Qual a melhor solução para a CEA?

Por Jean Alex Nunes, administrador e presidente da Junta Comercial do Amapá

É chegada a hora da tomada de uma posição definitiva para os rumos da CEA. Prazos mais do expiraram e em última deliberação o Ministério de Minas e Energia criou um grupo de trabalho para que num período de 90 dias encontre uma saída definitiva para nossa combalida empresa energética. Mas afinal, qual a melhor a saída para CEA? Continuar gerida pelo GEA, federalizar ou privatizar?  Antes de responder tenho alguns questionamentos:

1)   A CEA é viável economicamente?

Com a palavra nosso atual Diretor-Presidente José Ramalho. Minha opinião é que sim. Diminuindo as perdas (furtos, gatos) que hoje beiram os 40% da energia adquirida da Eletronorte, aumento da tarifa, corte de gastos, diminuição da inadimplência, enfim, choque de gestão.

2)   Qual tamanho da divida da CEA?

A dívida hoje gira em torno de 1,5 bi. Desse total R$ 800 milhões é com a Eletronorte (300 principal + 500 juros). Deve também ICMS ao GEA ( R$ 300 mi) e mais impostos e fornecedores.

Nesse caso o correto a fazer é uma auditoria da dívida e um encontro de contas. Pois a Eletronorte também deve ICMS ao GEA ( cerca de R$ 200 mi) e os órgãos públicos do Amapá também devem muito à CEA.  No final teríamos uma diminuição sensível da dívida total. Estimo que o total possa cair pra algo em torno de R$ 800 mi após esses encontros de contas. Ainda assim, uma cifra elevada se considerarmos que o investimento total do Governo do estado foi pouco mais de R$ 200 mi no último ano.

3)   Como pagar a dívida remanescente?

Na hipótese do GEA continuar com o controle da CEA a solução seria assumir empréstimos junto ao BNDES, por exemplo, e concomitante a isso transferir parte das ações da CEA para a Eletrobrás.

4)   É vantajoso para os amapaenses o GEA continuar com o controle acionário da empresa?

Essa é a decisão estratégica a ser tomada pelo gestor do Executivo Estadual o Governador Camilo. Vale a pena assumir tamanha dívida? Isso depende muito dos resultados operacionais que serão obtidos nesses primeiros meses de gestão da CEA. A resposta que o governador aguarda, acredito, seja essa. Se a empresa for viável economicamente, como suponho ser, acho que essa é uma hipótese a ser considerada SIM. Faríamos um esforço coletivo, de pagar pelos erros de administrações passadas mas continuaríamos dando as cartas na estatal.

5)   Qual as vantagens e desvantagens de federalizar?

De imediato perderíamos a “soberania” sobre os rumos da empresa que detém o monopólio da distribuição de energia elétrica no Estado. Teríamos aumento considerável das tarifas, que estão represadas em quase 50% pela Aneel.

Porém seriamos geridos por uma estatal federal (Eletrobrás) com obvias vantagens no sentido de bancar os investimentos tão necessários para melhorar, adequar e modernizar a infraestrutura da empresa. Algo em torno de R$ 50 milhões no curtíssimo prazo e mais de R$ 300 milhões no médio prazo. A qualidade dos serviços prestados, provavelmente, seria melhor e não correríamos o risco de pagar, nunca mais, pela má gestão e uso político da empresa. A dívida que assumiríamos seria menor também.

A decisão de privatizar cai num discurso ideológico que torna inviável essa opção.

Porém devemos ter em mente que os rumos da CEA de manter a concessão, federalizar ou privatizar cabe ao Ministério de Minas e Energia e à Aneel, restando a nós entrar na mesa de negociação e tentar sair de lá com a saída que traga menor prejuízo aos amapaenses. Acho correta a atitude do Governo Camilo de endurecer e não desistir de discutir os rumos da companhia.

Mas pra não ficar em cima do muro, vai ai minha opinião: Federalizar, porém continuar com participação acionária minoritária na empresa.

  • O Pai do atual governador ao deixar o governo deixou a CEA com uma dívida de R$ 120 milhões. e não venham com aquele discurso que quem administrava a CEA er ao PT, porque o governo é o acionista majoritário e se a diretoria era incompetente, bastava mudar

  • Gostei do que o Jean falou, federalizar e mantendo participação acionária menor. também acho que é o caminho para sanar o problema da CEA.

  • A idéia do Jean é a mesma do Lourival e não tenho dúvida é a melhor saída para a CEA.
    Para que a CEA se torne viável seria preciso uma fatia bem maior de consumidores industriais. O perfil do consumidor de hoje é residencial e de baixa renda, por isso, mesmo bem administrada, dificilmente haverá remuneração positiva dos investimentos.
    Saí dessa, Camilo. Vamos deixar de saudosismos piegas e enfrentar a situação como modernos gestores.

  • Engraçado,bastou citar o “nomezinho” do “Sinhozinho Malta do Amapa” e suas concubinas já saltam à defende-lo.Tem que se responsabilizar todos os responsaveis pela atual situação da CEA sem deixar ninguem de fora.Ela é “imprivativavel”.O melhor,mesmo,é federalizar.

  • Otimizar, é pensar na limpeza do leite derramado, e não em como foi derramado, não discutir a culpa e achar solução. O Sinhozinho Malta, passou, se errou…teve seguimento no outro governo, e agora discutir é inútil. A gestão é do Camilo e tem de dar solução, o que não pode é achar culpados pra poder continuar, enrolando. Administração moderna e sem ufanismo, a CEA tá quebrada é fato! “Concubinas” foi engraçado, gostei da sátira! Kkkk

  • Vou reproduzir um texto de um amigo (Ademir Junior) meu sobre isso:

    1° Porque o tão propalado Patrimônio do Povo do Amapá, hoje não existe,alias ja não existe a um bom tempo.

    2° Federalizar não significa que os funcionários da CEA se tornarão servidores federais, muito provavelmente continuará tudo igual, por um longos e indefinidos anos, pois a Eletrobrás quando faz intervenção nas Companhias Estaduais, ela APENAS se torna controladora da Companhia não passando nenhum direito aos funcinários da mesma, de ter equiparação à funcinários da Eletrobrás, vide os casos de federalização em AL, AM, e outros vários estados do Norte e Nordeste das Companhias estaduais que ja foram federalizadas.

    3° Quem dilapidou o Patrimônio do Povo do Estado do Amapá não foi o Gov. Federal, foi o própio Gov. Estadual, utilizando a Companhia para fins eleitorais, e a federalização iria justamente afastar está influência tão maléfica para as finanças da Companhia, essa influência política local que só tira benefícios dela, e causa prejuízos à ela.

    Agora um meu:
    E a administração politica da CEA so serve pra isso:

    A Agência Nacional de Energia Elétrica negou provisão ao recurso interposto pela CEA (AP) contra uma multa no valor de R$ 1,55 milhão. De acordo com a Aneel, a companhia transgrediu os indicadores de qualidade de Duração e Frequência Equivalentes de Interrupção por Unidade Consumidora em 2009. A multa se soma a outra penalidade que a companhia terá que pagar, no valor de R$ 1,44 milhão, por descumprimento de devolução de combustível à Conta de Consumo de Combustíveis correspondente ao déficit identificado pela equipe de fiscalização da Agência. O total a ser pago pela companhia pelas infrações é de R$ 2,99 milhões.

    Fonte: http://www.canalenergia.com.br/zpublisher/materias/Noticiario.asp?id=81899

    E se o Sr Diretor da CEA (mas acredito que tenha sido o Sr Jean) Fala que se federalizar irá ter um aumento na tarifa, PUTS!!! Saibam que o aumento de 47,92% ja está autorizado desde 23.11.10 e so nao ocorreu devido a inadimplencia da CEA. Então não iluda as pessoa com “falsas verdades”.

    Fonte: http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noticias/Output_Noticias.cfm?Identidade=3628&id_area=

    Conclusão:

    Eu estou ouvindo essa conversa de “patrimonio do amapá” a quase 4 anos, e cria grupo e mais grupo e nada. E o Excelentissimo Governador do Estado Camilo “Goes” Capiberibe, está brincando como seus antecessores de quem sabe salvado do Patrimonio do Povo do Amapá (Só se for as dividas porque nao restou mas nada para salvar).

    ATT.

    WILSON

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