Macapá/AP – A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público
Federal, deflagrou na manhã desta quinta-feira (15) a 2ª fase da Operação
Minamata, e a 3ª fase da Operação Estrada Real, que investigam,
respectivamente, crimes de trabalho escravo, corrupção e crimes
ambientais no Distrito de Lourenço e o funcionamento de garimpo ilegal
no município de Tartarugalzinho/AP.
Policiais federais dão cumprimento a dez mandados de prisão preventiva e
12 mandados de busca e apreensão nos municípios de Macapá/AP,
Santana/AP e Calçoene/AP. Entre os alvos, estão servidores e exfuncionários
da Agência Nacional de Mineração (antigo DNMP/AP) e exparlamentares
federais.
De acordo com as investigações, há indícios da atuação de uma
organização criminosa na área de mineração do Estado, com a participação
de servidores da Agência Nacional de Mineração. Os funcionários do órgão
facilitavam a obtenção de concessões e autorizações de exploração de
minério mediante o recebimento de vantagens indevidas e favorecimento
de terceiros, além de realizarem “vista grossa” nas irregularidades
encontradas no âmbito da mineração.
Foi identificado, ainda, que ex-parlamentares mantinham forte influência
política no Estado, organizando e promovendo a perpetuação de um
esquema de propina dentro da Agência Nacional de Mineração. A conta
feita pela organização criminosa é de que órgão poderia render-lhes, pelo
menos, R$ 100 mil de “propina” por mês.
Os investigados irão responder, na medida de suas responsabilidades,
pelos crimes de usurpação de bem da União, redução a condição análoga
à de escravo, corrupção passiva, prevaricação, extração ilegal de minério,
organização criminosa, além de lavagem de dinheiro. Se condenados,
poderão cumprir pena de até 30 anos de reclusão.
Comunicação Social da Polícia Federal