Saiu no Jornal Valor Econômico

Governador do AP acusa ministério de retaliação política
Veículo: Jornal: Valor Econômico – Seção: Política – 21/01/2011


Cristian Klein | De São Paulo

A ocupação de cargos na máquina federal não é o único campo onde o PSB encontra dificuldades de barganha. O partido cresceu nas urnas no ano passado, mas os lucros políticos, que pareciam tão certos, não chegaram – pelo contrário, seja pela medição de força entre seus dois principais líderes, os governadores Eduardo Campos (PE) e Cid Gomes (CE), seja pela disputa ou pelo pacto entre os aliados principais da base governista, PT e PMDB.

No Amapá, um dos seis governadores eleitos pela legenda, Camilo Capiberibe, reclama do tratamento que está recebendo do Ministério das Minas e Energia. Ontem, em Brasília, depois de participar de uma reunião com o secretário-executivo da Pasta, Márcio Zimmermann, sobre o endividamento da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), Capiberibe saiu indignado. Considerou que lhe foi posta a “faca no pescoço” numa negociação para renovar contrato com a Eletronorte. O governador acusa a Pasta de retaliação política.

O Ministério das Minas e Energia é comandado pelo pemedebista Edison Lobão, do mesmo grupo político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Sarney é seu adversário no Amapá e padrinho dos últimos governadores do Estado, Waldez Góes, e Pedro Paulo, derrotado na tentativa de reeleição.

“A situação da CEA é antiga. Dá calote há oito anos e agora, quando eu assumo, o ministério me diz que eu tenho 15 dias para resolver”, reclama Camilo.

A dívida da CEA, de R$ 1,4 bilhão, é um dos maiores desafios do governador, que herda um Estado em péssima situação financeira e mergulhado numa grave crise institucional. Capiberibe conquistou o mandato depois de estar num distante quarto lugar e após uma operação da Polícia Federal, em meio à campanha, que levou à prisão autoridades dos três Poderes no Estado, acusadas de corrupção, incluindo o então governador Pedro Paulo e Waldez Góes, que concorria ao Senado e também não se elegeu.

Camilo Capiberibe disse ter achado “estranha” a conversa no Ministério das Minas e Energia. Ele afirma que não se recusa a assumir parte da dívida – a CEA deve R$ 800 milhões à Eletronorte – e não vê problema nas condições de pagamento, que incluiriam a realização de empréstimos que teriam como garantia recursos do Fundo de Participação do Estado.

Mas considera draconiano o prazo de 15 dias, pois sua equipe mal assumiu o governo. Afirma que fará a mesma proposta, com um prazo de três meses para montar um plano de reestruturação. Pretende, contudo, levá-la diretamente ao ministro Edison Lobão, que não teria comparecido à reunião por estar doente.

Sem apoio do ministério, Capiberibe afirma que o Amapá sofrerá com racionamento de energia e apagão. Procurada, a assessoria do Ministério das Minas e Energia não deu resposta sobre o caso, até o fechamento desta edição.

  • Alcilene. Desde o dia 22/12/2010, me encontro em Taubaté. Cidade com mais de 300 mil habitantes, bem administrada e organizada.Separada do Estado de Minas, pela Serra da Mantiqueira,oferece um espetáculo deslumbrante. Aqui, os políticos se entendem e trsbalham visando a boa condição de vida da população.A TV Camara, de propriedade do legislativo municipal, além de transmitir as sessões da Camara de Vereadores,mantem uma programação educativa, orientando a população sobre tudo que lhe interessa. Acompanho as noticias do nosso Amapá e fico triste com o que está acontecendo de ruim.Estou confiante nas ações do novo governo e espero que o povo colabore, para dar nova cara ao Estado.

  • Meu primeiro emprego de CTPS assinada foi na CEA, onde passei de 64 a 70. Nesse período a CEA já estava cambaleante, eis que foi criada a Força e Luz, desmembrada da CEA, para cobrar luz fornecida por geradores (Usina Velha e Usina Nova Costa e Silva. Lembro do Costinha, Chapa 1, Cristóvão, Demetrio, Gringo, Tamundo, Lenoir, Juarez maués, Lindassy (única mulher que trabalhava na CEA naquela época), Alcemir Favacho, Raimundo Barata, Pedro Ivan, Xaxado, Moreira, Holanda, Matos, Albertino Cururu, Pedro Ivan, Raimundo Rosa, Porquinho, Itamar, Ximbo,João Brasão, Ubiratan, Sr. Luiz Monteiro (Diretor Administrativo), Dr. Coutinho (Diretor Técnico, Sr. Pimentel, Seu Leopoldo (jardineiro), Pedro Miranda, Sr. Bezerra, entre outros.
    Naque época, os mais antigos diziam QUE “a CEA começou por onde devia terminar”, pois ao ser criada contava com serviços de assistência médica, cantina, clube de futebol (por sinal um dos melhores), Õnibus para funcionários, casa para diretores, bons salários, etc. Só para se ter uma idéia, quando o Cel. Paquera tomou posse como presidente, ao tomar conhecimento das mamatas do cargo, disse: “Isso não é uma CEA, é uma CEIA! Por isso dizem que não temos história. Temos piadas.

    • Obrigada pelos “informes” historicos, como sempre contribuem muito para nos de outra geraçao conhecer detalhes de nosso passado!

  • O Amapá não merece esse tratamento!! Não por que tem como Governador o Camilo Capiberibe!!Outros estados com problemas semelhantes ao da CEA tiveram condições de fazer a melhor transição de suas empresas energéticas ao que poderia ser ideal. E porque tem que ser assim? Onde está a força que o Amapá teria com a eleição do Senador Sarney? Se a forçaé pra atrapalhar os adversários e atrasando a vida do povo melhor ficarmos fracos então! Ainda há tempo Senador Sarney de recompensar os vários anos que esse povo lhe mantém no poder!

    • E vc acha que esse senhor é agradecido por isto,tá pouco se lixando p/o povo do Amapá.Isto nada + é dq uma cobrança politiqueira,Edison Lobão é amigo do Sarna que não gostou de ver um Capiberibe no poder e vai fazer “tudo,tudinho” p/atrapalhar o governo do Camilo,pode apostar.Onde já se viu cobrar em 15 dias do atual governo oque não foi cobrado durante 08 anos do desgóesverno.AFF! e como diz a Lene…..OREMOS.

      • A senhora só esqueceu de avisar que o endividamento da CEA já leva aproximadamente 16 anos, sendo que os primeiros oito anos estiveram sobre a péssima administração do Capi pai

  • Ao ler a matéria senti um vácuo político muito grande, considerando que trata-se de um problema do estado. Afinal, acabamos de eleger parlamentares que ganharam a eleição em nome de um compromisso coletivo onde as cores partidárias eram o que menos importava (discursos de campamnha). Se algum parlamentar está ajudando nessa questão da energia, invista na divulgação. Uma notícia como essa deveria vir acompanhada de uma boa foto da bancada do Amapá em companhia do governador Camilo, e entre aspas aquele questionamento consistente de pelo menos um dos parlamentares, ao ministro de Minas e Energia. O Amapá merece mais respeito.

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