AINDA HÁ PROMOTORES DE JUSTIÇA NO AMAPÁ!

* MÁRCIO AUGUSTO ALVES . Procurador de Justiça do MP-AP

promotores

 

No ano de 1745, o rei da Prússia (hoje Alemanha) mandou construir o castelo de Sans-Souci. Entretanto, para que a obra prosseguisse, seria necessário se retirar, da área de entorno, uma velha serralheria.

O moleiro, porém, não aceitou o “convite” para se retirar do local, tendo o rei (Frederico II, “O Grande”), no alto de sua autoridade e poder, lhe ameaçado de expulsão, dizendo-lhe que, inclusive, poderia confiscar suas terras, se quisesse, sem qualquer indenização.

Para surpresa e história, o pobre moleiro decidiu enfrentar a situação, e bradou a notável frase: “Il y a juges à Berlin” (Ainda há juízes em Berlin).

Séculos depois, em nosso “rico torrão do Amapá”, ouso comparar e parafrasear o ocorrido na Alemanha, com um fato heroico e histórico, ocorrido em nosso Ministério Público do Amapá, do qual foram atores alguns “guerreiros” Promotores e Procuradores de Justiça.

Reporto-me ao dia 05 de dezembro pretérito (sexta-feira), quando, em sinal de força, coragem, unidade e amor à Instituição, esses Promotores “guerreiros”, de braços cerrados e firmes, à frente da Procuradoria-Geral de Justiça, decidiram, por amor à legalidade e em respeito à decisão do Ministro Luiz Fux, do STF, que havia concedido uma liminar “ad referendum” do Plenário daquela Corte Suprema, atendendo pedido da Procuradoria Geral da República, em ADIN, para sustar os efeitos do Decreto Legislativo nº 547/14, da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, não permitindo que um mandado de busca e apreensão à urna na qual estavam sendo depositados os votos de todos os membros do Ministério Público, para a escolha do futuro Procurador-Geral de Justiça fosse cumprido, por considerarem a ordem, oriunda de um desembargador do TJ/AP, afrontosa à decisão do Ministro do STF.

A discussão jurídica do fato é o que menos importa aqui, pois esta será resolvida pelo STF, no porvir. O que importa (na fotografia), é observarmos a galhardia, a coragem, a determinação, a firmeza e o amor ao Ministério Público que esses “guerreiros” protagonizaram naquele momento.

Paulo diria que eles: “combateram o bom combate.”

E hoje, 14 de dezembro, dia em que se comemora o Dia Nacional do Ministério Público brasileiro, queremos, honrosamente, lançar nosso muito obrigado a esses “moleiros da justiça”, que com um gesto simples e simbólico, fortaleceram inconscientemente esse glorioso e aguerrido defensor da sociedade amapaense e brasileira, que é o Ministério Público.

 

  • Obrigado caríssimo colega/amigo Márcio Augusto Alves. Você não aparece na foto histórica, contudo você tambem integra o rol daqueles valorosos colegas, que de forma intransigente doam tudo de si em defesa da sociedade amapaense. Ela merece. Parabéns para todos nós.

  • Parabéns a todos os “guerreiros” da justiça! Esperamos e contamos com a “firmeza da caneta” no momento de decidir a favor de uma sociedade justa e igualitária! Deus habita no coração dos senhores! Que 2015 traga a todos saúde,paz e muita fé em Deus!

  • “O Direito tem a prerrogativa de reunir pessoas notáveis.” E elas assim o são consideradas, extamente pela coragem, a determinação e a firmeza na obstinada busca pela justiça. Tais adjetivos apropriadamente proferidos pelo Procurador de Justiça, Dr. Márcio Augusto Alves, se unem à essa foto historica, e bastante emblemática da manifestação “Ainda há promotores de Justiça no Amapá”; que destemidos e conscientes de seu dever institucional, garentem a efetivação da Justiça, doa a quem doer.
    Parabens a todos.

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