Boca do leitor

URGENTE – SURTO DE FEBRE TIFÓIDE EM MACAPÁ

Por HELDER BRITO Professor de Geografia

 

 

Com relação aos casos de febre tifóide que vem ocorrendo em Macapá, tenho algumas considerações a fazer:

1) Observe que os casos começaram a ser notificados a partir do inicio das aulas.

2) Em setembro de 2010 foi divulgado na imprensa local  e nacional, as fraudes, desvios, mazelas, roubos e superfaturamento que foram revelados pela “Operação Mãos Limpas” entre essas noticias teve uma que esta, possivelmente relacionada com o surto de febre tifóide em Macapá.

3) Para relembrar no site http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100913/not_imp609028,0.php, traz uma reportagem falando sobre a “Operação Mãos Limpas” e  destacando o uso de filtros com preço superfaturados e de péssima qualidade. Leia parte da reportagem:

“Ao investigar o contrato assinado em dezembro de 2005, a PF descobriu que a compra dos filtros foi dirigida e, na prática, não houve licitação nenhuma. O mesmo Roberto da Rocha assinou um documento declarando a “inexigibilidade da licitação”. Sem revelar que era gerente comercial da Top Line, o presidente da comissão decidiu que a empresa era a única que tinha o produto para atender às exigências do projeto piloto da Secretaria de Educação.

Mercado. Diante dessa suposta expertise da Top Line, o contrato para fornecer 200 filtros de água às escolas Sebastiana Lenir de Almeida, José Barroso Tostes e Torrão de Matapi, chegou à conta de R$ 840 mil. Os agentes da PF e os técnicos que assessoram as investigações acharam no mercado de Macapá pelo menos dois filtros mais baratos e também melhores para o serviço que a secretaria queria prestar: fornecer água filtrada aos alunos.

“Com o preço contratado para instalar os filtros Top Line seria possível instalar 7.272 filtros da marca Lorenzetti ou 3.948 filtros da marca 3M”. O relatório da PF mostra ainda o custo total de instalação e primeira manutenção ao final de seis meses de 200 filtros Lorenzetti custaria não mais que R$ 29.300 – o que dá, comparado ao preço do contrato de R$ 840 mil, um superfaturamento de 2.763%.

O mesmo serviço, usando os filtros fabricados pela 3M, custaria R$ 57.638 – um superfaturamento, ainda assim, de 1.357%.

Riscos. Além do superfaturamento, o laudo do Instituto Nacional de Criminalística (INC) mostra que a falta de licitação e a escolha de um filtro rudimentar, montado em uma fabriqueta de fundo de quintal, em vez de melhorar a qualidade da água consumida, colocou em risco a saúde dos alunos.

Ao avaliar as condições técnicas dos filtros Top Line, os peritos concluíram: “Surpreendente foi a constatação de que (a falta de manutenção) permitia o acúmulo de carvão ativado na saída da água para os alunos, tendo inclusive causado pigmentação em um tubo de PVC”.

Os filtros usados nas três escolas, como mostram as fotos dos laudos dos peritos, eram montados com tubos de PVC de 20mm para esgoto, tinham as vedações feitas com borracha vulcanizada, tipo pneu, dois pedaços de esponja, areia grossa e carvão ativado. “Era um aparelho feito manualmente, com materiais e ferramentas encontrados no mercado varejista”, mostra o relatório da perícia.

Em vez de ser um filtro que, na manutenção periódica, possibilitasse a simples troca da vela, a Top Line instalou nos colégios do projeto piloto um filtro que, revelaram os peritos, não tinha refil ou cartucho. “A manutenção pedia troca do filtro velho por um filtro novo”.

O problema é que os filtros não eram trocados, e os estudantes bebiam água de filtros com “areia e esponjas sujas, com o carvão ativado vazando e se acumulando na saída do bebedouro”. Até a tinta vermelha tóxica usada para pintar a parte externa foi encontrada na parte interna de alguns filtros.

4) Vejam o risco que os nossas crianças, irmãos, filhos, alunos estão enfrentando, até porque os filtros ainda estão na escola servindo a todos.

5) Além do surto de febre tifóide estamos sujeitos a outros surtos de diarréia infecciosa, cólera, leptospirose, hepatite, esquistossomose, amebíase, giardíase, entre outras.

6) As autoridades, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde, Ministérios Público, tem que retirar esses filtros das escolas URGENTEMENTE.

 

HELDER BRITO

Professor-Geografia

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