Reunião do presidente do STF com presidentes de TJs tem como pauta priorização de julgamentos de processos envolvendo violência doméstica e estímulo a conciliação

O presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), desembargador Carlos Tork, participou de reunião conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Dias Toffoli na manhã de hoje (08). Esta foi a primeira reunião do ministro com os presidentes dos 27 tribunais de Justiça do país desde que assumiu o comando do Poder Judiciário, em setembro.

Durante o encontro, que também contou com a presença da juíza federal Lívia Perez, que atuava na 3ª Vara Federal do Amapá, e desde setembro ocupa o cargo de juíza Auxiliar da Presidência do CNJ, o desembargador-presidente Carlos Tork destacou a importância do ministro Dias Toffoli manter este canal de diálogo com os Tribunais do país. “O ministro Toffoli é uma pessoa que tem a qualidade de saber ouvir. O que é muito interessante para alguém que conduz uma das mais importantes instituições da república, a presidência do CNJ e do STF”, pontuou o presidente do TJAP.


De acordo com o ministro Toffoli, o diálogo será constante em busca de soluções para os problemas que são comuns a todos os estados e para a adoção de boas práticas. O ministro quer que a Justiça Estadual estimule e adote como meta a solução de casos por meio da conciliação. Atualmente, a meta é válida apenas para as justiças do Trabalho e Federal. Outra meta que o presidente do STF e do CNJ quer ver encampada pela Justiça comum dos estados é a prioridade no julgamento de processos que envolvem violência doméstica. O ministro destacou o aumento dos casos de feminicídio registrados no Brasil e afirmou que a sociedade cobra respostas.
Na Justiça Estadual tramitam cerca de 80% dos processos ajuizados no país. As metas serão discutidas e definidas no XII Encontro Nacional do Poder Judiciário, a ser realizado em Foz do Iguaçu (PR) nos dias 03 e 04 de dezembro próximo.
Na reunião, também foram discutidos temas como a necessidade de se priorizar a tramitação dos processos que envolvam a prática de crimes dolosos contra a vida. Segundo o ministro Toffoli, o Judiciário é comumente apontado como o responsável pela impunidade, sendo que em muitos dos homicídios sequer há investigação adequada que aponte a autoria, o que impede a formulação de denúncia.
Também foi informado que, sob a coordenação do CNJ, está sendo organizada uma “ação de conciliação” para dar vazão a processos envolvendo o acordo firmado por poupadores em relação aos expurgos inflacionários dos planos econômicos sobre as contas de poupança.
O ministro relatou aos presidentes dos TJs os resultados da reunião que teve com os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e dos tribunais de contas dos estados, como a criação do Comitê de Priorização dos Processos Relativos a Grandes Obras no Brasil, que funcionará como um espaço de diálogo. Ele destacou ainda a necessidade de munir o comitê com informações dos tribunais, que permitam identificar os processos relativos a grandes obras que estejam paralisadas por decisão judicial e comparar com os dados dos tribunais de contas. Também foi discutida uma atuação conjunta para o enfrentamento dos problemas relativos ao sistema carcerário.

No âmbito do STF, o ministro Toffoli apresentou aos presidentes dos TJs a reestruturação administrativa que adotou, como a criação dos núcleos de repercussão geral e do núcleo de agravos. Para o ministro, a interlocução com a segunda instância é fundamental na consolidação dos mecanismos de repercussão geral (no STF) e dos representativos de controvérsia (no STJ), na medida em que dará mais condições de identificar os temas que devem receber prioridade de análise.
Toffoli informou que já liberou a pauta do Pleno do STF até o final do ano e que sua ideia é liberar, em dezembro, a pauta do primeiro semestre de 2019. Por isso, ressaltou, é importante que os tribunais apontem os casos de maior relevância e impacto que estão no STF em grau de repercussão geral para que possam ser priorizados.
FONTE: STF

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