A deterioração da informação

* Geni Frota é Pedagoga, Coach, Master Practitoner em Programação Neurolinguística, Especialista em Desenvolvimento Humano

 

 

A sociedade cibernética promoveu o culto à velocidade e à cultura do MAIS.

A velocidade das notícias, das fofocas, das percepções, opiniões, impera no mundo das redes sociais e, de uma hora para outra, todo mundo descobriu que sabe o que é bom pro outro, que sabe da vida do outro e que “precisa” dividir o que pensa, faz, gosta, acha certo, com o mundo.

Se tornou extremamente necessário ser mais visto, mais lido, mais curtido, mais feliz, MAIS tudo.

Apesar dos novos hábitos sociais, característicos do século XXI, é do século XVII a base científica que, acredito, rege o mundo da internet atualmente: “A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos”.

Sim! Encontrei na 3ª Lei de Newton a forma como os assuntos se comportam na rede. Porque qualquer coisa que é postada tem uma consequência, um resultado, uma dimensão cujo alcance não depende mais de quem postou mas, daquele que recebe a informação. Na explicação do físico Domiciano Marques: “de acordo com Newton, não existe força que seja capaz de agir sozinha, pois, para cada força considerada ação, existe outra chamada de reação.

Tudo que se põe na rede tem um alcance, uma dimensão e, consequentemente, uma reação daqueles que recebem a informação. Ninguém vai ler uma informação pensando na intenção de quem escreveu mas, aplicará os próprios conhecimentos para interpretar aquela informação, aplicará um princípio da Gestalt (abordagem psicológica) que define que nossa mente tende a buscar “a melhor forma”, preenchendo os espaços vazios ou não entendidos com nossas próprias experiências e conhecimentos sobre o fato.

Não vejo um futuro promissor no uso da rede. A tendência é que ela se torne cada vez mais livre e, consequentemente, cada vez mais insana naquilo faz na vida das pessoas. Some-se ao que aqui já foi dito com aspectos psicológicos que estão evidentes na sociedade moderna: solidão, depressão, auto estima baixa, dependência emocional, carência afetiva, dentre outros. Vale lembrar que ninguém que você conheça vai admitir qualquer um desses problemas. Pelo contrário, a maioria das pessoas os esconde atrás de outros comportamentos.

Não tenho a resposta que solucione o paradoxo uso das redes sociais x comportamentos, mas posso dizer que cada pessoa sabe o que é melhor pra si e sabe o que pode aguentar de consequência de seus próprios atos. Mais do que apontar ao outro o que é certo ou melhor pra ele, é permitir que ele possa viver a experiência e tirar dela o melhor proveito possível. Afinal, sempre resta o aprendizado em tudo que se faz, seja na rede ou fora dela.

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