Doze de Julho: Dia do Engenheiro Florestal

*Engenheiro Florestal Alcione Cavalcante

A propósito do dia do Engenheiro Florestal, comemorado neste dia 12 de Julho, gostaria de compartilhar com a sociedade amapaense e em especial com os colegas Engenheiros Florestais este artigo do meu particular amigo José de Arimatéa Silva , florestal de muito boa cepa. Ari, como costumamos chama-lo, é formado em Curitiba, com mestrado e doutorado na área de Manejo Florestal e vasta experiência em políticas públicas na área de meio ambiente. Com vasta experiência na Amazônia é seguramente um dos maiores conhecedores e formuladores de Política Florestal do Brasil dos tempos atuais.

A Engenharia Florestal

Com mais de dois séculos de existência no mundo, meia centena de anos instalada no Brasil, a Engenharia Florestal é mágica, é rica, é bela… Mágica por ter atravessado 200 anos, ao longo dos quais solidificou os seus alicerces técnicos e científicos; é rica porque abarca (sem demérito de outras profissões) três ramos das ciências: biológicas, exatas e sociais; é bela por lidar com os elementos da vida: água, ar, alimento, abrigo, diversidade biológica, fauna, saúde humana, luta contra a pobreza…

Não por acaso, os três ‘acordos’ internacionais que tratam de questões globais (diversidade biológica, mudanças climáticas e luta contra a desertificação) têm hoje como tema central as florestas. O Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas abriga um Fórum Internacional de Bosques. A Agenda 21, firmada por 170 países na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro em 1992, estabeleceu um extenso programa para tratar das florestas em âmbito planetário. Um capítulo especial, o de nº. 11, foi dedicado ao combate ao desflorestamento; o Anexo III do documento contempla princípios para o manejo, conservação e desenvolvimento sustentável de florestas. Conceitos técnicos foram ampliados para o âmbito político: programas florestais, manejo florestal, descentralização…

A partir de 1995 esforços passaram a ser empreendidos, pelo conjunto dos países que adotaram o documento, sem força jurídica obrigatória, no sentido de se definir políticas nacionais e subnacionais, consolidadas em programas florestais, que buscam harmonizar interesses e conflitos de natureza transversal, intra e intersetorial. São mais de 130 os países que no presente contam com um programa dessa natureza, em estágios distintos de desenvolvimento: formulação, implementação, monitoramento, avaliação, revisão. O Brasil formulou o seu em 2000 (Decreto nº. 3420, 20.abr.), em processo de implementação desde o seu lançamento, e que agora começa a dar os primeiros passos no sentido da descentralização para os estados.

A despeito de as políticas florestais do passado e do passado recente terem privilegiado, em âmbito mundial, uma das funções das florestas – a de produção – hoje elas buscam equilibrar o conjunto destas.

O eminente cientista florestal Walter Bitterlich apresentou em 1961 um esquema das funções utilitárias das florestas, sistematizando-as em cinco grupos: 1) produtos florestais; 2) produtos secundários; 3) utilidade das florestas para o regime das águas; 4) funções protetoras das florestas; e 5) outros efeitos diretos e indiretos das florestas. Numa síntese atual, a categorização quíntupla de Bitterlich pode ser sistematizada em três: produção (ou econômica), proteção (ou ambiental) e sociocultural. Essas são as funções das florestas que a legislação de um país busca garantir – e, não sendo tendenciosa -, de forma equilibrada. A Engenharia Florestal debruça-se, assecuratoriamente, no campo científico e tecnológico, em torno dessas três funções, objetivando produzir bens e serviços de natureza florestal para as gerações presentes e futuras. No transcurso da sua ação, integra a sua base de conhecimento ao de outros ramos da ciência, harmonizando-se ao labor de outras profissões!

  • Parabéns aos “pica-paus” e o reconhecimento pela contribuição para um planeta solidário e sustentável.

  • Alcione, parabéns pela passagem do Dia do Engenheiro Florestal e felicitações pelo belo artigo, onde vc sintetiza a importância e a função dessa bela ciência. Saudações Cruzmaltinas!

  • Sempre confio em Deus e acredito que a Engenharia Florestal não é um privilegio, é um Dom. Quem teve a felicidade de ser condecorado com esse titulo, deve sentir-se orgulhado e buscar sempre enaltece-la e destaca-la no campo profissional.
    A Engenharia Florestal é tão bem constituída, que todas as pessoas de boa visão e amplo conhecimento, prestam anualmente suas homenagens a nós, Engenheiros Florestais, no dia dedicado ao Protetor das Florestas – São João Gualberto.
    Obrigado Amiga. Se não fosse o Jornalismo, voce seria mais uma colega Florestal.,

  • Navegando pela internet, descobri hoje este blog e tive a grata surpresa de deparar-me com o meu texto sobre a Engenharia Florestal. Obrigado à Alcilene e ao Alcione, amigo de longa data, pela divulgação.

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