Suspeitos de fraude em rede social ‘ostentavam’ em viagens com dinheiro de vítimas, diz polícia

Por Fabiana Figueiredo, G1 AP, Macapá

oi preso o sétimo suspeito, de 19 anos, de ser integrante de uma quadrilha de estelionatários de Macapá, que usavam uma rede social para vender artigos de luxos a preços baixos e enganar clientes, sem fazer a entrega dos produtos. Ele, que seria um dos chefes do esquema, estava foragido e se entregou à polícia no domingo (6).

De acordo com a Polícia Civil, o grupo fez vítimas em 16 estados pelo Brasil. Outro homem apontado como chefe da quadrilha segue foragido. O delegado responsável pela investigação, Nixon Kennedy, da 10ª Delegacia de Polícia, detalhou que a dupla viajava para lugares caros pelo país, usando o dinheiro adquirido de maneira ilegal.

“Olhando os celulares que apreendemos, tinham fotos deles gozando viagens em Florianópolis, em Jurerê Internacional, sempre rodeados de muito luxo, ostentação mesmo, com bebidas, passeios de lancha. Tudo com dinheiro obtido com a fraude. Eles não exibiam isso, tinham vida modesta, mas faziam eventualmente esses passeios e frequentavam restaurantes e bares de luxo em Macapá”, contou o delegado.

Carlos Alberto Jr G1

No dia 3 de maio, a Polícia Civil deflagrou uma operação contra crimes cibernéticos, onde prendeu quatro homens e duas mulheres. Eles teriam “emprestado” contas bancárias para receberem os valores pagos pelas vítimas. De acordo com Kennedy, os “operadores” ficavam com 10% de cada suposta venda e repassava o restante para os dois chefes da quadrilha.

“Ele confessou todo o envolvimento nessa trama criminosa, disse que criou a conta e descobriu essa forma de obter ganho fácil. Ele foi buscando pessoas que aceitavam receber o dinheiro na conta. E ele disse que pagava 10% para a pessoa receber e passar o dinheiro para os dois líderes do esquema. Ele nos mostrou aqui na delegacia como praticava as fraudes, usando imagens da internet, criando sempre uma situação de credibilidade da conta, mercadorias sendo enviadas e ‘clientes’ com comentários positivos”, descreveu Kennedy.

O jovem suspeito entregou o telefone que ele usava para gerenciar a conta. A polícia encaminhou o aparelho para a Polícia Técnico-Científica (Politec) para passar por perícia, e a conta foi desativada. Preso, o articulador foi encaminhado para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde já estão os outros 6 presos.

Com essa prisão, a Polícia Civil concluiu o inquérito, que será entregue em breve ao Ministério Público Estadual (MP), que em seguida deve ofertar denúncia ao Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap).

As investigações apontam, em números atualizados, que o grupo chegou a movimentar cerca de R$ 100 mil pagos por vítimas. Em depoimento no domingo, o jovem de 19 anos teria alegado que o grupo fazia vítimas pelo país desde 2015, com diferentes nomes.

“Ele relatou que o grupo vinha fazendo isso desde 2015, obtendo vantagem ilícita através de estelionato, da mesma forma, só que usando outros nomes, mas a mesma conta. Eles não tinham nenhum produto anunciado, não existia estoque, não existia empresa e nem sede”, disse o delegado.

G1 não conseguiu localizar a defesa de nenhum dos presos.

Fraude com artigos de luxo

operação realizada em Macapá no dia 3 de maio desarticulou o grupo que usava o Instagram, onde tinham um perfil de venda de produtos caros e de luxo, e já tinham cerca de 30 mil seguidores.

Eles comercializavam artigos como telefones, tablets, relógios e tênis, onde anunciavam preços atrativos, cujos produtos nunca eram entregues.

A polícia detalhou que os negócios eram feitos com compradores que não fossem do Amapá, principalmente vítimas na região Sudeste, como forma de evitar alguma responsabilidade penal.

Celulares e computadores foram apreendidos na operação a fim de passarem por perícias e identificarem possíveis outros envolvidos.

A investigação iniciou há 5 meses, após uma denúncia de fraude por uma vítima do Rio de Janeiro. A operação foi liderada pela 10ª DP, da Fazendinha, com apoio Núcleo de Operações em Inteligência (NOI) e da Delegacia Especializada de Crimes contra o Patrimônio (Deccp).

 

 

 

 

 

 

 

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