Crônicas da vida moderna

Corcovado, ainda sem o Cristo Redentor
Corcovado, ainda sem o Cristo Redentor

As novidades do mercado sempre agitam os mais fanáticos, aqueles que gostam de ficar na vanguarda da moda.

Em um verão estarrecedor, onde simplesmente não há previsão de uma mínima frente fria os sobressaltados consumidores se acumulam e disputam a cotoveladas sapatos, bolsas e toda sorte de novidades que estampam as vitrines do comércio.

Mesmo com toda a preocupação com a economia, a valorização de nossa moeda, as intervenções do Governo para não incentivar muito a importação e prejudicar a indústria nacional, a moda é um termômetro interessante.

De fato, os consumidores que brigam por um item nas lojas não se preocupam se a moeda ta fraca ou forte, o que lhe importa é saber se está mais barato que ontem ou não e quantas peças pode comprar com o que tem no seu bolso.

Afinal, é bom se vestir e estar parecido com aqueles que são referências internacionais, principalmente nos locais mais badalados do mundo.

Além das roupas, outro detalhe curioso são as bebidas da moda. Em um local de clima tropical como o nosso, onde naturalmente é muito quente, os mais empolgados não abrem mão de tomar um café expresso “fervendo”, se é possível isso acontecer.

Em contraponto aos moderados existem os liberais – como não podia deixar de ser em qualquer sociedade – são aqueles tipos que arriscam tomar uma bebida de café gelada, diferente e inusitada para os padrões locais e que mesmo sem ter gostado, ressaltam com um sorriso “hum… uma delííícia” e nunca mais voltam ao lugar ou se voltam, não provam da bebida.

Gosto de perceber e sentir essas sutilezas por onde “passo”, faz-me parecer que o tempo simplesmente não passou e que os personagens que nesse momento contam a história apenas mudaram as aparências, ficaram com mais ou menos cabelo, com mais ou menos roupas, com mais ou menos, estilo, como dizem os especialistas em moda, “tenha seu próprio estilo”.

A característica principal desse momento é justamente perceber o quanto as coisas mudam, e fica a pergunta, será que realmente mudam?

Povos antigos como os Maias acreditavam que a vida é um grande ciclo e dessa forma, eles que já foram considerados os mais avançados para sua época em todas as épocas, realizavam e faziam todos seus planejamentos baseados nesse princípio de ciclo.

Pode ser que sim, pode ser que não, mas incrível como nos dias de hoje, muitos pensadores, pesquisadores, todos os odores atuais buscam os Maias como referência de alguma coisa.

Ah..um detalhe que esqueci de comentar, o cenário que descrevi sobre os hábitos e costumes que “vi”, se passam no Rio de Janeiro em 1820, na época do Império. Alguma coisa de fato mudou?

Por Voduga Corleone

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