O mandado de segurança expedido nesta segunda-feira, 23, pelo presidente em exercício do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), desembargador Luiz Carlos dos Santos, que obriga o Governo do Estado do Amapá (GEA) a repassar integralmente o duodécimo ao Poder Judiciário, colocará o Executivo em situação difícil. Caso o repasse ao Tjap não seja efetivado em 100%, a liminar determina que o valor devido seja sequestrado das contas do governo, pondo em risco o pagamento do funcionalismo público, marcado para o próximo dia 30.
O motivo do não repasse integral do duodécimo aos Poderes se dá por conta da redução, não prevista, do Fundo de Participação dos Estados (FPE) que, até o segundo decênio (período de dez dias) de julho, registrou queda de cerca de R$ 28 milhões em relação ao mês anterior.
“A diminuição do FPE ocorre em função de medidas promovidas pelo governo federal para combater a crise mundial e estimular o consumo de automóveis e eletrodomésticos, com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI, e com o grande volume do Imposto de Renda a ser restituído aos contribuintes neste mês”, justifica o secretário de Estado do Planejamento, Orçamento e Tesouro, Juliano Del Castilo.
O IPI e o IR são dois dos principais impostos arrecadados pelo governo federal que compõem o FPE. De acordo com o secretário, o Amapá depende de 75% desse recurso para saldar as despesas, entre elas a folha de pagamento dos servidores públicos. “O duodécimo mensal destinado ao Legislativo, Judiciário, Ministério Público e ao Tribunal de Contas, corresponde a R$ 41 milhões. Pela redução do FPE, o governo havia disponibilizado somente 50% do repasse, com a garantia de que o valor restante seria complementado a partir dos repasses de FPE do dia 30 de julho”, avalia o secretário.
Queda de 35,4% do FPE é a maior desde 2009
No primeiro decênio de julho, o valor repassado do FPE ao Amapá foi de aproximadamente R$ 40 milhões e o recolhimento até o dia 20 de julho ficou abaixo dos R$ 12,2 milhões. Os valores somados do primeiro e do segundo decênio correspondem a quase R$ 52 milhões, quatro milhões de reais a menos que o mesmo período de 2011. Comparando ao mês anterior, a situação demonstra-se pior ainda, quando a arrecadação no período foi superior a R$ 80 milhões, uma variação negativa de 35,4%, cerca de R$ 28 milhões. Somente durante a crise mundial de 2009, o Estado do Amapá sofreu com a redução parecida com a ocorrida neste mês de julho referente o repasse do FPE.
Júnior Nery/Seplan
11 Comentários para "Bloqueio das contas do GEA pelo Tjap põe em risco o pagamento do servidor público estadual"
Redução não prevista??? Tá de brincadeira né? Desde que o Território virou Estado somos dependentes do repasse do FPE. E desde então sabe-se que nesta época do ano o valor do repasse diminui em razão do pagamento das restituições do IR. Esse bloqueio das contas mostra a falta de habilidade na Gestão financeira do Estado, visto que o prudente seria contigenciar os recursos no inicio do ano para garantir as despesas já previstas no orçamento durante os meses de repasse menor. Vale também lembrar que a Constituição garante o pagamento do Duodécimo aos poderes até o dia 20 de cada mês, e que o Governador em não o fazer realiza Crime de Responsabilidade.
Nosso GEA está lembrando os Trapalhões. Nossa! Tomara que essa crise administrativa passe logo.
Na minhão opinião aquilo que é devido deve impreteferivelmente ser pago, ou seja, dar a César o que é de César.
Só esqueceram de dizer que o bloqueio é destinado ao pagamento do salário dos servidores do Tjap, em sua maioria concursados.
compromete sim o sálario do servidor Estadual…
É a primeira vez q o repasse devido não é feito, sendo que NÃO é a primeira vez que o Brasil passar por uma crise financeira mundial.
A proposito, a primeira crise do sistema imobiliário Americano foi BEM PIOR q a atual e mesmo assim todos os repasses foram feitos.
estando as contas do Governo bloqueada…compromete o salário de todos os servidores do Estado, e não somente do TJAP
É incrivel que o Governo anda fazendo e quem paga o pato são os servidores, pois dizer que não tem dinheiro só pode ser brincadeira, então não dê:
R$ 600.000,00 para festa junina
R$ 300.000,00 para marabaixo
R$ 500.000,00 para Jungle Figth
R$ 3.000,00 para carnaval
R$ 1.000,00 para reforma da casa do governador
R$ 450.000,00 para Festa do Mazagão
Provavelmente R$ 3.000.000,00 para Expo-Feira. Não sou contra estas manifestações culturais, mas se o governo sabia que o cinto iria apertar não poderia gastar como gastou, e agora quem vai pagar o pato é o servidor. Valeu seu 40.
Fiquei perplexa com as declarações do presidente do Tjap. Palavras incompatíveis com o cargo que ocupa, grosseiro e desrespeitoso. Emoção afllorada ao extremo, sem condições de uma análise baseada na razão. Mais uma vez tive vergonha da “elite” amapaense.
A proposito, o bloqueio é somente em cima do valor devido.
O Estado é podre de rico.
Tão quanto o sensacionalismo nesta matéria.
“Dinheiro tem. Só falta gestão.” [/insight]