Polícia e bandidagem: O buraco é mais embaixo

Acho que nossas policias estão eficientes em combater, prender, desvendar. Mas podem colocar 500 mil policiais, que não vão dar conta de tudo.

O buraco é mais embaixo.

Bairros estão verdadeiros caldeirões. Outro dia, uma capa do Jornal A Gazeta me chocou: Vários jovens presos pela polícia, no bairro Congós,  já amanhecendo o dia, festejando o sucesso de um assalto, bebendo e fumando crack. Entre esses jovens, menores, meninos e meninas.

Essa juventude que está nos bairros sem ter o que fazer, precisa urgente de ação integrada do poder público, estadual e muncipal,  das secretarias de esportes, cultura, juventude, trabalho e empreendedorismo. Lá, nos bairros, onde os jovens estão mais vulneráveis ao crime.

Ou cansa os caras com atividades. Ou a noite eles estão acordados e descansados, sendo assediados por traficantes e assaltantes mais velhos.

Também precisa começar a ficar claro qual é o eixo de desenvolvimento econômico-social que o atual governo quer. Pra onde vamos caminhar? O que temos a oferecer à juventude? Por qual porta serão incluídos?

 

  • Que foi isso!!! pela primeira vez vc fez um texto imparcial, sem puxar o saco do governo. Parabéns pela evolução Alcilene!

  • Isso é claro há muito tempo, só não sei que “forças ocultas” embaçam tanto a imagem e fazem a população crer que a solução para nossos altos índices de criminalidade são baseados apenas em aparelhamento e aumento de efetivo das forças policiais. Nenhuma polícia no mundo é onipresente, nem na Suíça, nem no Canadá ou na Holanda. Sem a participação efetiva da POPULAÇÃO CIVIL, representada ou diretamente, sem políticas que ocupem o tempo dos pirralhos não dá. Segurança não é só obrigação das polícias e sim de todo cidadão.

  • Alcilene, da ultima vez que eu expressei minha opinião a respeito de Programas Sociais quase eu apanho aqui no blog, mas novamente vou bater na mesma tecla: Programas como Amapá Jovem tinham que dar capacitação e em seguida indicar para estágios, não ficar dando Bolsas!Ao meu ver, além de mão de obra capacitada teremos também a diminuição de jovens ociosos.O que acontece é que muitas vezes, grupos culturais desenvolvem trabalhos em centros comunitários e associações, mas pergunta quantos o governo ou a prefeitura realmente apóia? Como exemplo eu posso dar os grupos de Teatro, Hip Hop, Capoeira, Literatura, que ficam aí a esmo, mendigando apoio dos pais e dos alunos muitas vezes para comprar uma vassoura para se varrer um Centro Comunitário. Aí esses grupos “orgnizados” se juntam, pedem apoio de um deputado e fazem um evento no valor de R$300.000,00 (isso mesmo: trezentos mil!!!!) e o engraçado é que você procura a SECULT ou entra no site do Ministério da Cultura e o nome do Projeto não aparece na prestação de contas… Porque será???? É difícil você ter um trabalho filantrópico e tirar sempre do seu bolso, por que a realidade que estes trabalhos tem que atingir é muito diferente do que aparece na televisão. Muitas vezes os jovens procura sair de casa para fazer oficinas culturais por causa de violência doméstica!!! Agora manda um ofício aos “representantes do povo” solicitando a ajuda de um psicólogo ou assistente social e vê o que eles te dizem: “- Ah minha filha, é assim mesmo, não perde tempo com esses moleques porque se apanham é porque boa coisa não são!”. É revoltante isso!!! Gostaria que o trabalho fosse feito de baixo para cima e não de cima para baixo!!! #PRONTOFALEI!

  • Ao contrário de que pensam alguns, principalmente os agentes políticos, a segurança pública é DEVER do Estado (art. 144 CF). Os gestores públicos devem honrar a condição de seus encargos e garantir o direito de todos à segurança pública. A responsabilidade dos cidadãos não pode, e jamais deve, se transmudar em DEVER, pois este é EXCLUSIVAMENTE DO ESTADO, o qual não deve se eximir dessa obrigação. É uma covardia odiosa e nojenta tentar repassar essa obrigação para a sociedade, que é a maior vítima da inércia política.

    • …, dever do Estado, direito e RESPONSABILIDADE de todos… (Art. 144, caput, da CF). Beleza, o Estado DEVE prover meios de preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio. Só que já vi noticiários, pelo menos não foi aqui, em que crimes são cometidos em locais públicos e não aparece um cidadão nem para ligar para a polícia. O Estado não pode se desobrigar, mas não podemos continuar empurrando com a barriga. Ou um dia vira uma zona mesmo ou um big brother, e aí quem vai vigiar os vigilantes?

  • Concordo vc. Os governantes tem que apoiar os projetos dança,esportes, religiosos etc, que são realizados com seriedades. Ajudando agora vai economizar com pronto socorro e policia

  • Concordo em gênero, numero e grau. O principal foco dos politicos em tempo de campanha eleitoral é o mesmo “antro” onde suas excelencias deixam de assistir durante quatro longos e dolorosos anos. A realidade em áreas de risco social vai muito mais além dessa mostrada todo santo dia por esses programas que sujam a sala de alguns amapaenses de sangue. É preciso os “de cima” começarem a se importar com os “de baixo”, pois aquelas pessoas, mais precisamente as crianças e jovens que sofrem por falta de assistencia e amparo do poder público, que vivem em situação degradante são o assaltante ou o traficante, formados pela omissão dos que se dizem “pessoas de bem”.

  • Fantástica mesmo! Os governos deixaram de perceber que o combate a criminalidade começa com a prevençaõ dela. Temos de pensar que as crianças e pré-adolescentes de agora, em ambientes de risco, podem ser os futuros bandidos de amanhã. Se tivessem feito esses programas de integração social a 15 ou 20 anos, Macapá e Belém não estariam com tantos bandidos. Um abração Alcilene e parabéns.

  • É interessante como usam o termo “Estado” quase sempre na terceira pessoa. Será que é para deixar de assumir a responsabilidade que todos temos com DIREITO E DEVEVERS. Assuntos como drogas e delinquencia juvenil por exemplo, estão responsabilizados as autoridades constuídas e as famílias com a questão. É comum vermos essa de “porque as autoridades não fazem nada quanto ao problema do crack”! A ficha tem que cair, pra saber que em muitos casos da segurança pública a sociedade e o poder público (e não o ente inanimado do ESTADO!) tem que trabalharem juntos, pois o crime cuida de se organizar sempre e por isso, tem ganhado alguns round`s dessa luta! Ou agimos juntos ou ninguém ganha…

  • Cara Alcilene,
    O Programa MP Comunitário tem acompanhado o esforço solitário e quase anônimo de pessoas que atuam nos bairros periféricos, promovendo a cultura, o desporto, o lazer e a ocupação para os jovens.

    Muitos deles nos apresentam projetos e experiências desenvolvidas nas comunidades, pedindo apoio financeiro ou material.

    São grupos de capoeira, hip-hop, dança, teatro, música, futebol, que pouco ou nada recebem de incentivo público.

    Creio que esses movimentos culturais atuantes nos bairros é que são capazes de desviar os jovens da delinquência. Seria,ao meu ver, portanto, mais compensador socialmente distribuir o orçamento da cultura entre esses grupos, pulverizando-se os recursos, do que gastá-los concentradamente em megaeventos sazonais, como o carnaval, por exemplo.

    Sei que o Sec. Zé Miguel tem a exata noção da necessidade de se implantar uma nova política cultural para o Estado, mas ele não pode – sozinho – arriar do mastro antigas bandeiras, hasteadas pela força do patrocínio público.

    É preciso que se promova uma discussão ampliada sobre o tema e dela se retirem as conclusões e os novos direcionamentos.

    A verdade é que muitos garotos se digladiam nas pontes por falta de espaços públicos (com orientação profissional) onde possam extravasar suas energias. Muitas meninas engravidam precocemente por falta de alternativas aos tecnobregas espalhados pelas esquinas.

    E emprego. Urge a criação de novos postos de trabalho, no setor privado, capaz de absorver parte dessa força jovem que tem ido às escolas e faculdades, capacitando-se para novos desafios.

    No mais, continuamos a percorrer as adjacências da cidade – por onde a vida passa sem deixar boas lembranças – semeando mediadores de pequenos conflitos. Um dia, se Deus quiser, isso tudo vira do avesso.

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