O Amapá, o agronegócio, a educação e as eleições

*Márcio Augusto Alves. Procurador de Justiça do MP-AP

Os anos têm se passado depressa. Às vezes, nem percebemos a velocidade da mudança. O Brasil, finalmente, conquistou o desejado “ouro olímpico” no futebol. Nosso Amapá foi muito bem representado no Taekwondo, pelo “guerreiro tucuju” Venilton. O WhatsApp transformou a comunicação de maneira inigualável. Mais um “impeachment” no Brasil aconteceu em 2016 (lamentável, não o impeachment, mas a sua reincidência em poucos anos!) e a Lava-jato está mostrando que o Brasil tem, sim, jeito moral para virar o jogo (aqui não é só corrupção: temos o Ministério Público, a Polícia Federal e um juiz chamado Sérgio Moro – “Ainda há juízes no Brasil”).

A economia brasileira está parecendo a previsão do tempo no nosso “inverno amazônico”: sujeita a chuvas, trovoadas e outras intempéries. Mas existe um setor, além do mineral, que tem alavancado a balança comercial brasileira, e esse setor chama-se agronegócio. E o nosso Amapá tem solo adequado e posição geográfica privilegiada para exportar, pelos portos, o negócio que tem mudado a cara do centro-oeste brasileiro.

Nesse cenário de crise financeira brasileira, nosso Amapá foi capa de edição da revista Globo Rural (A última fronteira da soja). Que bom! Há uma luz no fim do túnel. Mas, essa luz, além do agronegócio, também tem outro nome, e atende pelo nome de “educação”!

Penso que, para que o nosso Estado possa efetivamente alavancar a produção e a produtividade do setor, inevitavelmente deverá recorrer à alta tecnologia no campo, que pressupõe não somente dedicação do produtor, mas também o trabalho intelectual e a pesquisa. Hoje, no agronegócio “rico”, há até engenheiro “pilotando” poderosas máquinas agrícolas, com salários altíssimos para o setor.

Recentemente, em estudo do Ministério da Educação e Cultura (MEC), nosso Amapá não alcançou a nota mínima do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), no ensino fundamental. (1ª a 5ª séries), embora tenha melhorado sua nota em relação ao ano de 2014.

Para quem não sabe, o IDEB é calculado com base no aprendizado dos alunos em português e matemática, de dois em dois anos.

Além do mais, devemos considerar o grande índice de alunos (crianças e adolescentes) que estão excluídos do sistema educacional, o que, em um breve porvir, significará “não cidadão”: desemprego x criminalidade.

As eleições estão se aproximando (2016 e 2018), e, para que o futuro do nosso Amapá consiga vencer o “forte inverno chuvoso”, alcançando o brilhante sol do nosso verão, as políticas públicas para a área da educação devem ser o “prato principal” dos debates nos futuros pleitos eleitorais.

Márcio Augusto Alves (membro do MP-AP).

 

 

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