“Fazejamento” ou o jeito de ser do povo daqui?

* Marco Chagas. Professor Universitário. Doutor em Gestão Ambiental

O blogueiro, ciclista e professor da Unifap, José Alberto Tostes, cunhou a palavra “fazejamento” para criticar a ausência de planejamento urbano na construção de políticas públicas no Amapá. O problema é que o fazejamento passou a ser confundido como o jeito de ser do povo daqui.

Alguns exemplos de fazejamento em Macapá para aferir os desafios rumo aos seus 300 anos:

Fazejamento 1 – Meio do Mundo: Uma das principais referências geográficas do planeta abriga um estádio de futebol, um sambódromo e brevemente um hospital universitário. O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) serve para evitar esse tipo de fazejamento.

Fazejamento 2 – Complexo Beira-Rio: Enfiaram tanta coisa na Beira-Rio que ficou difícil ver o rio. Tem bares e restaurantes que não são bares nem restaurantes, batateiros agora “organizados”, arborização (para que se planta árvore na Beira-Rio?), obra inacabada de cais que já virou ruina e um bondinho que substitui o que havia de mais prazeroso no trapiche… a caminhada. É complexo mesmo!

Fazejamento 3 – Camelódromo da Antonio Coelho de Carvalho: Planejado para ser um Shopping Popular virou um “camelódromo drive- thru”.

Fazejamento 4 – Ceta-Ecotel: Um hotel ecológico belíssimo que fica situado na “Rua do Matadouro”. Pense num turista procurando no site um hotel em Macapá…

Fazejamento 5 – Pega-pega PMM-CAESA: Brincadeirinha entre a Prefeitura e a CAESA. A prefeitura asfalta e a CAESA “desasfalta”. Deram uma trégua, mas prometem voltar com a brincadeira este ano.

Fazejamento 6 – Gastronomia: O sanduiche mais disputado de Macapá fica na lanchonete do muro do Pronto Socorro e chama-se “X-feto”. Agora eu entendo porque os vendedores de lanche valorizam tanto o Canal da Mendonça Júnior.

 

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