Renda-se! (Quase) ninguém resiste
* Camila Karina. Jornalista e fotógrafa
O tecido de renda para mim é artístico, atemporal e cheio de dualidades. Lá nos séculos XVIII e XVII este tecido era apenas usado por membros da realeza e do clero, mas como a moda nunca se limita (olhem só como tudo flui), logo foi expandida para enfeites de cabelo, detalhes em vestidos, véus, luvas, enxovais completos. E tudo isso feito à mão com agulhas. Mais artístico que isso?! Impossível de imaginar!
Mas, pulando uma grande parte de história e falando dos dias atuais, a renda continua sendo reinventada por grandes estilistas, costureiras anônimas, fashionistas e pelas tribos modernas.
Quando digo que a renda tem dualidade me refiro ao fato dela ter uma conotação delicada e feminina, porém, no meio da transição para o mundo fashion, a renda também foi adotada por apreciadores do rock´n roll e outras vertentes cheias de atitude. Ou seja, a renda pode ser definida como um tecido cheio de delicadeza e personalidade.
Ela chegou nas passarelas da alta costura com as marcas Prada, Chanel e Givenchy e, para nosso deslumbre, nos vestidos de Elie Saab. Este último é um artista incrível! Não vejo suas roupas como simples roupas e sim como arte em movimento! E se meu bolso permitisse, pelo menos UM, eu teria para ficar de enfeite. Noivas e propensas ao red carpet (seja lá em NY ou no Brasil mesmo), caem de amores, compartilho alguns aqui
Mas como minha realidade é BEM menos que Saab, vou de loja de departamento mesmo, que traz gratas surpresas quando saio para fazer aquela caça às roupas boas e baratas. Não arrisco um vestido todo rendado, pois na minha memória, remetem-me à noiva (se for branco) e a Elvira, a Bruxa mais glamorosa de todos os tempos (se for preto, claro!). Mas, uma ou 5 peças, tenho e misturo com jeans, uma combinação que dá aquela dualidade que a renda traz consigo.
Com todo respeito à sua monarquia, afinal de contas, a rainha Catarina Medici que lançou moda na corte francesa e acabou espalhando mundo a fora. Nas terras brasileiras, chegou com os portugueses, saiu da igreja e tomou lugar nos guarda-roupas sofisticados e também nos mais simples.
A renda não é um tecido fácil, é desafiador, bonito, sexy e chic, transformá-lo ao nosso gosto é outro desafio, mas daqueles que arrancam um sorriso na frente do espelho.
Até a próxima!
Camila K. Ferreira
Fan Page: https://www.facebook.com/CamilaKarinaF
Instagram: @camila_karina
Paralelos do Cotidiano : http://cotidianodoremi.blogspot.com
Trabalho fotográfico: http://www.flickr.com/photos/camila_karina/