Macapá, cidade resiliente

*Professor-Doutor, Marco Chagas

 

Por resiliente entenda-se “resistente às adversidades”. A resiliência tem limites. O limite da resiliência é definido pela condição de caos.

O caos tem uma vertente positiva. Após o caos sempre ocorre uma reação afirmativa de reorganização dos sistemas complexos, como são as cidades.

Assim aconteceu com Paris na Idade Média quando os ratos tomaram a cidade e levou a morte um terço da população (100 mil parisienses). Paris promoveu uma revolução no saneamento, mas as cicatrizes permanecem. Inventaram o Fantasma da Opera e o simpático Ratatouille, mas os ratos nunca deixaram a cidade. Paris continua resiliente.

As cidades da Amazônia, em sua maioria, são cidades das águas. Criadas por embarques e desembarques fortuitos de portugueses, as cidades se confundem com a desordem dos cais e portos.

As águas se movimentam na medida do requebrado dos ventos. As cidades invadem o lugar das águas e lançam o desafio arrogante da dominação. A cidade construída desafia a resiliência.

As águas superficiais e subterrâneas adquirem valor de uso e são exploradas pela ocupação e pelo consumo desmedido para além do limite. As águas também recebem as cargas dos rejeitos e dejetos de uma população desregrada.

Parabém Macapá pela resiliência!

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