Sobre regulamentação da mídia

Já é 2015, mas ainda tem gente que pensa, ou finge pensar, que regulamentação da mídia é censura.

Blog entra no debate publicando artigo do senador Randolfe Rodrigues, que teve repercussão nacional, mas que foi “mal interpretado” por veículos de comunicação do Amapá.

Em defesa da Regulamentação da Mídia

*Randolfe Rodrigues

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A afirmação do novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, de que reabrirá o debate sobre a regulamentação econômica da mídia, foi atacada de modo desvairado por lideranças políticas que defendem a manutenção do status quo da mídia, posicionamento coerente com a mobilização conservadora que marcou forte presença no debate eleitoral recente.

 

Ao invés de enfrentar com franqueza o debate, assumindo publicamente que defendem que as empresas de comunicação permaneçam nas mãos de meia dúzia de famílias, os adversários da regulamentação buscam desqualificar um debate necessário, apresentando toda tentativa de quebrar o monopólio — proibido pela Constituição — como um caricato exercício autoritário.

 

Todas as nações democráticas possuem estruturas de controle dos meios de comunicação ou estão em processo acelerado de construção desses mecanismos. Existe regulação nos Estados Unidos, na Suécia, na Inglaterra, na França. O Uruguai, que viu a consolidação de avanços institucionais expressivos nos últimos anos, acaba de aprovar legislação similar.

 

No Brasil, o debate é rechaçado em sua origem com um brado surdo de “censura”, como uma forma cínica de defender o lucro e o poder dos barões da mídia. Nossa Constituição, que condena o monopólio e o oligopólio em qualquer setor da economia, seja a energia elétrica, a telefonia, as redes bancárias e as fábricas de chocolate, deve condenar também esse privilégio aos grupos midiáticos que fazem de sua liberdade instrumento de impunidade.

 

Não abandonaremos a trincheira da regulamentação da mídia porque lutar por ela é, longe de arranhar a liberdade de imprensa, defender a Constituição Brasileira, que em seu parágrafo 5º, do artigo 220, afirma que “os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”.

 

Essa, que hoje é verdadeira letra morta, deve se tornar regra social viva para abrir novos e múltiplos canais de comunicação nas mãos de muitos, dando a milhares o direito à antena e à telepresença, seja para debater o que não se debate, seja para defender as crianças contra conteúdos ofensivos, seja para defender a sociedade contra a propagação do racismo.

 

É essencial, por exemplo, coibir a propriedade cruzada nos meios de comunicação, situação que ocorre quando o mesmo grupo econômico se torna detentor de mídia impressa e televisiva, medida já adotada nos Estados Unidos e em muitos outros países do globo.

 

É necessário ainda proibir por completo a publicidade infantil, recurso publicitário covarde que incute nas crianças um forjado desejo de consumo de produtos em regra superficiais e por vezes até danosos a sua saúde.

 

Outro exemplo de avanço legislativo necessário é o impedimento da propriedade e controle, por parlamentares federais, de empresas de mídia – em estrito cumprimento ao já previsto no Artigo 54 da Constituição Federal.

 

Esses são exemplos de necessidades democráticas já assimiladas por outras nações, frequentemente citadas pela grande imprensa como baluartes da democracia e da prosperidade econômica, e que precisam, agora, se tornar direito de todos os brasileiros.

 

Randolfe Rodrigues (PSOL/AP)

 

Leia no Blog: http://blogdorandolfe.com.br/em-defesa-da-regulamentacao-da-midia/

 

  • Parabéns ao nobre senador Randolfe pela postura democrática e republicana. É realmente necessário se ter regras que protejam a sociedade contra alguns abusos. Precisamos proteger nossas crianças contra o uso de sua imagem e o apelo ao consumismo. De outro norte também em uma democracia não é razoável que políticos ou famílias inteiras dominem o mercado midiático posto que certamente manipulará as noticias para seu interesse particular e familiar

  • Isso é pq os órgãos de imprensa em questão serão os atingidos pela regulamentação da mídia, pois são empresas que servem apenas para servir uma linha politica de interesses pessoais de seus mentores, omitindo informações importantes para a sociedade e deturpando fatos para derrubar quem é contra esse tipo de jornalismo sujo e barato.

  • Muito previsível esse blog assessoria do Randolfe defender a regulamentação da mídia. Só lembrado que o tal senador votou a favor do fim da lei de responsabilidade fiscal.

    Randolfe não é digno de voto. E, cá entre nós quem liga pro que o PSOL diz?

  • Pra mim não tem nada de “mal interpretado”, estes se fazem de burros. O mais louco foi vc ler uma cópia do que o senador escreveu, no mesmo jornal que se faz de besta, e ver claramente a DIFERENÇA… além da manipulação…
    SEI QUE ELES ESTÃO FAZENDO MAL PRA ELES MESMO, ESPERO QUE O SENADOR OS PROCESSEM, PARA ELES PARAREM DE SEREM BURROS….
    ISTO MESMO PRA MIM AQUI NO AMAPÁ TEMOS UMA “MÍDIA” BURRA, QUE LITERALMENTE DIZ: “ME PROCESSEM!!” DEPOIS FICAM FALANDO EM PERSEGUIÇÃO…

  • A intenção pode ser boa, mas o PT não é digno de confiança, dois países da americano sul que fizeram a tal regulação economica da mídia foram Argentina e Venezuela censura escancarada, mas para saber mais sobre o que PT pretende fazer no
    Brasil pesquizem sobre ” O foro de São Paulo”

  • Existe no Amapa a imprensa burra, que nao tem a menor nocao do que fala e existe tambem a imprensa imbecil, a subseviente, que sabe que vai levar porrada , mais como é paga pra falar o que interessa ao patrao, vende a alma e a consciencia

  • CONCORDO COM O SENADOR. O AMAPA É UM EXEMPLO QUE A MÍDIA É FAMÍLIAR E TRABALHA DE ACORDO COM É DE CONSENSO DO GOVERNO. É PRECISO ESTABELECER MECANISMO EVITANDO MONOPOLIO. O AMAPÁ É UMA VERGONHA NACIONAL.

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