis, está situada no patamar de 2%. Ou seja, para cada 100 unidades faltantes, estamos atendendo, com base em 2010, apenas duas unidades por ano. Comparativamente, Manaus chegou a 78 e Boa Vista a 48 unidades para a mesma necessidade.

Essas situações nos levam a refletir: quantos anos os municípios citados levariam para universalizar o abastecimento, mantido o ritmo de 2010? Na Amazônia, em média, algo em torno de 9 anos; Manaus, pouco mais de um ano, São Luiz 20 anos e Macapá 50 anos. Seguramente não merecemos isso nem para esta nem para as futuras gerações.

  • Nota O,79 da CAESA. Literalmente a HARMONIA Zerou a pobre CAESA. Coitadinho do Rui Smith. Vai ter que se desdobrar em cem pra tapar os buracos.
    Muleke, que sempre achou que o rombo de 1.000.000.000,00 identificado pela Operação Mão Limpas era exagero, esta se convencendo da veracidade da PF.

    • O Rui Smith, pode conversar com seu colega de primeiro escalão, Sergio La Rock, e pedir explicações da herança maldita…

  • O estado da CAESA é mesmo lastimável, basta uma volta na estação de tratamento d’agua no bairro do trem. As calçadas estão só mato. os predios, dentro da área, estão imundos.

  • Infelizmente a equipe que comanda a CAESA deveria fazer o dever de casa, pois não existe nenhuma equipe de fiscalização que acompanhe as obras, quer um exemplo, se a firma responsável pelas obras passar na sua rua verifique quantos dias após a conclusão dos serviços ela irá fazer o recapeamento? Tem é que ter compromisso com a empresa e não ficar jogando conversa fora como é o caso de certos diretores como o de operação, sabe muito é puxar o saco, já veio da gestão anterior e não conhece nada.

  • Não esqueçam que nos últimos 18 anos o PSB governou o Amapá por 10 anos, então a maior parte da herança maldita parece ter sido deixada pela própria turma do Capi!

  • O diagnóstico é estimulante para que os detentores de mandato eletivo, façam bom proveito do que lhes foi outorgado pelo povo. Sabemos que os investimentos em saneamento necessitam de verbas federais. O PAC II recbeu dos Ministérios das Cidades R$ 41 bilhões para aplicar em saneamento, destinados aos municípios com população superior a 50.000 habitantes. Abaixo desse número (50 mil), os recursos podem ser demandados junto ao Ministério da Saúde e FUNASA, que tem “competência compartilhada” no componente ” Manejo de águas Pluviais e Urbanas” e, a estes últimos, são recursos não onerosos, do O.G.U. (Orçamento Geral da União). Evidente que, não só, tem que ser apresentados projetos técnicos, bem elaborados, como uma “boa articulação” política, caso contrário a maioria dos recursos seguem para o SUL/SUDESTE, regiões que detêm o “centro de poder”.
    A pergunta é: houve demanda do Estado nesse sentido? Houve articulação parlamentar, para credenciar ´não só a capital Macapá, mas, também os municípios com populaçao infeior a 50.000 habitantes (recursos não onerosos?). Urge ação para sair do imobilismo e do esquecimento! att Josenildo Mendes

  • Todos foramincompetentes. A CEA E A CAESA SEMPRE FORAM GOVERNADA PELO PT. NA ERA CAPI E NA ERA WALDEZ. SERÁ QUE TEM GENTE BURRA NESSE AMAPÁ QUE SE ESQUECE DO QUE ACONTECEU OU TEM MEMÓRIA CURTA.

  • Sugiro uma reportagem da tv Amapá, lá na estação de tratamento do Trem, para o povo ver a situação de abandono. É mato pra todo lado. Prédios imundos. Equipamentos acabados e funcionando precariamente.Pergunto, ” será que a qualidade da água está sadia?”

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